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segunda-feira, outubro 24, 2011

JÁ É TEMPO!

JÁ É TEMPO!
César Bernardo de Souza

Sou fã dos grandes talentos que pontuaram e pontuam hoje a humanidade, entre tantos talentosos: Jesus Cristo.
Impossível retocar qualquer dos textos proclamados por Ele enquanto homem entre os homens. Foi o maior dos maiores, antes do telégrafo, da luz elétrica, telex, fax, xerocópia, internet. Imagina nos dias de hoje Jesus pregando nas redes sociais, com a velocidade e eficiência da internet!?
Ora, dias atrás a mídia nos disse dos seis milhões de leis brasileiras. Todos os dias a mídia informa sobre o “joio” que está muito abundante nos parlamentos nacionais. Tem parecido ao eleitor brasileiro que isso não tem importância ou que a denuncia de hoje será sobrepujada por outra mais “cabeluda” amanhã. Reclamar com quem?
O Brasil parece sempre trôpego nos corredores dos seus hospitais e escolas. Trôpego e bobo, porque vota mais nos políticos que prometem “resolver” esses problemas. O Amapá, de onde falo com mais proximidade cotidiana, não só parece como está trôpego na condução das suas políticas sociais. Está na lona quando a questão se desloca para saúde publica.
Solução? Faltam leis e cumpridores de leis mais sensíveis, mais próximas da realidade das pessoas pobres – esmagadora maioria da população.
Então, pensaríamos, não há leis suficientes regendo a vida amapaense? Quase não há!, poucas se regulamentam conforme as pequenas necessidades das pessoa s, para as quais a sua “letra fria” apenas diz o que deve ser feito. Não de propósito (?) se diz das leis que o que não é proibido é permitido. É preciso mudar isso aqui no Amapá, temos hoje parlamentares preparados para nos proporcionar essa mudança.
Jesus disse-nos de forma irrefutável: “Amarás o Senhor teu Deus... Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Toda lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”.
Não diríamos que nossas leis são feitas por escolhidos pelo povo? Profetas? Digo que sim, com a ressalva de que nunca fui ou tive algo de especial, sendo-o agora porque estou gravemente doente – doente de câncer.
E o que estou vendo e vivenciando na cruenta realidade visível nos hospitais, nas ruas, nos lares? Baixa, baixíssima sensibilidade quanto a ver os doentes de câncer como pessoas realmente especiais. Nesse momento não estão faltando os remédios caríssimos, nem temos o que reclamar dos funcionários públicos esforçados nos tratando diariamente. Agem na forma da lei.
Mas, aos mais pobres de nós, nesse momento em tratamento na rede publica está faltando (“ao próximo com a ti mesmo”) o complemento da lei: alimento especial complementar, transporte adequado porque além de pobres são doentes especiais, pequenas adequações em seus locais de moradia, equipamentos acessórios que lhes amenizem sofrimentos brutais evitáveis, assessoria jurídica para seus assuntos familiares, trabalhistas e fiscais. Até “circo” é necessário, porque o que não falta é tempo ocioso para pensarmos na morte.
Perceba que estou falando só do quanto a doença nos tornou especiais. Portanto, parlamentares do Amapá – profetas das nossas leis – lembrem-se do que Ele está lhes dizendo: “Toda lei e os profetas dependem desses dois mandamentos: “Amarás o Senhor teu Deus... Amarás teu próximo como a ti mesmo”.
Já é tempo.

Obs: Vem aí a campanha: “100% de esforço onde houver 1% de chance”. Prepare-se para ser doador do Instituto do Câncer “Joel Magalhães” – IJOMA. Você pode ajudar muito doando 2,00 reais/mês.
Brevemente divulgaremos números de contas, bancos autorizados e locais de arrecadação.
O Presidente nos ensinou: Sim nós podemos!

sexta-feira, outubro 21, 2011

DIA 28 /11/2011 - FINALMENTE O LANÇAMENTO

DIA 28 DE NOVEMBRO ESTAREI LANÇANDO O LIVRO DE MINHA AUTORIA: “CONTOS AMAZÔNICOS – MESTRE AÇAIZEIRO E ASSEMBLÉIA DOS PEIXES”. O EVENTO ESTÁ SENDO ORGANIZADO E PATROCINADO PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAPÁ, DENTRO DO GRANDE PROJETO CULTURAL QUE A CASA ESTÁ EXECUANDO A PARTIR DA VALORIZAÇÃO DE MANIFESTAÇOES CULTURAIS LOCAIS. O LANÇAMENTO DO LIVRO É, NA VERDADE, PARTE PROGRAMÁTICA DA GRANDE EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE ERIVELTO, UM DOS MAIORES ARTISTAS DO AMAPÁ.
A "FESTA" VAI ROLAR A PARTIR DAS 18 HORAS. VOCÊ É O PROTAGONISTA PRINCPAL DE TUDO ISSO: COMPAREÇA. O LIVRO SERÁ COMERCIALIZADO AO CUSTO DE 20,00 O EXEMPLAR .

