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sexta-feira, janeiro 29, 2010

FESTIVIDADE DO DIVINO ESPIRITO SANTO - AMAPA - BRASIL

Aspecto da magnífica festa do Divino Espírito Santo, 
que se realiza todos os anos, em agosto, na 
histórica Vila de Mazagão Velho. Esta e outras festividades
profano-religiosas se referem aos costumes ancestrais desse 
povo, cuja historia não se distancia dos seus irmãos
africanos, de Marrocos, de onde realmente procedem. 
Mazagão Velho é distrito de Mazagão, um dos mais importantes
Municípios do Estado do Amapá.  



Aspecto da magnífica festa do Divino Espírito Santo, 
que se realiza todos os anos, em agosto, na 
histórica Vila de Mazagão Velho. Esta e outras festividades
profano-religiosas se referem aos costumes ancestrais desse 
povo, cuja historia não se distancia dos seus irmãos
africanos, de Marrocos, de onde realmente procedem. 
Mazagão Velho é distrito de Mazagão, um dos mais importantes
Municípios do Estado do Amapá.  





Aspecto da magnífica festa do Divino Espírito Santo, 
que se realiza todos os anos, em agosto, na 
histórica Vila de Mazagão Velho. Esta e outras festividades
profano-religiosas se referem aos costumes ancestrais desse 
povo, cuja historia não se distancia dos seus irmãos
africanos, de Marrocos, de onde realmente procedem. 
Mazagão Velho é distrito de Mazagão, um dos mais importantes
Municípios do Estado do Amapá.  






Aspecto da magnífica festa do Divino Espírito Santo, 
que se realiza todos os anos, em agosto, na 
histórica Vila de Mazagão Velho. Esta e outras festividades
profano-religiosas se referem aos costumes ancestrais desse 
povo, cuja historia não se distancia dos seus irmãos
africanos, de Marrocos, de onde realmente procedem. 
Mazagão Velho é distrito de Mazagão, um dos mais importantes
Municípios do Estado do Amapá.  




Aspecto da magnífica festa do Divino Espírito Santo, 
que se realiza todos os anos, em agosto, na 
histórica Vila de Mazagão Velho. Esta e outras festividades
profano-religiosas se referem aos costumes ancestrais desse 
povo, cuja historia não se distancia dos seus irmãos
africanos, de Marrocos, de onde realmente procedem. 
Mazagão Velho é distrito de Mazagão, um dos mais importantes
Municípios do Estado do Amapá.  





Detalhe de uma das caixas usadas na percussão de
acompanhamento das musicas (cantos) próprios da
festividade, normalmente musicas e letras e autoria
de moradores da própria vila. Esta caixa, como se
pode ver, foi feita com a pele de uma cobra sucuriju. 







terça-feira, janeiro 26, 2010

O PENSADOR QUE NOS AJUDA DIARIAMENTE



Ernest Renan

Ernest Renan foi um filósofo, historiador e escritor francês. Sua vasta bibliografia compreende livros sobre ciências naturais, traduções e ensaios filosóficos.
1 - 25 do total de 30 pensamentos de Ernest Renan
Para a política o homem é um meio; para a moral é um fim. A revolução do futuro será o triunfo da moral sobre a política.
O que faz que os homens formem um povo é a lembrança das grandes coisas que fizeram juntos e a vontade de realizar outras.
O essencial, com efeito, na educação, não é a doutrina ensinada, é o despertar.
No fundo, sinto que a minha vida é sempre governada por uma fé que já não tenho. A fé tem isto em particular: mesmo quando desaparece, continua a agir.
A ciência permanecerá sempre a satisfação do desejo mais alto da nossa natureza, a curiosidade; fornecerá sempre ao homem o único meio que ele possui de melhorar a própria sorte.
O chamado deus dos exércitos está sempre do lado da nação que tem a melhor artilharia, os melhores generais.
A imoralidade é a revolta contra um estado de coisas de que se está a ver o logro.
Daria tudo quanto sei para ser o jovem tenente dos dragões adorado por todas as damas da guarnição.
A alegria e o trabalho são duas coisas sãs e que atraem reciprocamente.


O talento do historiador consiste em compor um conjunto verdadeiro com elementos que são verdadeiros apenas pela metade.
A verdade será um dia a força. «Saber é poder» é a mais bela divisa que alguma vez se disse.
O homem vale na medida da sua capacidade de admirar.
Um mundo sem ciência é a escravatura, o homem fazendo girar a mó, submetido à matéria, equiparado à besta de carga.
São as ideias que conduzem o mundo.
Só devemos escrever acerca daquilo que gostamos.
A mulher que se embeleza cumpre apenas a sua obrigação.
Um queria fazer de Jesus um sábio, outro, um filósofo, outro ainda, um patriota, outro, um homem de bem, outro, um moralista, outro, um santo. Não foi nada disso. Foi um encantador.
Uma pátria compõe-se dos mortos que a fundaram assim como dos vivos que a continuam.
O mais vulgar dos alunos sabe agora verdades pelas quais Arquimedes sacrificaria a vida.

A estupidez humana é a única coisa que dá uma ideia do infinito.
É próprio da fé esperar contra a esperança.
Os maiores acontecimentos da minha vida foram alguns pensamentos, leituras, alguns pores-do-sol em Trouville à beira-mar e palestras de cinco a seis horas consecutivas com um amigo que agora é casado e está perdido para mim.
Os golpes da adversidade são terrivelmente amargos, mas nunca estéreis.
O grande general é aquele que triunfa e não aquele que deveria ter triunfado.
Uma escola onde os alunos mandassem seria uma escola triste. A luz, a moralidade e a arte serão sempre representadas na humanidade por um conjunto de mestres, uma minoria que guarda a tradição do verdadeiro, do bem e do belo


Felicidade
Como os grandes sábios podem nos ajudar a viver melhor
REVISTA ÉPOCA
Esse episódio foi assim narrado por um historiador: "Demóstenes invejou a glória de Calistrato ao ver a multidão escoltá-lo e felicitá-lo, mas ficou ainda mais impressionado com o poder da palavra, que parecia capaz de levar tudo de vencida". Ele entrou numa escola de oratória. Assim que pôde, processou seus tutores. Ganhou a causa. Mas estava ainda longe de ser notável. Um dia, desanimado, desabafou com um amigo ator. Gente bem menos preparada que ele provocava melhor impressão nas pessoas. O amigo pediu-lhe que recitasse um trecho de Eurípedes ou de Sófocles, dois gigantes do teatro grego. Demóstenes recitou. Em seguida, o amigo leu o mesmo trecho, com o tom dramático de um ator. Era a mesma coisa, e ao mesmo tempo era tudo inteiramente diferente. Demóstenes montou então uma sala subterrânea na qual se enfiava todo dia por demoradas horas para treinar, treinar e ainda treinar. Chegava a raspar um dos lados da cabeça para não poder sair de casa e, assim, praticar sem parar. Para aperfeiçoar a dicção, Demóstenes punha pequenas pedras na boca enquanto falava. Fazia também parte de seu treinamento declamar em plena corrida. Olhava-se num grande espelho para ver se sua expressão causava impacto. Treinamento. Hábito. As recomendações de Aristóteles fizeram de Demóstenes um dos maiores oradores da História da Humanidade.
Outra etapa crucial para a vida feliz, e nisso concordam todas as escolas filosóficas, é lidar bem com a idéia da morte. Montaigne disse que quando queria lidar com o medo da morte recorria a Sêneca. Não por acaso. Ninguém se deteve de forma tão profunda e brilhante sobre a maior das aflições humanas: o medo da morte. Sêneca, numa carta a um discípulo, escreveu uma frase célebre: "E por mais que te espantes, aprender a viver não é mais que aprender a morrer". Sêneca pregava o desprezo pela morte. Não por morbidez ou por pessimismo. É que quem despreza a morte vive, paradoxalmente, melhor. Sobre sua alma não pesa o terror supremo da humanidade: o fim da vida. "Parece inacreditável, mas muita gente morre do medo de morrer", escreveu Sêneca. "Imagine que cada dia vai ser o último, e assim você aceitará com gratidão aquilo que não mais esperava", disse outro sábio da Antiguidade.
Pensar na morte, regularmente, é a primeira e maior recomendação de Sêneca. Os romanos tinham o seguinte provérbio: "Memento mori". Que quer dizer: lembre-se de que vai morrer. Não há como escapar. E no entanto nos atormentamos o tempo todo por algo que com certeza, um dia, se realizará. Esse tormento contínuo nos impede de viver bem. Outro romano, Lucrécio (c. 98 a.C.-55 a.C.), escreveu: "Onde a morte está, não estou. Onde estou, a morte não está". Encontramos uma maneira similar de lidar com a morte nas filosofias orientais. O asceta Milarepa, uma das maiores figuras do budismo, vivia perto de um cemitério para jamais esquecer que um dia iria morrer. "O remédio do homem vulgar consiste em não pensar na morte", escreveu Montaigne. "Isso é uma demonstração de cegueira e de estupidez." Fato: quanto menos pensamos na morte, mais somos assombrados por ela.
Sêneca evocou com freqüência a bravura de personalidades históricas diante da morte. Sócrates, perante a perspectiva de tomar cicuta, manteve a calma e o humor. Consolou os discípulos em vez de ser consolado, episódio que Platão, o maior deles, registrou em sua obra-prima, Fédon. "Chegou a hora de partir, vocês para a vida, eu para a morte", disse Sócrates na hora da execução de sua sentença, segundo Platão. "Qual dos dois destinos é melhor, ninguém sabe." Sêneca mostrou a mesma bravura das pessoas que tanto citou. Acusado de conspiração, recebeu do tirano romano Nero, de quem tinha sido preceptor, a sentença de se matar. Na perpétua instabilidade da sorte, Sêneca passara de homem forte do reinado de Nero (antes que este ficasse louco) a renegado. Como Sócrates, confortou os amigos e familiares que o cercavam desesperados no momento derradeiro. Cortou os punhos e se deixou levar serenamente. 



Sêneca 
(4 a.C.-65 d.C.) 

