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segunda-feira, janeiro 12, 2015

MUDAR NEM SEMPRE É NECESSÁRIO.


Dirigia o carro pela manhã ouvindo a televisão, jornalistas substitutos tocavam no estudio o programa da Ana Maria Braga e do Louro José, outros faziam as externas em pontos diversos do país. Mudança era o tema em discução hoje, no programa.
Pessoas entrevistadas se diziam dispostas a novas atitudes em 2015 e daí adiante, umas se prometendo menos peso, mais cuidado com a saúde, mais entrega conjugal, rompimento conjugal, busca de novos relacionamentos, mais economia, mais dinheiro, menos dividas, etc.
Ouvia essas respostas e me colocava de acordo com quem as dava como compensação por apenas ouvir e nao ver o rosto de quem as davam. Mas não cheguei ao final da matéria, de repente estava estacionando o carro em frente à clinica, onde fui marcar consulta com o meu cirurgião para amanhã.
Mas o assunto ficou martelando meus pensamentos  desocupados, aleatórios, aos quais dou plena liberdade quando dirigindo sem pressa pela cidade. Aí, nao mais estive de acordo com o que ouvi dos entrevistados do Mais Voce, cujas respostas, grosso modo a maioria, foram contestadas pelo “especialista” que as analisavam de pronto. Segundo ele, o especialista, seriam promessas descumpridas ainda no curto prazo.
Ora, mudança é mudança! Voce altera o regime alimentar hoje para perder dez quilos de peso corporal e, os tendo perdido tem mesmo que fazer nova mudança na dieta no pressuposto de que não pode emagrecer indefinidamente.
A mesmice esfria seu casamento? A melhor solução pode ser a continuidade, basta que o “passivo” a ser resguardado seja suficientemente grande. Coisa do tipo: quase cinquenta anos de casado, filhos todos com idade acima de 30 anos, netos jovens e crianças esperando o seu exemplo de vida. Trocar com quê e por quê?
Fazer economia, ganhar mais dinheiro... quem não gostaria? Mas porque fazer disso um propósito de mudança alguem que lutou tanto para se diplomar na faculdade, que exerceu com gosto a sua profissão, cumpriu o tempo de serviço e, trabalhando honestamente não ficou rico? Prometer mudança com base na sorte, tendo por suporte as loterias?
A doença chegou, das piores? Terá que mudar na marra. Pequenas dividas não ensejam mudança de vida, ao passo que dividas impagaveis, elas e não a sua decisão, mudarão a sua vida... para pior. 
De mais a mais, quando o mundo muda arrasta tudo com ele. Hoje, toda carne faz mal, todas as bebidas doces, destiladas e fermentadas ídem. Toda fritura é veneno. Falar ao telefone já vai cedendo espaço para as mensagens escritas. A era pós planos de saúde encurtou a media de vida de quem não pode ter um.
Anos atrás papai me alertou para uma grande mudança havida no mundo, que eu ainda não a tinha percebido. Estando aqui em casa, em Macapá, conversando todos nós na calçada em frente à casa, foi ele “surpreendido” por um casal que viera conhece-lo. Depois de tudo disse a mim: “está vendo Cesinha, hoje em dia a gente morre atropelado e nem escuta o carro vindo”. Não é o caso? 
Bem a proposito desse assunto interminável chega-me pelo face filosófica traduçao de mudança:
“Tão bonita, sussurrou a água ao frescor que acariciou-lhe à gosto!
Encantadora, disse o vento à aturdida mata que lhe invejava o rosto!”.

sábado, janeiro 03, 2015

PESQUISA DIZ QUE "MÁ SORTE" É CAUSA DA MAIORIA DOS TIPOS DE CÂNCER.

BBC Brasil
A ocorrência da maior parte dos tipos de câncer pode ser atribuída mais à "má sorte" do que a fatores de risco conhecidos, como o hábito de fumar, segundo um estudo americano.
A pesquisa que chegou a essa conclusão tem o objetivo de explicar a razão de alguns tecidos do corpo serem mais vulneráveis ao câncer do que outros.
Os resultados, publicados no jornal científico Science, mostraram que dois terços de todos os tipos de câncer analisados são originados de forma aleatória por mutações genéticas, independentemente do estilo de vida levado pelo paciente.
Mas a organização Cancer Research UK afirmou que um estilo de vida saudável ainda aumenta muito as chances de uma pessoa não desenvolver a doença.
Nos Estados Unidos, 6,9% da população desenvolve câncer de pulmão, 0,6% tem câncer de cérebro e 0,00072% sofre de tumores na laringe em algum momento de suas vidas.
As toxinas do cigarro podem explicar por que o câncer de pulmão é mais comum.
Mas, apesar do sistema digestivo estar mais exposto a toxinas do ambiente do que o cérebro, os tumores cerebrais são três vezes mais comuns que os de intestino.
Raízes do câncer
O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins e da Escola de Saúde Pública Bloomberg. Eles afirmaram acreditar que a explicação para esse fator aleatório está na maneira como os tecidos do corpo se regeneram.
Células velhas e desgastadas do corpo são constantemente substituídas por meio de células-tronco, que se dividem para formar novas células.
Mas em cada divisão há o risco de que ocorra uma mutação perigosa, que aumenta a chance da célula-tronco se tornar cancerígena.
O ritmo dessa renovação celular varia de acordo com a região do corpo, sendo mais rápida no intestino e mais lenta no cérebro, por exemplo.
Os pesquisadores compararam o número de vezes que essas células se dividem em 31 tecidos do corpo durante a vida de um indivíduo com o índice de incidência de câncer nessas partes do corpo.
Eles concluíram que dois terços dos tipos de câncer eram "causados pelo azar" de células-tronco em processo de divisão sofrerem mutações imprevisíveis.
Esses tipos de câncer incluem Glioblastoma (câncer de cérebro), cânceres no intestino delgado e no pâncreas.
Segundo Cristian Tomasetti, professor assistente de oncologia e um dos pesquisadores, as ações de prevenção não são suficientes para impedir a ocorrência desses tipos de câncer.
"Se dois terços da incidência de câncer nos tecidos é explicada por mutações de DNA aleatórias que ocorrem na divisão das células-tronco, mudar o estilo de vida e os hábitos é uma grande ajuda para prevenir certos tipos de câncer, mas não é efetivo em relação a uma grande variedade de outros tipos", afirmou.
"Temos que concentrar nossos esforços em encontrar maneiras de detectar esses cânceres mais cedo, em estágios em que ainda sejam curáveis".
Os tipos de câncer cuja incidência está relacionada ao estilo de vida ou a fatores genéticos herdados de familiares por um paciente incluem as variações mais comuns da doença:
Uma pesquisa diferente conduzida pela organização não governamental Cancer Research UK diz que mais de quatro em cada dez casos de câncer são causados pelo estilo de vida levado pelo paciente.
"Estimamos que mais de quatro em cada dez casos poderiam ser prevenidos por mudanças no estilo de vida, como não fumar, manter um peso saudável, ter uma dieta saudável e reduzir o consumo de álcool", disse à BBC a médica Emma Smith, porta-voz da entidade.
"Fazer essas mudanças não é uma garantia contra o câncer, mas aumenta as chances a seu favor", disse.
"É vital que continuemos a fazer progressos em detectar o câncer mais cedo e melhorar os tratamentos, mas ajudar as pessoas a entender como elas podem reduzir o risco de desenvolver câncer continua sendo fundamental na luta contra a doença".