MESTRE AÇAIZEIRO SE CONSTRÓI A PARTIR DE ABORDAGEM TEMÁTICA SOBRE A CRIANÇA ABANDONADA NAS RUAS DE MACAPÁ E A EXPLORAÇÃO PALMITEIRA E A CONSEQUENTE DESTRUIÇÃO DE AÇAIZAIS NATIVOS EM TODO O ESTADO DO AMAPÁ.
ASSEMBLÉIA DOS PEIXES, POR SUA VEZ, QUER CHAMAR A ATENÇÃO PARA A POLUIÇÃO DE RIOS E MANANCIAIS DERIVADA DA ATIVIDADE GARIMPEIRA E MINERADORA DE OURO. A TRAMA SE DESENVOLVE COM BASE NUMA GRANDE REVOLTA ENTRE PEIXES DO RIO IRATAPURU: ASSASSINATO E DESORDEM SÃO O ENREDO DO CONTO.
NOSSA EXPECTATIVA É A MELHOR POSSIVEL QUANTO A QUALIDADE DO PRODUTO, BOA NARRATIVA, BELA ILUSTRAÇÃO E VENDAGEM ESTIMULANTE. A TIRAGEM NÃO É GRANDE, PROVAVELMENTE NÃO RECORREREMOS A LIVRARIAS PARA A VENDA REGULAR DO LIVRO, MAS TEREMOSA OPORTUNIADE DE FAZÊ-LO ATRAVÉS DE UM SITE, CUJO ENDEREÇO LOGO NFORMAREMOS. PORTANTO GARANTA JÁ O SEU EXEMPLAR.

domingo, outubro 16, 2011

BAIXADAS E TOPOS DE MORROS. TÁ DECIDIDO?


O QUE PODE E O QUE DEVE
Sou dos que entendem que o Ministério Publico foi das melhores e maiores contribuições da Constituição Federal/88 à soberania ecidadania brasileiras. Não poderia o Ministério Publico por qualquer de seus membros se recusar ao papel constitucional precípuo de fiscalizador da lei, em detrimento de conveniências políticas conjunturais ou de adesões ideológico-partidárias. Também sou daqueles que têm certeza de que procuradores e promotores de justiça não são semideuses podendo, por isso mesmo, terem sim suas preferências partidárias.

No Amapá têm ocorrido fatos protagonizados pelo Ministério Publico Estadual que dão o que pensar – e panos pras mangas também! Cito dois desses casos: 

- No município de Laranjal do Jari uma promotora cismou com a Prefeita Auricélia: pediu sua prisão com alegações que podem, claramente, provocar pedidos de prisão de todos os prefeitos dos municípios amapaenses. Basta, para tanto, que seus colegas promotores em cada município vejam no prefeito do turno o mesmo defeito e na Prefeitura local a mesma negligência. 

- Aqui em Macapá, segundo palavras publicadas do Secretário de Estado da Infra-Estrutura, Joel Banha, o MPE não quer ou recomenda, que o governo estadual recomponha ou promova qualquer serviço básico nas áreas de ressacas de Macapá. As ressacas são áreas deprimidas inundáveis que se situam abundantemente nas franjas da retroterra das cidades de Macapá, Mazagão, Santana e outras mais ou menos no Estado. Nessas áreas, em Macapá, residem hoje cerca de 14% da população da capital, um formidável contingente populacional da ordem de 60.000 pessoas. Seu desenho básico inclui prédios residenciais, comerciais, religiosos, educacionais, milhares de quilômetros de vielas em madeira (chamadas pontes), sob as quais corre vasta rede de tubos com água potável distribuída pela empresa oficial do governo, e, paralela e parcamente segue nas laterais as redes, elétrica e telefônica. Com a medida o MPE isenta o poder publico do seu maior pecado contra esse contingente populacional: prestar serviços a quem mais precisa. 


Em 1994 o então deputado estadual Manoel Brasil propôs, e aprovou, um projeto de lei mandando fazer o tombamento dessas áreas: um ufanismo de época tão inócuo quanto a capacidade do governo em dar materialidade à lei. Tal lei, ao que parece não foi ainda revogada e poderá, enfim, servir para apertar o nó da forca ao redor do pescoço desse enorme pedaço da população macapaense. 