Seguidor do estoicismo, pregava o desprezo pela morte. Para ele, assim se vivia melhor. Evocava a bravura de personalidades históricas diante da morte, como fez Sócrates, que serenamente bebeu cicuta para cumprir sua sentença. Também ele recebeu a sentença de se matar, do imperador Nero





Aprenda a lidar com a idéia da morte 

Uma pessoa afetada na maneira de falar é afetada em outras coisas. Fale com simplicidade. Silêncio também é bom. "A palavra expõe-nos os mais pesados castigos", disse um sábio."Maas o silêncio jamais tem contas a dar. Não só não causa sede como confere um traço de nobreza"


Demóstenes 
(384 a.C.-322 a.C.) 

Grego, deixou o legado do poder do esforço. Pela persistência nos treinos, aprendeu a falar em público. Tornou-se um dos maiores oradores da História


Veja o lado bom do envelhecimento 

"Todos os homens desejam alcançar a velhice, mas ao ficarem velhos se lamentam", escreveu Cícero. "Os velhos inteligentes, agradáveis e divertidos suportam facilmente a idade. A rabugice e o amargor são deploráveis em qualquer idade



Pensar na morte, para tirar dela o poder aterrorizador, também era recomendado por Marco Aurélio, que comandou o mundo no último grande momento de Roma. Marco Aurélio foi um imperador filósofo, como sonhava Platão. Como imperador, nos primórdios da Era Cristã, Marco Aurélio conduziu uma Roma já ameaçada pelos bárbaros a um derradeiro período dourado. Como filósofo, escreveu, em geral em acampamentos de guerra, reflexões para si próprio, frases curtas e profundas que giravam sobre a efemeridade da glória e da vida. Um discípulo, depois da morte de Marco Aurélio, juntou-as num livro ao qual deu o nome de Meditações. O pensador francês Ernest Renan (1823-1892) disse que os seres humanos estariam sempre de luto por Marco Aurélio. Sugestão do imperador filósofo para o começo de cada dia: "Previna a si mesmo ao amanhecer: vou encontrar um intrometido, um mal-agradecido, um insolente, um astucioso, um invejoso, um avaro".
Marco Aurélio é útil para uma infinidade de situações cotidianas. Somos extraordinariamente suscetíveis à idéia da glória, e é um convite ao bom senso ouvir, a esse respeito, quem foi o dono do mundo. A arrogância, mostra ele, sustenta-se apenas na ignorância e na ilusão. "Cada um vive apenas o momento presente, breve. O mais da vida, ou já se viveu ou está na incerteza. Exíguo, pois, é o que cada um vive. Exíguo, o cantinho da terra onde vive. Exígua, até a mais longa memória na posteridade, essa mesma transmitida por uma sucessão de homúnculos morrediços, que nem a si próprio conhecem, quanto menos a alguém falecido há muito." Marco Aurélio legou à posteridade exemplos memoráveis. Descoberta uma conspiração e executado sem seu conhecimento o traidor, ele lamentou a perda da chance de perdoá-lo. Entregaram-lhe a correspondência do conspirador. Ele queimou-a sem lê-la. Sua atitude diante da discórdia é inspiradora. Estamos a toda hora brigando com alguém e sendo tomados por sentimentos de rancor e aversão. Em suas anotações, Marco Aurélio disse com majestosa sabedoria: "Sempre que você se desentender com alguém, lembre que em pouco tempo você e o outro estarão desaparecidos". Evite brigar. Evite confrontos. Não alimente rancores. Tudo isso é pregado pelos filósofos. "O homem sábio nunca tem maldade e sempre esquece as injustiças de que é vítima", escreveu Aristóteles. Você é teimoso numa discussão? Gosta de comprar briga? Pense na seguinte frase de Montaigne: "Teimar e contestar obstinadamente são defeitos peculiares às almas vulgares. Ao passo que voltar atrás, corrigir-se, abandonar uma opinião errada no ardor da discussão são qualidades raras das almas fortes e dos espíritos filosóficos".
Tão forte como o medo da morte, para a humanidade, é o pesadelo do envelhecimento. Há uma luta inútil e muitas vezes patética pela juventude eterna. Muitos filósofos se detiveram sobre o tema e se esforçaram por nos ajudar a lidar melhor com a passagem do tempo. Um deles foi Cícero (106 a.C.-43 a.C.). Cícero enumera as vantagens desprezadas da velhice. Na dedicatória, ele diz: "Senti tal prazer em escrever que esqueci os inconvenientes dessa idade; mais ainda, a velhice me pareceu repentinamente doce e harmoniosa". Cícero começa por um fato incontestável: "Todos os homens desejam alcançar a velhice, mas ao ficarem velhos se lamentam. Eis aí a conseqüência da estupidez". Depois ele toca num ponto crucial: uma vez que a sorte instável ora nos ergue e ora nos derruba, o que muda mesmo é a maneira com que cada um de nós lida com sua cota de infortúnios. Afirma Cícero: "Os velhos inteligentes, agradáveis e divertidos suportam facilmente a idade, ao passo que a acrimônia, o temperamento triste e a rabugice são deploráveis em qualquer idade".
Cícero é mordaz e divertido. Quando toca na questão da alardeada perda de memória dos anciões, ele contrapõe: "A memória declina se não a cultivamos ou se carecemos de vivacidade de espírito. Os velhos sempre se lembram daquilo que os interessa: promessas, identidade de seus credores e devedores etc.". Permanecer intelectualmente ativo é uma forte recomendação dele. Cícero lembra que, no fim da vida, Sócrates aprendeu a tocar lira. "Acaso os adolescentes deveriam lamentar a infância e depois, tendo amadurecido, chorar a adolescência? A vida segue um curso preciso e a natureza dota cada idade de suas qualidades próprias. Por isso, a fraqueza das crianças, o ímpeto dos jovens, a seriedade dos adultos, a maturidade da velhice são coisas naturais que devemos apreciar cada uma em seu tempo." Cícero acende uma luz para a humanidade ao ajudar a enxergar a velhice sob um aspecto menos negativo. Acender luzes, para nos ajudar na busca de felicidade, é a missão dos filósofos - os eternos amigos da humanidade.

segunda-feira, janeiro 25, 2010

FAÇAM O QUE FAÇO - DIARIO DO AMAPA

Façam o que faço
César Bernardo de Souza
Da equipe de articulistas

Inspiração de Gilvam e orientação de Geovani levaram os Borges (como está convencionado referir-se a dois ou mais membros da família) à decisão de que a família só oferece um candidato para as eleições 2010: Gilvam para o Senado Federal.
Parece simples e é sabia, mas difícil de tomar no caso dos Borges. Quem duvida realmente de uma eleição fácil do Reginaldo à Câmara Federal ou do Dílson, bem construída, para a Assembléia Legislativa? Não há exagero nisso, mas em havendo, pergunte-se: Geovani não se elegeria deputado federal ou estadual? 
Por tais circunstâncias afirmativas quanto às chances que a família teria para eleger um ou dois desses três membros na esteira da campanha eleitoral que o senador Gilvam Borges certamente fará pela reeleição, os Borges dão um exemplo até certo ponto "incômodo": projetos eleitorais familiares não devem exigir demais do povo.
São vários os exemplos de famílias grandemente, digamos, festejadas pelo eleitorado no Amapá: Os Barcellos e os Capiberibes, mais do que os Borges, os Ramos, os Góes, os Amanajás, os Dias, os Pimentel, os Favacho...
A um só tempo os Capiberibes tiveram cadeira no Senado, na Câmara Federal e no Tribunal de Contas., não fosse por mazelas de campanha inadmissíveis pela Justiça Eleitoral superior teriam assento simultâneo no Senado, Câmara Federal, Assembléia Legislativa e no TCE. 
Os Barcellos já tiveram em situação de simultaneidade as cadeiras de governador, deputado federal e Câmara de Vereadores, respectivamente: avô, pai e neto.
Financeiramente essa bondade eleitoral significa muito se somados os salários mensais e muito mais que muito em se falando de "vencimentos" ou de "dividendos".
Curioso é que não é pela soma dos salários que a família eleita fica devedora, dinheiro é dinheiro... vil metal. Deve-se ao povo resultados dos trabalhos parlamentares esperados, sempre muito abaixo das expectativas do eleitorado. Causa, aliás, de queda da família inteira nas urnas... mais dias menos dias.
Logo, com a decisão dos Borges fica-se livre para votar em cinco famílias numa eleição só. Exemplo bom não é vendido, é dado.

Notas: ¹- Filosofou o deputado Camilo (Artigo publicado em o Diário do Amapá, 20/01/2010): A - Faço oposição com responsabilidade. B -As modificações promovidas (no Orçamento) pela AL, apesar de equivocadas, não "inviabilizam" a gestão do estado em 2010 como se divulga nesses dias. Isso não é verdade e faz parte de uma campanha publicitária para pressionar o Poder Legislativo. C -Se o governador Waldez briga para defender o orçamento público ele o faz por ser justa essa luta. D -O que move o governador Waldez a vetar as modificações à LOA é a compreensão de que o que está em jogo é sua autoridade política e seu direito de governar o Amapá até o final do ano de 2010, seja pessoalmente ou através do vice-governador Pedro Paulo Dias de Carvalho. E -Esse direito não decorre da pessoa do governador mas do voto popular que elegeu a chapa Waldez/Pedro Paulo para governar até o último dia do ano de 2010. F -Waldez Góes luta pelo direito de governar G -Por coerência não poderíamos defender algo diferente para o atual chefe do poder executivo (fosse ele quem fosse).
²- Por conta da "altivez" filosófica do deputado socialista, digo, oposicionista, os estudantes, "espontaneamente", acamparam no portão principal do prédio da Assembléia Legislativa. Eles não mudam! ³- Fica sempre, um pouco de perfume, nas mãos que oferecem rosas, nas mãos que sabem ser generosas - ultima musica ofertada à Profª. Risalva pelo Apostolado da Oração, quando o caixão baixou à sepultura. - Tem gente, como ela, que tem cheiro de passarinho quando canta, de sol quando acorda, de flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que balança gostoso numa tarde grande, sem agenda. - Um busto da professora Risalva no pátio central da Seed simbolizaria, bem, uma permanente homenagem aos pioneiros da Educação no Amapá.