Lembrando-a e invocado-a, o secretário Joel Banha poderá comemorar: eles são fora da lei e não podem mesmo receber serviços de governo legalista. Mas, estão errados Ministério Publico Estadual e Governo do Estado visto que sabem que o estado amapaense não tem capacidade de prover essas pessoas de outros direitos, e mediante isso promover tantas relocações. Se poderia dizer também que nem mesmo a remoção do madeirame restante dessa imaginada ação é possível ao estado amapaense através de qualquer de suas instituições nos níveis municipal e estadual. 

Daqui a pouco as grandes chuvas anuais vão voltar e  seria bom que uma nova rodada de Tac’s e conversas se estabelecessem entre MPE, GEA e PMM, dessa vez com o sentido de compensar aqueles moradores por tantos anos de promessas, omissões, enganações e direitos surrupiados. Pensem nas crianças dali que não podem usar a bicicletinha dos sonhos de todas as crianças do mundo ou nos garotos que não podem ter e jogar bola de futebol, nem de vôlei, nem de basquete – por razões óbvias. Ainda estou estarrecido com essa história toda.



Quando ouvi as “explicações” do Secretário Joel Banha lembrei duas coisas: as crianças residentes nessas áreas de ressacas e o aglomerado urbano residente nos toposdos morros cariocas. São as nossas e as de lá áreas de preservação permanente (APP). Vai que MPE e governo cariocas descubram iniciativas radicais como as daqui. 


Cesar Bernardo de Souza 
Macapá, 13/10/11

quinta-feira, outubro 06, 2011

OLHEM E NOS OUÇAM.


A MENSAGEM DO SR. STEVES JOBS.


Muitas entrevistas concedi (não me esquivarei de nenhuma que se me ofereça) falando de como convivo com o câncer de que padeço, a pergunta mais comumente feita é: como você passou a encarar a vida depois da constatação da doença?  
Minha resposta: “Agora estou plenamente livre para fazer as escolhas principais da minha vida. Nenhuma lamentação a fazer, mas a realidade do câncer me comunicou com duríssima clareza a palavra inédita que por toda vida esperei e soube que um dia a ouviria. Estou dizendo do estado de consciência da fragilidade a que estou submetido quanto a estar vivo ou não logo amanhã”.
E garanto, não são palavras de efeito para causar impacto visto tal quase não me importa mais. Importante mesmo é que preciso me colocar a serviço de alguma coisa maior a favor de todos os doentes pacientes de câncer no Amapá, pelo menos.  
Acredita-se ou credita-se ao câncer pelo menos um bilhão de anos de existência, a partir de duplicação descontrolada de protozoários. Muito antiga também tem sido a busca da ciência e da medicina por seu domínio e cura conseqüente. A medicina avançou muito, lançou luz e muito mais segurança na identificação, trato cirúrgico e clínico dos cânceres em geral. A rádio e a quimioterapia são cruéis “diplomas” do muito que a medicina e a ciência fizeram em favor dos doentes portadores de câncer. É muito mesmo.  
Atualmente faço tratamento quimioterápico, a cada 15 dias vejo-me submetido a uma seção de aplicação que se prolonga por duríssimas quarenta e seis horas, a partir daí distribuindo seus efeitos necessários e benéficos em meu corpo. Porém, cruel e duríssima porque no geral ela me impõe dores no corpo, esquentamento e dormência nas extremidades dos meus membros superiores e inferiores (braços e pernas), alteração drástica dos sentidos, soluço, pequenos espasmos e, pior: no plano emocional todo tipo de pensamentos, medos, incertezas e planos tem me ocorrido – quase tudo muito assustador.
Agora mesmo, enquanto estou nas ultimas horas da quarta seção quimioterápica (12 previstas) acompanho na televisão as circunstancias de vida e morte do genial Sr. Steve Jobs, desde 2004 lutando contra o câncer que hoje o venceu.
Ele é protagonista principal da imensa genialidade criativa do homem em todos os tempos. Sabemos todos que dos seus inventos resultou uma histórica partilha de épocas da humanidade: antes e depois. Tudo ele fez de grandioso na medida do que imaginou e por isso fez-se muito rico, merecidamente. Certamente tinha ao seu alcance a melhor medicina do mundo, e complementarmente podia privar da amizade ou do convívio dos grandes cientistas do mundo... mas foi vencido pelo câncer que o acometia.
O que, então, podemos imaginar os que estamos doentes de câncer nessa “periferia” nacional que é a Amazonia brasileira, especialmente nós no Amapá? Em que medida nos tem o país, aqui desconsiderando a vigilância severa que nos impõe quanto a conservação florestal, animal e ainda timidamente sobre o uso que fazemos da água? Tudo isso correndo à conta do pouquissimo valor que se dá ao homem nativo ou residente aqui.
Tudo por aqui tem sido muito esforço para superar carências: emblematicamente não se consegue, há anos, dar funcionalidade ao elevador do Hospital Geral, que conduziria os doentes ao UNACON (Unidade de Oncologia), onde se acha instalado o único serviço publico de quimioterapia (ainda não se faz radioterapia oncológica no estado). Muitas outras necessidades são presentes e paralelas à luta que cada de nós trava contra a doença instalada. Pessimismo é o que não nos cabe de jeito nenhum, mas já nos causa pavor esperar, esperar, esperar quando esperançar é o remédio mais eficiente que precisamos ter ao alcance.
Mas, pelo menos para mim, tem sido válida essa espantosa experiência. O pouco tempo no pós operatório e de convalescença já me levou a constatações que me impõem compromissos (escolhas)., eis algumas delas: o poder publico no Amapá tem que enxergar as nossas limitações, admití-las como realidade e não culpa, e obviamente enfrentá-las com o objetivo de ampliar atendimentos proporcionais ao avanço da doença, eficiência do atendimento médico hospitalar e bem estar dos pacientes.
Logo, cuidar o quanto antes para que seja facultado aos que necessitarem e receberem recomendação médica a pronta doação de portocasht (cateter de infusão), agulha de punção especial, bomba de infusão, auxilio alimentar especial, transporte residência/hospital/residência para consultas, exames e quimioterapia, e, mesmo reparos residenciais para os que estão submetidos a sub-moradia, especialmente quando sem banheiro interno. É fácil imaginar o que sofrem os doentes que habitam áreas alagáveis, sobre palafitas, recorrendo a privadas toscas instaladas distante da casa, de uso coletivo e de difícil acesso durante os longos períodos chuvosos anuais, especialmente durante as noites. Já parou pensar no drama dos doentes que precisam vir dos outros municipios para tratamento em Macapá: como viajam até aqui, onde ficam, quem os cuida enquanto dura o tratamento e seus efeitos nos dias seguintes, como retornam, etc, etc, etc.  
Alguns desses sub-assuntos já estão em discussão no âmbito da Câmara de Vereadores de Macapá, através do gabinete do Vereador Acácio Favacho e também no Tribunal de Contas do Estado por iniciativa do Conselheiro Amiraldo Favacho.
Não é pouco, mas a grande discussão precisa ganhar prioridade nos parlamentos e instituições estaduais e federais, sempre, mas essencialmente sempre entendendo que não temos tempo para esperar.
Agora livre como estou para fazer escolhas decidi que devo e posso ser um bom cidadão por causa da doença. As poucos vou deixando para trás a presença física nos acontecimentos culturais que tanto prazer me trás, também vou compreendendo e me acostumando à ausência dos amigos antes do dia-a-dia – é natural.
Mas com isso ou por isso me junto de corpo e alma aos que sofrem de mesma dor, mas que não podem se expressar e - como agora faço - dizer ao Amapá e ao Brasil dessa nossa desafiadora realidade. Anda que “não eleito” falo por eles sempre acreditando que possa alguém nos ouvir...enquanto é tempo.     