César Bernardo de Souza 
Articulista
E-mail: cesarbernardosouza@bol.com.br



terça-feira, janeiro 19, 2010

QUESTÃO DE ORDEM

QUESTÃO DE ORDEM


Carlos Bezerra (jornalista.cbezerra@gmail.co – www.jornalistacbezerra.blogspo.com)

Sobre Fé e Fanatismo

Fé, como se sabe, consiste em crer, não naquilo que parece verdadeiro, mas naquilo que parece falso a nosso entendimento. Somente pela fé é que asiáticos e africanos podem crer na viagem de Maomé (Muhammad) por todos os planetas nas encarnações do deus Fô, de Vishnu, de Xaca, de Brahma, de Samonocodom, etc... Eles submetem seu entendimento, tremem ao analisar os fatos, não querem ser jogados nas fogueiras e confessam: “Eu creio”. É claro que esse princípio, o da submissão, vale para os seguidores e praticantes de toda e qualquer religião, não esquecendo que política, num certo sentido, também é uma espécie de religião, na medida em que tem seus “deuses”, acólitos e seguidores. Não à toa, Friedrich Nietzche dizia que, “quando uma pessoa chega à conclusão de que precisa ser comandado, torna-se “crente”, caso em que, é possível imaginar que um homem absolutamente livre, possa ser tentado a dançar, até mesmo à beira de precipícios”.

Há fé nas coisas espantosas e há fé nas coisas contraditórias e impossíveis, afirma François-Marie Arouet, conhecido mundialmente pelo nome de Voltaire, filósofo francês do século XVII.

Os hindus acreditam que Vishnu se encarnou quinhentas vezes; isso é realmente algo espantoso. E dirão ele a seu bonzo: “Temos fé”. Eu, de minha parte, prefiro jogar no time de Baruch de Espinoza, que dizia não ser possível ter fé sobre os escombros da razão Se pelo menos Deus atendesse pelo nome de Lógica... Mas não atende. Do alto da Sua onipotência, quer o que os italianos chamavam schiavi, os romanos servis, os eslavos slavs e os portugueses escravos. E esse Deus Todo-Poderoso, segundo os crentes, quer que todos aqueles paridos de um ventre de mulher, se submetam sem razão e sem porquê.

Ao longo da história, o que não faltam são exemplos do fanatismo que oblitera a razão e leva pessoas à prática de males terríveis e tenebrosos, a começar pelo estreitamento da mente e da visão das coisas, que em tese, as religiões deveriam abrir. Talvez o mais detestável exemplo de fanatismo tenha sido aquele dos burgueses de Paris, que assassinaram, degolaram, atiraram pelas janelas de edifícios e despedaçaram seres humanos na chamada “Noite de São Bartolomeu” apenas porque não iam à missa, dita santa.

O pior é que, em pleno século XXI, o fanatismo continua mais ativo que nunca. Fanáticos petistas dizem que D. Lula I é uma espécie de “Sanctu Sanctorum” da política. Seus adversários, por sua vez, afirmam que ele tem na testa, marcado a ferro e fogo, o numero 666, ou seja a besta do Apocalipse brasileiro. Tolice. Nem uma coisa e nem outra. Ele é apenas um oportunista, esperto o suficiente para sair da condição de simples metalúrgico para a Presidência da República.

Se, pelo menos conhecêssemos um pouco de filosofia... Mas não conhecemos nada, absolutamente nada. Sabe-se que a filosofia é o remédio mais eficaz contra o fanatismo e os males provocados por ele, porque seu efeito é tornar a alma tranquila, e o fanatismo é incompatível com a tranquilidade.

"Os hindus acreditam que Vishnu se encarnou quinhentas vezes; isso é realmente algo espantoso. E dirão ele a seu bonzo: "Temos fé". Eu, de minha parte, prefiro jogar no time de Baruch de Espinoza, que dizia não ser possível ter fé sobre os escombros da razão Se pelo menos Deus atendesse pelo nome de Lógica... Mas não atende. Do alto da Sua onipotência, quer o que os italianos chamavam schiavi, os romanos servis, os eslavos slavs e os portugueses escravos."

sexta-feira, janeiro 15, 2010

O HAITI MAIS PERTO DE NÓS - 16 jan

O HAITI MAIS PERTO DE NÓS.


(Publicado em O Diário do Amapá - em 16 de janeiro 2010)


Estamos sem palavras que traduzam bem toda extensão dos nossos sentimentos de solidariedade ao povo haitiano, em face de perdas tão terríveis. Foi provação demais essa enorme destruição causada pelo terremoto que botou no chão a cidades de Porto Príncipe, como ocorreu a Galenk e Izmit, na Turquia em 1999. O que vimos foi o retrato de escombros e debaixo milhares de pessoas, milhares de cadáveres.

Emocionam essas cenas tristes, nos faz chorar imagens de crianças como a de Peia, e de homens já muito maduros vasculhando ruínas em busca de seus valores, às vezes alguma fotografia, uma sandália, um chapéu, qualquer coisa que fique como lembrança material dos pais, da esposa, filhos, parentes e amigos mortos e sepultos sob aquelas montanhas de escombros.

Tomara, perante a desgraça, seja o povo haitiano tornado preferencial por causa da pobreza e do direito que convencem tratar-se de pessoas donas de um país transformado em altar por causa da dor e em templo por causa da fé no futuro, que haverá de sustentá-las. Dessa vez o mundo vai perceber esse seu pedacinho.

O Haiti de que sempre ouvi falar é uma terra de valentes, povo capaz das grandes vitórias contra a tirania e de sacrifícios pela sobrevivência mais comezinha, umas que triunfam outras que, ao final, purificam. Olhando o povo haitiano pelos olhos desse terremoto o que vemos, na verdade, é um país e um povo parecidos com o oceano agitado que encanta e afronta, ou com um lago quieto que deslumbra e de repente transborda tragicamente.

E vendo, como a televisão tem mostrado, aquela gente posta nas ruas pela fúria do grande terremoto, mas ainda à espera de outros terremotos, somos forçados a admitir que pais, filhos, parentes, amigos haitianos por alguns dias não poderão pensar em nada concretamente, não terão palavras, ficarão vazios de sonhos, parecerão agora sim “homens sem alma”. Precisarão de ajuda.

Nós, brasileiros, conhecemos bem o peso das tragédias humanas sociais e econômicas que se abatem sobre os povos – as que vêm do furor da natureza e as causadas pelas mãos pesadas dos governos ruins, corruptos, que usurpam do país a capacidade de socorrer o povo em momentos assim.

Estejam certos os haitianos do Haiti e do mundo, principalmente os que possam estar entre nós aqui no Amapá que, agora, os brasileiros são mais seus irmãos que antes porque morremos juntos. Ficaram entre os mortos de Porto Príncipe alguns dos nossos soldados e mais uma santa brasileira: D. Zilda Arns. Somos uma grande nação cristã, temos sim, para os haitianos, solidariedade, fé no futuro, braços para o abraço , tudo em fim que saia de nós, rompa a distancia voando até seus lares, nos unindo no esforço de devolver-lhes a rotina da vida, a paz, o conforto espiritual e mesmo um pouco de prosperidade.

Tudo uma pena, um desperdício de vidas preciosas. Depois de passada mais essa indescritível provação ficará ao povo haitiano a elevada tarefa de recapturar a alma de sob os escombros. Foi também a cada cidadão desse pobre Haiti que o poeta Fernando pessoa disse: “Quem quer passar além do Bojador tem que passar além da dor...”.



Notas: ¹-Aqui no Amapá também vivemos nossa tragédia particular: enterramos a Professora Risalva Amaral, soberana mesmo morta. ²- Fica sempre, um pouco de perfume, nas mãos que oferecem rosas, nas mãos que sabem ser generosas – ultima musica ofertada à Profª. Risalva pelo Apostolado da Oração, quando o caixão baixou à sepultura. ³- Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta, de sol quando acorda, de flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que balança gostoso numa tarde grande, sem agenda. 4-Vendo o corpo da Professora sendo devolvido ao pó renovei meu compromisso de pisar este chão com muito respeito. Novamente entendi que ao lado de pessoas como ela pode ser janeiro, mas parece a manhã de Natal do tempo em que a gente acordava ansioso por encontrar o presente do Papai Noel sobre o sapato deixado à noite debaixo da cama . 5-Hoje estou vivendo o primeiro dia dos meus 59 anos de idade: obrigado a todas as pessoas que fazem parte dessa minha vida. 6-Sou voluntário para o Haiti – é só convocar.

- (http://cesarbernardo-finalmente.blogspot.com – http://cesarbernardosouza.zip.net)

16 JAN - D. POSITIVO (HAITI)

16 JAN D. POSITIVO




EDITORIAL:

O HAITI MAIS PERTO DE NÓS.



Estamos sem palavras que traduzam bem toda extensão dos nossos sentimentos de solidariedade ao povo haitiano, em face de perdas tão terríveis. Foi provação demais essa enorme destruição causada pelo terremoto que botou no chão a cidades de Porto Príncipe, como ocorreu a Galenk e Izmit, na Turquia em 1999. O que vimos foi o retrato de escombros e debaixo milhares de pessoas, milhares de cadáveres.

Emocionam essas cenas tristes, nos faz chorar imagens de crianças como a de Peia, e de homens já muito maduros vasculhando ruínas em busca de seus valores, às vezes alguma fotografia, uma sandália, um chapéu, qualquer coisa que fique como lembrança material dos pais, da esposa, filhos, parentes e amigos mortos e sepultos sob aquelas montanhas de escombros.

Tomara, perante a desgraça, seja o povo haitiano tornado preferencial por causa da pobreza e do direito que convencem tratar-se de pessoas donas de um país transformado em altar por causa da dor e em templo por causa da fé no futuro, que haverá de sustentá-las. Dessa vez o mundo vai perceber esse seu pedacinho.

O Haiti de que sempre ouvi falar é uma terra de valentes, povo capaz das grandes vitórias contra a tirania e de sacrifícios pela sobrevivência mais comezinha, umas que triunfam outras que, ao final, purificam. Olhando o povo haitiano pelos olhos desse terremoto o que vemos, na verdade, é um país e um povo parecidos com o oceano agitado que encanta e afronta, ou com um lago quieto que deslumbra e de repente transborda tragicamente.

E vendo, como a televisão tem mostrado, aquela gente posta nas ruas pela fúria do grande terremoto, mas ainda à espera de outros terremotos, somos forçados a admitir que pais, filhos, parentes, amigos haitianos por alguns dias não poderão pensar em nada concretamente, não terão palavras, ficarão vazios de sonhos, parecerão agora sim “homens sem alma”. Precisarão de ajuda.

Nós, brasileiros, conhecemos bem o peso das tragédias humanas sociais e econômicas que se abatem sobre os povos – as que vêm do furor da natureza e as causadas pelas mãos pesadas dos governos ruins, corruptos, que usurpam do país a capacidade de socorrer o povo em momentos assim.

Estejam certos os haitianos do Haiti e do mundo, principalmente os que possam estar entre nós aqui no Amapá que, agora, os brasileiros são mais seus irmãos que antes porque morremos juntos. Ficaram entre os mortos de Porto Príncipe alguns dos nossos soldados e mais uma santa brasileira: D. Zilda Arns. Somos uma grande nação cristã, temos sim, para os haitianos, solidariedade, fé no futuro, braços para o abraço , tudo em fim que saia de nós, rompa a distancia voando até seus lares, nos unindo no esforço de devolver-lhes a rotina da vida, a paz, o conforto espiritual e mesmo um pouco de prosperidade.

Tudo uma pena, um desperdício de vidas preciosas. Depois de passada mais essa indescritível provação ficará ao povo haitiano a elevada tarefa de recapturar a alma de sob os escombros. Foi também a cada cidadão desse pobre Haiti que o poeta Fernando pessoa disse: “Quem quer passar além do Bojador tem que passar além da dor...”.



O Anjo LAOVIAH é invocado contra as fraudes e para obter a vitória. Influencia os grandes personagens que marcaram a história e ajuda o homem a obter graças pelo seu talento natural. A ajuda deste anjo será fornecida através das experiências de vida.

Quem nasce sob esta proteção, poderá descobrir muitas coisas que usará de forma prática no dia-a-dia. Será célebre por seus atos, melhorando sua personalidade a cada nova experiência vivida. Terá por todos com os quais se relacionar, sentimentos fortes e duradouros, pois tem uma intensa capacidade para amar Enfrentará grandes desafios, tanto na vida sentimental quanto na vida profissional.

Profissionalmente fará sucesso em qualquer atividade, pois com sua coragem, nenhum obstáculo será suficientemente grande para detê-lo. Terá tendência para ser uma estrela no mundo político e na vida social. Poderá atuar como jornalista ou tornar-se um romancista célebre. Como hobby poderá dedicar-se à arte, à moda, à decoração e ao artesanato.

Categoria: Querubim Príncipe: Raziel Protege os dias: 30/03 - 11/06 - 23/08 - 04/11 - 16/01 Número de sorte: 7 Mês de mudança: julho Carta do tarô: O carro

Está presente na Terra: de 3:20 às 3:40 da manhã



Salmo: 17

Este salmo ajuda:



• a vitória contra fraudes e calúnias;

• os relacionamentos afetivos;

• a inspiração, criatividade, despojamento e humildade;

• a conscientização de que a força de vontade e a boa vibração de pensamentos são essenciais para se alcançar a felicidade



Ouve, Senhor, a justa causa; atende ao meu clamor; dá ouvidos à minha oração, que não procede de lábios enganosos. Venha de ti a minha sentença; atendam os teus olhos à eqüidade. Provas-me o coração, visitas-me de noite; examinas-me e não achas iniqüidade; a minha boca não transgride. Quanto às obras dos homens, pela palavra dos teus lábios eu me tenho guardado dos caminhos do homem violento. Os meus passos apegaram-se às tuas veredas, não resvalaram os meus pés. A ti, ó Deus, eu clamo, pois tu me ouvirás; inclina para mim os teus ouvidos, e ouve as minhas palavras. Faze maravilhosas as tuas beneficências, ó Salvador dos que à tua destra se refugiam daqueles que se levantam contra eles. Guarda-me como à menina do olho; esconde-me, à sombra das tuas asas, dos ímpios que me despojam, dos meus inimigos mortais que me cercam. Eles fecham o seu coração; com a boca falam soberbamente. Andam agora rodeando os meus passos; fixam em mim os seus olhos para me derrubarem por terra. Parecem-se com o leão que deseja arrebatar a sua presa, e com o leãozinho que espreita em esconderijos. Levanta-te, Senhor, detém-nos, derruba-os; livra-me dos ímpios, pela tua espada, dos homens, pela tua mão, Senhor, dos homens do mundo, cujo quinhão está nesta vida. Enche-lhes o ventre da tua ira entesourada. Fartem-se dela os seus filhos, e dêem ainda os sobejos por herança aos seus pequeninos. Quanto a mim, em retidão contemplarei a tua face; eu me satisfarei com a tua semelhança quando acordar. AMÉM!



¹-Aqui no Amapá também vivemos nossa tragédia particular: enterramos a Professora Risalva Amaral, soberana mesmo morta. ²- Fica sempre, um pouco de perfume, nas mãos que oferecem rosas, nas mãos que sabem ser generosas – ultima musica ofertada à Profª. Risalva pelo Apostolado da Oração, quando o caixão baixou à sepultura. ³- Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta, de sol quando acorda, de flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que balança gostoso numa tarde grande, sem agenda. 4-Vendo o corpo da Professora sendo devolvido ao pó renovei meu compromisso de pisar este chão com muito respeito. Novamente entendi que ao lado de pessoas como ela pode ser janeiro, mas parece a manhã de Natal do tempo em que a gente acordava ansioso por encontrar o presente do Papai Noel sobre o sapato deixado à noite debaixo da cama . 5-Hoje estou vivendo o primeiro dia dos meus 59 anos de idade: obrigado a todas as pessoas que fazem parte dessa minha vida. 6-Sou voluntário para o Haiti – é só convocar.





Bertold Brecht

Há homens que lutam um dia, e são bons; Há outros que lutam um ano, e são melhores;

Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons; Porém há os que lutam toda a vida

Estes são os imprescindíveis.



Do rio que tudo arrasta---- se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem.



O Vosso tanque General, é um carro forte ----. Derruba uma floresta esmaga cem Homens,

Mas tem um defeito - Precisa de um motorista .

O vosso bombardeiro, general É poderoso: Voa mais depressa que a tempestade

E transporta mais carga que um elefante. Mas tem um defeito - Precisa de um piloto.

O homem, meu general, é muito útil: Sabe voar, e sabe matar. Mas tem um defeito

- Sabe pensar





Nada é impossível de mudar



Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.

E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.



Procuram-se Poetas ! Inscrições até 20 Janeiro de 2010

www.worldartfriends.com





ABRAÇOS:

-TADEU – JOÃO – ERÔNIMO – EUCLIDES – P. SLVA – P. FIGUEIREDO – FROTA – PIERRE – ZAIDE – TELMA – P. TARSO – MARLENE – VIDAL – CLEUDA AMANAJÁS –BONFIM



COMENTÁRIOS:

-DESCARTE DE FACAS, CARROS

-CORREIOS – CARTEIROS PENDURANDO CORRESPONDENCIAS

-VICE PREFEITA

-PROF. ROSALVA

-ZILDA ARNS

-TURISMO COM VOOS

-MARCONDES PIMENTA X TRATAMENTO DISENSADO A DOENTES DE CANCER

-JULIANA X RODOLFO

-ALUNOS VÃO VALORIZAR O ESFORÇO DOS PAIS PARA MATRICULÁ-LOS?

-EMTU=ENTREVISTS DO JAIR NA GIRLENE

-COMANDANTE DA CAPITANIA QUER IR EMBORA E ESTÃO AJUDANDO....

http://cesarbernardo-finalmente.blogspot.com





REPÚBLICA DO HAITI (01/01/1804)

Animal-símbolo – tocoroco-hispaniola?, Hispaniolan Trogon (Priotelus roseigaster)

Lema – “L'UNION FAIT LA FORCE” (francês)

(“A União Faz a Força” – “La unión hace la fuerza”)

Haiti – Republic of Haiti – République d’Haïti – Repiblik d Ayiti (crioulo haitiano)

Capital – Porto Príncipe (Port-au-Prince).

Religião – Cristianismo 96,1% (católicos 80,3%, protestantes 15,8%), sem filiação 1,2%, outras 2,7%. A religião oficial é a católica, mas a influência africana é marcante em práticas religiosas como o vodu.

Moeda (numismática) – gourde. Código internacional ISO 4217: HTG. O gourde é a unidade monetária do Haiti e está dividida em 100 cêntimos. A palavra “Gourde” significa uma americana tropical evergreen that produces large round gourds...

O selo postal acima “Haiti” (WNS nº. UN322.06) foi emitido pela Organização das Nações Unidas (Post United Nations Vienna) em 5/10/2006 e compreende uma série de oito valores sobre “Coins and Flags”.

Ocupa o lado oeste da ilha Hispaniola (a República Dominicana tem os outros dois terços da ilha), no mar do Caribe. Seu relevo é montanhoso e a agricultura, a base de sua economia.

O Haiti é o primeiro território americano a ser descoberto por Cristóvão Colombo. Também é a primeira colônia de maioria negra a conquistar a libertação dos escravos, em 1794.

É o país mais pobre da América Central. Nos últimos anos apresenta ligeiro avanço na qualidade de vida de sua população. A taxa de analfabetismo, por exemplo, que em 1985 era de 62%, diminui para 55% em 1995.

História

A ilha Hispaniola é descoberta por Cristóvão Colombo em 06/12/1492. Os espanhóis ocupam, de início, apenas o lado oriental. No final do século XVI, quase toda a população de índios arauaques havia sido dizimada.

A parte ocidental da ilha, onde hoje fica o Haiti, é cedida à França pela Espanha em 1697 e renomeada Saint Domingue.

No século XVIII é a mais próspera das colônias francesas: graças aos escravos africanos, exporta açúcar, cacau e café. Foi entre 1795 a 1804, uma colônia francesa. Em 1844, a parte oriental da ilha tornou-se República Dominicana.