   

terça-feira, outubro 04, 2011

TRINTA E SETE ANOS DE BELA HISTÓRIA EM TERRAS TUCUJU

FOI NUM DIA COMO O DE HOJE QUE PISEI PELA PRIMEIRA VEZ O SOLO AMAPAENSE. PARTICIPAVA DE UMA DAS MEMORÁVEIS EDIÇÕES DO "PROJETO RONDON". VIM ME INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR, CONFORME SUGERIA E INSTRUIA O LEMA DO PROJETO. E AQUI ESTOU NESTE DIA 4 DE OUTUBRO DE 2011: 37 ANOS. DOU GRAÇAS A DEUS POR ISSO, FOI BOM DESTINO ME SOMAR À TERRA E AO POVO AMAPAENSES. AQUI, AO LONGO DOS ANOS, ANDEI POR ESTRADAS PIONEIRAS, ALGUMAS RASGANDO A FLORESTA NATIVA E ENTÃO, INTOCADA...



OUTRAS, MAIS OUSADAS, CORRIAM TAMBÉM ENTRE
FLORESTAS, PORÉM PRETENDENDO INTERGRAR O AMAPÁ  DE SUL A NORTE... ASSIM O DEMONSTRA ESSE TRECHO DA  BR 156, À ALTURA DA MICRO-REGIÃO DO CASSIPORÉ, JÁ  NOS CONTRAFORTES DA CIDADE DE OIPOQUE. MUITO ME  RECOMPENSA PODER DIZER (COMO DIGO) QUE PASSEI POR AQUI  EM 1978. TUDO ISSO VALEU MUITO À PENA. SINCERAMENTE O AMAPÁ E EU ESTAMOS DE PARABENS.