Ex-escravos no poder

Influenciados pela Revolução Francesa, os escravos – cujo número superava em dez vezes o de franceses e mestiços – rebelam-se em 1791 e três anos depois conquistam a abolição da escravatura.

O ex-escravo Toussaint L’Ouverture comanda em 1794 um exército local que defende a colônia contra forças inglesas e espanholas, ganhando para a França o domínio de toda a ilha.

Em 1801, Toussaint convoca uma Assembleia que o nomeia governador vitalício e promulga uma Constituição, mas logo depois é preso e enviado à França, onde morre.

No dia 07/04/2003 foi emitida uma série de 7 valores alusiva ao Bicentenário da Morte de Toussaint Louverture; abaixo um dos selos, com valor facial de 1,00 gourde, que mostra a inscrição: “7 AVRIL 1803 – BICENTENAIRE DE LA MORT DE TOUSSAINT LOUVERTURE – 7 AVRIL 2003”.

Os generais Jacques Dessalines e Alexandre Pétion expulsam definitivamente os franceses em 1803, e a independência é declarada em 1804.

Dessalines proclama-se imperador, mas, após seu assassinato, em 1806, o país se divide em dois, e a parte oriental (atual República Dominicana) é retomada pela Espanha.

Em 1822, o presidente Jean-Pierre Boyer consegue reunificar a Nação, mas a união não sobrevive a sua derrubada em 1844.

Para proteger seus privilégios comerciais no país, os EUA ocupam o Haiti entre 1915 e 1934, favorecendo a elite mulata haitiana, que vive em conflito com a população negra.

Duvalierismo

Após novo período de instabilidade, o médico negro François Duvalier é eleito Presidente em 1957 e instaura uma Ditadura baseada no terror dos “tontons macoutes” (bichos-papões), sua guarda pessoal, e no vodu – culto originário do Benin (África), semelhante ao Candomblé.

Presidente vitalício a partir de 1964, “Papa Doc”, como Duvalier fica conhecido, extermina a oposição e persegue a Igreja Católica. Sua morte, em 1971, conduz ao poder seu filho Jean-Claude Duvalier, o “Baby Doc”.

Ao final de 15 anos de desequilíbrio econômico e social, repressão política e corrupção, os protestos populares se intensificam e, em 1986, Baby Doc foge para a França, deixando em seu lugar uma junta chefiada pelo general Henri Namphy.

Aristide deposto

Sob nova Constituição realizam-se eleições presidenciais livres em dezembro de 1990, vencidas pelo padre de esquerda Jean-Bertrand Aristide. Empossado em fevereiro de 1991, Aristide é deposto em setembro em um golpe de Estado liderado pelo general Raoul Cédras.

A ONU e os EUA impõem sanções econômicas ao país para forçar a volta de Aristide que, em julho de 1993, assina um pacto com Cédras, em Nova York, prevendo seu retorno ao cargo. Em outubro, grupos paramilitares impedem o desembarque de soldados norte-americanos de uma Força de Paz da ONU no Haiti.

O crescimento do êxodo de refugiados haitianos para os EUA aumenta as pressões de Washington pela volta de Aristide. Em maio de 1994, o Conselho de Segurança da ONU decreta o bloqueio total ao país.

Os EUA denunciam como ilegal a manobra da junta haitiana que colocara o civil Émile Jonassaint na Presidência e em julho obtêm autorização da ONU para uma intervenção militar no Haiti.

Intervenção norte-americana

O ex-presidente e mediador dos EUA Jimmy Carter obtém um acordo com Cédras: em troca de anistia, os militares deixam o poder, e tropas norte-americanas entram no país em setembro de 1994 para assegurar o retorno à legalidade.

Aristide volta e reassume como presidente em outubro, escolhendo Smarck Michel seu primeiro-ministro. Em março de 1995, as forças dos EUA começam a ser substituídas por soldados da ONU. O Exército é dissolvido em abril.

O Movimento Lavalas – uma aliança de três partidos ligados a Aristide – ganha a maioria das cadeiras nas eleições legislativas de junho de 1995 e, em dezembro, seu candidato René Préval é eleito presidente com 87,9% dos votos.

Novo governo

A posse de Préval, em 07/02/1996, é a primeira no Haiti em que um Presidente eleito entrega o poder a um sucessor também escolhido em eleições. No final do mês, o economista Rony Smarth é aprovado Primeiro-ministro pelo Congresso.

Em março, Préval anuncia plano de privatizar as estatais, desencadeando uma onda de protestos. Em agosto, o Lavalas é responsabilizado pelo assassinato de dois líderes direitistas.

Aristide, que anuncia sua intenção de concorrer à Presidência no ano 2000, afasta-se do Lavalas e funda em novembro o movimento Família Lavalas.

Em janeiro de 1997, a República Dominicana decide expulsar os imigrantes ilegais haitianos, mas interrompe o envio diante dos protestos do Haiti à chegada dos primeiros 16 mil deportados.

No país crescem os protestos contra a adoção de um programa de ajuste e corte de gastos públicos acertado pelo Primeiro-ministro Smarth com o FMI.

Smarth sobrevive a um voto de desconfiança do Congresso, em março, mas a crise política se acentua, e menos de 10% dos eleitores votam nas eleições legislativas e municipais de abril.

Uma greve dos professores fecha as escolas do país, no qual o desemprego atinge 70% da população ativa. A fome se alastra no interior.

Smarth renuncia em junho, porém continua no cargo até outubro. Em julho, o contingente da ONU deixa o Haiti.

Em novembro, o Presidente Préval indica Hervé Denis para o cargo de Primeiro-ministro, decisão que ainda precisa ser ratificada pelo Congresso...

Contribuição brasileira – Em 2004, o governo do Brasil envia tropas do exército ao país para promover a paz e ajudar o povo haitiano (MINUSTAH)...

Selos são emitidos pelo Haiti desde 1881. O primeiro selo postal foi emitido em 1881 (Scott: 1, SG: 1), com valor facial de 1 cent, vermelho.

O primeiro selo comemorativo do país, emitido em 1929 (Scott: 321. SG: 305. Valor facial: 10 c, vermelho), marca a Assinatura do Tratado de Fronteiras entre o Haiti e a República Dominicana.

Afro-americanos e eurafricanos 96%, europeus meridionais 3%, outros 1% (1996), compõem a população de 7,4 milhões (1997) de nacionalidade haitiana. O idioma oficial é o francês e o crioulo, sendo que 90% da população fala crioulo haitiano (Haitian Creole) – um dialeto que combina o francês com vários dialetos africanos... talvez como nos territórios franceses de Guadalupe, Guiana Francesa e Martinica...





Hstória do Haiti

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Os primeiros humanos no Haiti, também conhecido como La Española' ou Hispaniola, chegaram à ilha há mais de 1000 anos aC, possivelmente 7000 aC. Em 5 de dezembro de 1492, Cristóvão Colombo ao viajar para o ocidente atingiu uma grande ilha. Mais tarde passou a ser chama de São Domingos; dividida entre dois países - a República Dominicana e o Haiti - , é a segunda maior das Grandes Antilhas, com a superfície de 76.192 km² e cerca de 9 milhões de habitantes. Com 640 km de extensão entre seus pontos extremos, a ilha tem formato semelhante à cabeça de um caimão (pequeno crocodilo abundante na região), cuja "boca" aberta parece pronta a devorar a pequena ilha de Gonâve. O litoral norte abre-se para o oceano Atlântico, e o sul para o mar do Caribe (ou das Antilhas).

Conquista espanhola

Depois da chegada de Colombo, os espanhóis estabeleceram fortes no litoral da ilha; depois da segunda viagem de Colombo à ilha, a colonização foi estendida para toda a ilha, ocorrendo a escravização de indígenas para a agricultura e cerâmica. A partir de 1520 a colonização espanhola no Haiti teve sua decadência. Depois da decadência espanhola, a partir de 1625, a ilha teve grande influência francesa. Em 1697 a Espanha e a França assinaram o Tratado de Ryswick, que determina a passagem do controle da ilha para a França. Por essa época praticamente toda a população nativa havia sido dizimada pela força e pelas doenças.

Colonização francesa

Abrigados na estratégica ilha de Tortuga, os piratas franceses passaram a ocupar partes da ilha. As tropas enviadas para combatê-los acabaram por se estabelecer na sua porção ocidental. Os conflitos com os espanhóis duraram pelo menos até 1776, quando o terço ocidental da ilha passou definitivamente ao domínio francês. Durante todo o século XVIII os franceses incrementaram a formação da lavoura açucareira na região, importando escravos africanos em grande quantidade. Ao começar a Revolução Francesa, viviam na colônia cerca de 500 mil negros, 24 mil mestiços e 32 mil brancos. O Haiti, proporcionalmente a seu território e sua rentabilidade, podia ser considerado como uma das mais ricas colônias da América, a "pérola das Antilhas".

Independência

O Haiti foi o primeiro país latino-americano a declarar-se independente. Os movimentos insurrecionais da população escrava, numericamente com uma superioridade esmagadora, começaram a se tornar frequentes. Em 1754 havia 465 mil escravos, e a classe dominante era composta por apenas 5 mil brancos, sendo o restante de negros e mulatos livres e brancos pobres. Nesse ano desencadeou-se a revolta do escravo Mackandal, que utilizou os ritos do vodu para aterrorizar os senhores e unir os escravos contra eles. Após quatro anos de guerrilhas, Mackandal foi preso e condenado à fogueira como feiticeiro, mas diz-se que fugiu pouco antes da execução. Em consequencia, os franceses passaram a reprimir o vodu.

A Revolução Francesa, com seus ideais de liberdade, foi o estopim para outra revolta, liderada pelo mulato Vicente Ogé, que acabou preso e supliciado na roda. Mas a rebelião se espalha e os escravos passam a fugir em massa e massacrar seus senhores, estimulados pela própria dissenção entre os brancos sobre o apoio aos revolucionários na França ou a independência da colônia. Financiados pelos ingleses e espanhóis, inimigos dos franceses, negros e mulatos se unem sob a liderança de Toussaint l'Ouverture, um escravo negro que aprendera a ler e adquirira certa cultura intelectual. Em 1794, a França declara a abolição da escravidão nas colônias, conseguindo que Toussaint passasse a apoiar as autoridades francesas. Pouco a pouco seu prestígio foi crescendo entre brancos e negros. Em 1801, após derrotar os ingleses e espanhóis, Toussaint preparou a independência do Haiti como um estado associado à França revolucionária. Em seguida, cuidou da volta dos ex-escravos à lavoura do país quase devastado e preparou um projeto de constituição. Entretanto, o novo governo revolucionário francês, sob o comando do cônsul Napoleão Bonaparte, rejeitou a proposta de Toussaint e mandou o general Leclerc para recuperar a rica colônia. Valendo-se da traição, Leclerc enviou Toussaint para a França, onde morreu prisioneiro. Porém, um dos generais de Toussaint, o ex-escravo e analfabeto Jean-Jacques Dessalines continuou a rebelião e expulsou as tropas francesas, proclamando a independência em 1 de janeiro de 1804. Nomeado governador da ilha, Dessalines se proclama imperador, como Napoleão e unifica a ilha. Dois anos depois, é deposto e morto e o país tem o controle dividido entre Henri Christophe, que funda um reino ao norte, e Alexandre Pétion, liderando uma república ao sul, e voltando o leste aos espanhóis. A unificação do país só acontece em 1820 sob o governo de Jean-Pierre Boyer, que governou como ditador até 1843.

[editar] Intervenção americana

Entre a deposição de Boyer e a intervenção dos Estados Unidos, o Haiti conheceu vinte e um governantes que tiveram final trágico. Digno de nota foi Faustin Soulouque, que, nomeado presidente em 1847, conquistou a República Dominicana em 1849 e foi proclamado imperador, promovendo um renascimento das práticas vodus e apoiando-se nos negros. A luta pela independência dos dominicanos levou à derrocada de seu governo, tendo sido deposto em 1858 e exilado. Dos demais governantes, um presidente foi envenenado, outro morreu na explosão de seu palácio, outros foram condenados à morte e um deles, Vilbrum Sam, foi linchado pelo povo. A economia caótica e a instabilidade institucional levaram os EUA a intervir no país a fim de cobrar a dívida externa. Em 1905, passaram a controlar as alfândegas e, em 1915, invadiram militarmente a ilha e assumiram o governo. A intervenção reorganizou as finanças e impulsionou o desenvolvimento da nação. Os americanos impuseram uma nova constituição e se comprometeram a respeitar a soberania do país. Seguiram-se sucessivos governos da elite mulata. A presença das tropas americanas impediam a anarquia e a guerra civil, porém não puderam conter a fragilidade dos governos nem a constante oposição dos nacionalistas, que não desejavam a continuidade das tropas estrangeiras. Em 1934, os EUA retiraram suas tropas e, em 1941, abdicaram do controle alfandegário.

Era Magloire

Em 1946, uma rebelião popular derruba o presidente mulato Elis Lescot, levando ao poder o negro Dumarsais Estimé, que é destituído por um golpe militar liderado por Raoul Magloire em 1950. Durante o governo de Magloire, é promulgada uma nova constituição que, pela primeira vez, dá ao povo haitiano o direito de eleger diretamente o presidente. Magloire, porém, decide perpetuar-se no poder com o apoio do exército, o que provoca uma violenta reação popular, resultando na renúncia do presidente. Segue-se novo período de instabilidade: nos nove meses seguintes à queda de Magloire, o Haiti conhece sete governantes diferentes. Finalmente, em 1957, após eleições de validade duvidosa, é eleito o intelectual negro François Duvalier.

Era Duvalier

O período mais sombrio na história do Haiti iniciou-se em 1957 com a ditadura de François Duvalier. Médico sanitarista com certo prestígio mundial, devido a suas ligações com o movimento negro, realizara excelente trabalho junto às populações rurais no combate à malária, sendo apelidado de Papa Doc(papai médico). O regime montou um aparato de repressão militar que perseguiu seus opositores, torturando-os e assassinando muitos deles. A repressão era encabeçada pela milícia secreta dos tontons macoutes, cuja tradução é "bichos papões". Apoiado no vodu, Papa Doc morreu em 1971, após ter promulgado uma constituição em 1964 que lhe dera um mandato vitalício e ter conseguido que seu filho menor fosse declarado seu sucessor. Seu filho Jean Claude Duvalier, o Baby Doc, que assumiu o poder aos 19 anos, deu continuidade ao regime de terror imposto pelo pai. Governou até 1986, quando foi deposto por um golpe militar. Os militares que assumiram o poder sucederam-se no governo por vários anos. A esperança de redemocratização surgiu em 1990, quando ocorreram eleições livres e a população elegeu o padre Jean Bertrand Aristide para presidente.

Era Aristide

O Haiti de 1986 a 1990 foi governado por uma série de governos provisórios. Em 1987, uma nova constituição foi feita. Em dezembro de 1990, Jean-Bertrand Aristide foi eleito com 67% dos votos. Porém poucos meses depois, Aristide foi deposto por um novo golpe militar e a ditadura foi restaurada no Haiti.

Em 1994, Aristide retornou ao poder, com auxílio do Estados Unidos. Mesmo assim, o ciclo de violência, corrupção e miséria não foi rompido. Em dezembro de 2003, sob pressão crescente da ala rebelde, Aristide prometeu eleições novas dentro de seis meses. Os protestos contra Aristide, em janeiro de 2004, fizeram várias mortes na capital do Haiti, Porto Príncipe. Em fevereiro, com o avanço dos rebeldes, o ex-presidente foge para a África e o Haiti sofre intervenção internacional pela ONU

quinta-feira, janeiro 14, 2010

09 JAN 2010 - CRÔNICA DO PROFESSOR MUNHOZ II

CRÔNICA DO PROFESSOR MUNHOZ* – 09/01/2010




Terminamos o programa da semana passada (02/01/2010), implorando ao Sr.Prefeito que não acabe com a historia da cidade, trocando o nome das ruas, que é um desrespeito àqueles que deixaram seus nomes para a posteridade. E usei uma expressão que repito agora: “Que não se tire a roupa de um santo para cobrir outro”. Vamos respeitar o passado, porque um dia todos seremos o passado, que hoje nós menosprezamos.

Não temos absolutamente nada contra as homenagens, elas são justas, mas não em detrimento do que já existe., dou um exemplo: por muitos anos, na Presidente Vargas, morou uma das pessoas mais integras que já conheci. Por sinal, foi minha primeira grande amiga, nesta cidade, a Professora Ester Virgolino.

Pois bem, quiseram mudar o nome da rua onde residiu? Nada! Há 50 anos moro na Coriolano Jucá, tendo só no Hotel Sto. Antonio residido 49 anos, três meses e três dias. Se eu morrer de uma hora para outra, já que estou com 74 anos, é justo mudar o nome da avenida, onde por meio século resido? De jeito nenhum.

O Sr. Prefeito ao mudar o nome de uma avenida importante, afirmou que outras famílias também recebiam sua homenagem. Concordo, mas não destronando figuras importantes do passado. Ainda usando palavras do Sr. Prefeito, que afirmou que demonstrava o interesse do município em manter viva a historia, eu pergunto: que história? A passada ou a atual?

E lembro de uma definição dos romanos: “Historia magistra vitae est”. A historia é a mestra da vida. E com essa farra de mudanças de nomes de logradouros públicos, não aconteça de um prefeito futuro fazer o que fez um de São Luiz do Maranhão: que volte tudo como era antes. Está certo, história não é estória.

E uma ex aluna, hoje respeitável matrona mãe de muitos filhos, vendo-me sair do Correio, esta semana, me disse: “Profº. Munhoz, há pouco, lembrei muito do senhor, e Paris, visitando o Museu do Louvre. Era como se ainda estivesse assistindo a suas aulas no Colégio Amapaense”. E com entusiasmo me falou da “Vitória de Samotrácia”, a “Vênus de Milo” e a “Mona Lisa”, três das mais celebres obras de arte de todos os tempos que aquela instituição reúne e protege.

Para quem não sabe, o edifício que abriga o museu, nasceu no final do século XII e foi a sede da monarquia francesa desde a dinastia medieval dos Capetos até Luiz XIV, que tomaria ainda uma decisão fundamental para a transformação do palácio em museu em 1678, ao decidir abandona-lo para ir morar no Palácio de Versalhes.

O Museu do Louvre é tão grande que, para exibir seu rico acervo fora dos limites de Paris, resolveram criar “sucursais” e uma delas funcionará em Abu Dhali, nos Emirados Árabes Unidos, em prédio de Jean Neuvel. Outro Louvre será em Leens, interior da França, um projeto do escritório japonês Sanaa. Os dois devem ser entregues em 2012.

Algumas obras-primas do Louvre são, por exemplo: “São Francisco recebendo os estigmas”, de Giotto; “Belthsabée no banho”, de Rembrandt; “Mulheres da Argélia da Argélia em seus aposentos”, de Delacroix e o “Escriba Sentado”, estátua milenar do Egito Antigo, entre outras, além da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, a grande sensação do museu.

E em companhia de minha amiga Consolação Corte, estive visitando a Profª. Wanda Jucá, perto de seus 90 anos, hoje morando com seu irmão, o amigo Meton. Recebidos com as honras de estilo, passamos horas lembrando a educação de outrora, com os mestres que hoje são pura história. A Profª. Wanda Jucá é um dos nomes mais importantes da nossa educação, tanto na direção de estabelecimentos de ensino, como em atividades em salas de aula, lecionando a nossa língua pátria, “a ultima flor do Lácio”, como dizia Olavo Bilac.

Com o Meton tivemos a oportunidade de falar de um tempo que já parece tão longínquo, mas cujos frutos estamos aproveitando no momento, pois os alunos de outrora são as autoridades de hoje no campo da política, do direito, da medicina, das artes em geral.

Com referencia a tantos nomes, lembramos Elicio Martins, ainda no jornalismo e de quem lembro, num ato de generosidade em relação a mim, quando escreveu na Voz Católica, há tantos anos, que “aqui em Macapá ninguém ousa fazer qualquer movimento de cultura sem a sua participação. Seria uma falta de bom senso”.

E por falar em Profª. Wanda Jucá, não podemos esquecer outra mestra quase sexagenária, a Profª. Risalva Amaral, no momento internada no Hospital São Camilo; a Profª. Risalva é outro nome de respeito do nosso antigo magistério.

E uma vez que estamos recordando nomes de projeção da nossa cidade, lembro de que faz poucos anos, morreu aqui, no inicio de janeiro, a maior anfitrioa da nossa sociedade: Dona Leila Ghammachi, aquele que sabia receber com tanta classe e distinção, a ponto de o amigo Vidal Bezerra, de Lisboa, afirmar que seria certo coloca-la no rol das hostess internacionais. E também quero transmitir à Profª. Zaide Soledade pelo almoço de quinta-feira, os agradecimentos do Oberdã, do Renato e do Saraiva. Foi um autentico banquete de inicio de ano, onde a par da melhor culinária nossa, havia a grande amizade da querida mestra, tendo faltado a Socorro.

Precisamos aproveitar todos os minutos da vida, jamais deixando para depois o que se pode fazer agora. Aproveitar enquanto se tem saúde e vida, pois a morte é às vezes traiçoeira.

Dos que morreram na Pousada de Angra dos Reis, no primeiro dia do ano, quem delas pensava na morte? Em como não sou de pedra nem de barro, vou dar uma voltinha daqui a pouco, dormindo em Salvador, na Bahia. Vou rever algumas de suas belezas, de seu acervo artístico, que é um dos maiores do Brasil, mais as 27 coleções de balangandãs em prata do Museu Costa Pinto, e a maior coleção particular de arte sacra do Brasil, de Abelardo Rodrigues, no andar nobre do Solar Ferrão, valioso prédio da arquitetura civil do período colonial.

E a maravilha que é o Cristo, de Francisco Manoel das Chagas, o Cabra, no Museu do Convento do Carmo, etc.

Mas não quero deixar de falar de um aspecto triste de alguns dos nossos policiais militares, na tarde de 3ª feira, 05, sem a mínima ética ao abordar no caso uma cidadã, sobrinha da Dra. Deuzucélia, minha dentista. Sua sobrinha, a Nara Góes, foi tratada sem o mínimo respeito por dois policiais militares, um homem e uma mulher, precisando ambos de um curso sério e prolongado de relações humanas, pois não sabem abordar um cidadão. Todos somos cidadãos e merecemos respeito por parte de quem quer que seja. Será que é preciso recorrer à justiça? Que tipo de policiais nós temos?.

*-Professor – Membro do Conselho Estadual de Cultura – Ancora do Programa Radiofônico “Debate Positivo” – 102.9 FM.

Macapá, 14 jan 2010.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

DR. JOAQUIM AURÉLIO NABUCO D'ARAUJO - HERÓI NACIONAL

História

Herói nacional, para sempre

Estadista, historiador, diplomata e sedutor. E, acima de tudo,

o homem que encabeçou a mais justa de todas as causas:

a batalha da opinião pública que terminou por convencer a

sociedade brasileira a se mobilizar para acabar com a escravidão



Vilma Gryzinski



Num domingo, dia 13, a princesa Isabel desceu a serra. Vinha de Petrópolis e ia para um lugar de honra na história. Com os olhinhos azuis iguais aos do pai, contemplou a multidão tomada de enorme comoção que estava na frente do palácio imperial, no centro do Rio. Usava um vestido de seda marfim, enfeitado com rendas francesas, e assinou com mão firme as palavras de explosiva simplicidade escritas no documento à sua frente: "É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil". Para quem olha o passado com displicência retroativa, a história termina aí: transformações econômicas e políticas empurraram um regime falido a aceitar a libertação da massa vilmente explorada, com a participação de um ou outro representante da elite esclarecida. Mas afastemos um pouquinho a cortina alegórica que cerca o 13 de maio de 1888. Assinada a lei, Isabel voltou-se para o homem alto e elegante que estava a seu lado naquele momento emocionante. "Estamos reconciliados?", perguntou. Como perfeito cavalheiro que era, Joaquim Nabuco acedeu e beijou a mão da princesa. Depois assomou à janela, para saborear o momento de glória e a adulação da massa. Aquele dia era dele, mais do que de qualquer um.

Não existe a mínima prova histórica, ainda mais no caso de uma princesa carola e apaixonada pelo marido, mas não é impossível imaginar pelo menos uma pontinha de flerte na pergunta de Isabel. As mulheres não resistiam a Nabuco. Aliás, os homens também não. No campo das ideias e da camaradagem viril, evidentemente. Joaquim Nabuco, que ressurge das brumas históricas ainda que fugazmente, em virtude do centenário de sua morte, neste dia 17, foi um personagem tão monumental que tudo em torno de sua extraordinária vida parece ser exagerado. Desvendada, a névoa do mito se revela, no entanto, tecida de verdade. Candidato a maior estadista da história nacional, embora no papel nunca tenha sido mais do que um simples deputado, Nabuco tem um título incontestável: foi o mais importante, o mais eloquente e o mais popular dos abolicionistas. Protagonizou o movimento pelo abolicionismo e, ao mesmo tempo, refletiu sobre a história que se desenrolava à sua volta, captando com a força de um intelecto preciso como laser a importância orgânica da escravidão na sociedade brasileira. No processo, como definiu o grande historiador Evaldo Cabral de Mello, escreveu "a mais brilhante análise do papel desempenhado pela escravidão na formação social e política do Brasil".



"Absorvia-a no leite preto que me amamentou; ela envolveu-me como uma carícia muda toda a minha infância", escreveu ele sobre a escravidão que conheceu como menino, num engenho pernambucano. "Por felicidade da minha hora, eu trazia da infância e da adolescência o interesse, a compaixão, o sentimento pelo escravo - o bolbo que devia dar a única flor da minha carreira." Não há quem não se arrepie ao ler como o jovem Nabuco descobriu que a tepidez do que parecia a ordem natural das coisas, de menino mimado pelas mucamas, era na verdade brutal e amarga. Era menino ainda, estava sentado no patamar da escada superior da casa onde havia sido criado pela madrinha, quando surgiu um jovem de corpo castigado. Lançando-se a seus pés, o escravo pediu que fosse comprado, salvando-o assim do senhor que o supliciava. "Foi este o traço inesperado que me descobriu a natureza da instituição, com a qual eu vivera até então familiarmente, sem suspeitar a dor que ela ocultava", descreveu Nabuco. Nasceram ali as sementes que o levaram a, mais tarde, autodesignar-se representante do "mandato do escravo", explicado com palavras de impressionante contemporaneidade: "Delegação inconsciente da parte dos que a fazem, interpretada pelos que a aceitam como um mandato a que não se pode renunciar".

À luz da história no que tem de mais estéril - a entediante versão mil vezes repetida do 13 de maio e seus antecedentes -, é difícil reproduzir a força avassaladora que o movimento contra a escravidão despertou em todo o país. O que o Brasil teve de pior - o comércio, a servidão, a exploração e a indizível violência mil vezes cometida contra seres humanos - gerou o que o Brasil de melhor conseguiu oferecer, sob a forma da luta abolicionista. Foi uma história de homens tomados de paixão por uma causa justa e, entre eles, nenhum mais apaixonado do que o jovem pernambucano de família ilustre, pai, avô e bisavô senadores do Império, com muito berço e quase nenhum dinheiro, que se tornou o que de mais parecido poderia existir no século XIX com uma celebridade ao estilo contemporâneo, aclamado, paparicado e adorado.



Nabuco pensava como um gigante histórico, polemizava como um estivador e jogava para a plateia como um ídolo pop. Travada, em grande parte, no centro da vida intelectual da época - os teatros -, a campanha abolicionista forneceu o palco ideal a um Nabuco simultaneamente confiante, arrojado, pedante, metido. Ou, na definição da cientista social Angela Alonso, autora da ótima biografia Joaquim Nabuco (Companhia das Letras), um "enamorado de si mesmo", impelido ao fulcro do cenário nacional tanto pelo imperativo moral quanto pelo desejo de aplausos e aprovação - que artista não se identificaria com ele? Entre os muitos palcos, nenhum foi mais consagrador do que o do Teatro de Santa Isabel, no Recife natal, onde as mulheres faziam fila nos camarotes especiais, suspiravam, lançavam pétalas de rosas e lencinhos com seu rosto pintado. No ápice da campanha e da popularidade, também se tornou marca de cigarros (Nabuquistas e Príncipes da Liberdade), de cerveja (Salvator Bier) e até de um modelo de chapéu (O Abolicionista, com um retrato dele). Pois, ainda por cima, o herói da causa era bonito. "Branco alvíssimo", numa descrição da época, media 1,86 metro e tinha olhos de mormaço, como a Capitu que ainda haveria de nascer da cabeça de seu amigo Machado de Assis. Correspondia, em tudo, até no bigodão, uma novidade em relação às barbas da época, ao apelido de Quincas, o Belo. Nos retratos e fotos, aparece sempre de mãos à cintura ou com dois dedos no bolso do colete ou em alguma outra pose que gritasse: sou o dono do mundo. Era assumidamente metrossexual, ou, como se dizia no século XIX, um dândi, o tipo masculino preocupado com a aparência e sensível a modismos. Usava robe de seda japonesa, malas Louis Vuitton e senso de humor. "Riem e se cutucam quando entro na Câmara, culpa do meu terno de casimira clara, do sapato inglês e do chapéu de palha", escreveu a seu eterno e complicado amor, Eufrásia Teixeira Leite (leia mais). "Só para provocar usei outro dia a pulseira de ouro. Aquela que me deste." A joia já havia dado o que falar. Numa das campanhas eleitorais (ganhava, perdia, ganhava, perdia), os adversários o apelidaram, maldosamente, de "candidato da pulseira".



Quem o julgasse apenas pela aparência polida incorreria em grave erro. Nabuco sabia bater. No calor da campanha abolicionista, que inflamava o país inteiro mas esbarrava na resistência composta de boa parte dos políticos (tanto liberais quanto conservadores) e dos fazendeiros do oeste paulista, do Vale do Paraíba e da zona cafeeira de Minas, escreveu que o Brasil estava dividido em duas falanges: "A pirataria e a civilização". Tinha, também, seu lado Tancredi, o personagem do Gattopardo de Lampedusa (e do filme de Visconti), e sua excessivamente usada frase sobre as mudanças necessárias para não mudar a ordem essencial das coisas. Cheio, portanto, de contradições, sofria períodos de depressão, pensou em emigrar para a Austrália ou a Nova Zelândia, vivia dividido entre o Brasil e a Europa. "De um lado do mar sente-se a ausência do mundo; do outro, a ausência do país", escreveu. Enfim, a complexidade e os questionamentos que se esperam dos intelectos superiores. Foi um monarquista esclarecido que escreveu contra Pedro II o panfletário O Erro do Imperador (daí a frase de Isabel no dia da abolição), um interessado na "política que é história" que conheceu o que a outra política tem de pior, um deputado que entrou para a Câmara "tão inteiramente sob a influência do liberalismo inglês como se militasse às ordens de Gladstone" e que acabou incluído em artigo do Times de Londres na turma de "comunistas" que usavam o abolicionismo radical para subverter a ordem.

Devido à multiplicidade e à riqueza tanto de sua personalidade quanto de sua obra política, até hoje é possível beber na fonte nabuquista a partir de diferentes perspectivas. Como em todas as grandes obras, cada um encontra em Nabuco o que procura - ou, melhor ainda, o que nem sabia existir. À esquerda, causa simpatia sua defesa da nacionalização das terras para uma reforma agrária que acabasse com a miséria provocada, em especial no Nordeste, pelo sistema de grandes propriedades, "fazendas ou engenhos isolados, com uma fábrica de escravos, com os moradores das terras na posição de agregados do estabelecimento, de camaradas ou capangas". Mas é difícil competir com sua análise da "superstição do estado-providência", pois, sendo o estado "a única associação ativa, aspira e absorve pelo imposto e pelo empréstimo todo o capital disponível e distribui-o, entre os seus clientes, pelo emprego público".

Voltando ao 13 de maio. Feito o beija-mão, Joaquim Nabuco recebeu as ondas intermináveis de aplausos. "Delírio no recinto, meu nome muito aclamado", anotou em seu diário. Quem acha que o Carnaval dura muito não imagina o que foi a festa da libertação dos escravos: sete dias de feriado nacional, todo mundo na rua, bandas e cortejos, prédios enfeitados, espetáculos gratuitos nos teatros. No dia 17, quando aconteceu a missa celebratória diante de 20 000 pessoas, Nabuco e Isabel de novo se cruzaram. Ela passava de carruagem, cercada pela massa eufórica. Nabuco surgiu e, como um Moisés no Mar Vermelho, caminhou entre a multidão, que se abriu para lhe dar passagem. Cumprimentou a princesa e lhe ofereceu camélias brancas, a flor do abolicionismo. Era festa, mas o destino dela e da monarquia que representava já estava selado. Sabendo disso, Nabuco prometeu a si mesmo: "Eu hei de ser o último dos monarquistas. Preciso bater-me pela princesa, a nossa Lincoln, como me bati pela abolição". Como homem honrado, cumpriu o prometido.



Parece que foi ontem

As imagens da escravidão que estão na memória de muitos de nós são as gravuras de Debret - meio apagadas, distantes, coisa de muito tempo atrás. Por isso é sempre um choque descobrir que a ignomínia do trabalho escravo conviveu por bom tempo com a fotografia, uma das novidades tecnológicas que inauguraram a era contemporânea. À exceção do impressionante e anônimo flagrante da mulher na liteira, com dois carregadores, as fotos aqui reproduzidas foram feitas por nomes conhecidos no século XIX, fundadores de estúdios fotográficos importantes. O alemão Alberto Henschel fotografou as duas mulheres, a babá com o menino e a do retrato ao lado, ambas belas e fortes. Marc Ferrez, o filho de franceses que mostrou tantas e tão deslumbrantes belezas do Rio, fotografou os escravos na colheita de café. O suíço Georges Leuzinger congelou no tempo a fazenda arrancada à rocha viva em Jacarepaguá, as crianças negras em andrajos, o menino branco todo arrumadinho no cavalo de brinquedo. Eles todos são nós e nós somos eles.









História

Não havia outra como ela

Nabuco amou a única mulher que estava no mesmo patamar

que ele - e, talvez exatamente por isso, nunca se casaram



Vilma Gryzinski



Um amor tempestuoso, complicado e globalizado por uma mulher tão fora dos padrões da época que, apesar da paixão mútua e incendiária, não quis se casar com ele. Difícil inventar história pessoal melhor para acompanhar a prodigiosa carreira pública de Joaquim Nabuco do que seu caso do tipo vai e volta com Eufrásia Teixeira Leite, provavelmente a única mulher de seu tempo que manteria um diálogo de igual para igual com ele. E que diálogo. As cartas iam e vinham, ao sabor das brigas e reatamentos. Ela saiu do casarão de 22 cômodos em Vassouras e foi morar em Paris. Não queria voltar para o Brasil. Ele ia e não ficava: França, Itália, Inglaterra, Estados Unidos. Não conseguia não voltar para o Brasil. Ela já era rica e ganhou mais dinheiro ainda no exterior. Transformou-se em investidora profissional: especulava com commodities, comprava títulos públicos, passava os dias trancada no escritório. Ele, com as finanças sempre apertadas, era sugado para o palco público da política. Ela oferecia ajuda para financiá-lo - imaginem isso no século XIX. "Eu tenho algum dinheiro e não sei o que fazer dele, compreende que me é muito mais agradável emprestar a si que a um desconhecido", escreveu, friamente, ten-tando fingir que propunha um negócio interessante para não ferir o delicado ego masculino. Ele, claro, ficou ofendidíssimo. Brigaram, voltaram.

Na biografia romanceada Mundos de Eufrásia (Editora Record), a autora Claudia Lage reconstitui o conturbado relacionamento. Nabuco e Eufrásia conheceram-se num passeio em família na enseada de Botafogo, ela com 12 anos, ele com 13 - idade suficiente para iniciar uma galanteadora correspondência. Aos 15, o jovem Quinquim parou de escrever. Oito anos depois, eles se reencontraram num recital de poesia no Rio. Eufrásia já uma mulher "aprumadíssima, elegante, linda", segundo um biógrafo, o busto, como se dizia pudicamente na época, projetado, cinturinha afinada no espartilho, suntuosa ca-beleira negra, sobrancelhas grossas e marcantes. Claudia Lage imagina o reencontro dela com Nabuco como uma daquelas cenas românticas em que apenas um beijo na mão desencadeia carga erótica arrepiante: "Beijou ávido e longamente a palma, como se sorvesse, resistindo ao impulso maior de sair daquela parte e beijá-la inteira".



As fãs de Crepúsculo podem parar por aqui. Pois, ao contrário do que se poderia imaginar num namoro do século XIX, as coisas entre Eufrásia e Nabuco evoluíram, e muito. Para Claudia Lage, o romance passou dos salões aos lençóis quando os dois viajaram juntos de navio, o Chimborazo, para a Europa. É possível, pois muitos anos depois, numa volta passageira ao Brasil, ela escreveu: "Não sei que influência tem na sua vida a viagem do Chimborazo. Eu por certo sem ela não estaria aqui". Em Paris, eles combinaram casamento pela primeira vez. Depois, desmancharam, iniciando um ciclo que se repetiria nos catorze anos seguintes. Sobre os motivos da indecisão de Eufrásia, os biógrafos tendem a achar que ela cedia a uma promessa feita ao pai, que no leito de morte pediu às filhas que não se casassem. Além da natureza estranha do pedido, ainda mais à época, pesa contra o fato de que Eufrásia já era livre, rica e independente. Nem a família de barões da região de Vassouras, à direita de Gêngis Khan, poderia impedi-la.

Os planos de casamento foram muitas vezes retomados. Mas coração era uma coisa, cabeça outra. Existem, sim, mulheres que, como os homens, pesam os prós e os contras do casamento em relação à liberdade - e à solidão - da vida sem um par. Quando esteve no Rio, hospedada num hotel retirado para preservar a intimidade, derreteu-se. Ele teve de partir em campanha eleitoral, ela de repente decidiu voltar a Paris. Nabuco ficou sem mulher, sem dinheiro e perdeu outra eleição. Acusou-a de abandoná-lo e fazê-lo sofrer. "Tenho mil saudades, nem penso em outra cousa senão na Tijuca, no hotel dos Estrangeiros e em tudo o que se passou", respondeu Eufrásia. Novamente, ele a pediu em casamento. Novamente, ela desconversou - "Casar-me logo, isso infelizmente não posso lhe dizer". Cada vez mais rica, ela se vestia com Charles Frederick Worth, o inglês radicado em Paris que inventou a alta-costura, e ganhou o apelido de "dama dos diamantes negros" por causa da moda de usar joias costuradas na roupa e presas nos cabelos.

Nabuco não era nenhum santo. Enquanto durou o romance com Eufrásia, namorou senhoras casadas, flertou com beldades solteiras e manteve fogosa correspondência com Sarah Bernhardt, a Madonna da época. Da primeira vez que esteve em Washington, como diplomata, queixou-se: "Fora do casamento não há nada aqui". Tinha falta das aventuras extraconjugais. Por causa da paixão por Eufrásia, ficou solteiro até a avançadíssima idade de 39 anos. Por fim, casou-se com a jovem Evelina, de boa família e disposição dócil, em tudo diferente de Eufrásia. Sem falar no dote de 30 000 libras, que ele torrou quase imediatamente: aplicou tudo no que se revelaria, ao longo dos tempos, um dos piores investimentos do mundo, títulos da dívida pública argentina. Ao contrário de Eufrásia, Nabuco não entendia nada do assunto. Evelina o acompanhou na etapa pós-Abolição, quando voltou para a diplomacia e para a religião. "Minha mulher e meus filhos formam o círculo dentro do qual sou intangível. Quanto mais esse círculo nos protege, mais nos aperta", escreveu em 1893. Não foi disso, afinal, que Eufrásia tentou fugir?