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sábado, maio 31, 2014

SAUDADE DO JOÃO DE BARRO

A televisão está rodando um clip educativo sobre o joão de barro, peça que a cada vez que vejo faz-me lembrar dos anos mágicos vividos em minha cidade natal: Volta Grande.
O joão de barro é um pássaro da minha infância e adolescência, época em que os postes da iluminação pública da cidade eram de ferro (trilhos de linha férrea), encimados por cruzetas de madeira, sobre cuja pequena extensão o pássaro marrom construía  sua “casa”. Bandos de joão de barro “invadiram” a cidade dessa maneira porque a devastação atingia gravemente seu habitat natural, aí se estabelecendo as plantações, principalmente a pastagem.
Os pardais, bem depois, chegaram para expulsa-lo de seu ninho, mas não da cidade, não dos postes. As andorinhas eram outras que se aproveitavam desses ninhos tão bem feitos.
O joão-de-barro é um pássaro muito popular, mas que não chega aqui na Amazonia (sobe até o sul de Tocantins). Dele se diz que o macho pode encerrar uma fêmea infiel no ninho até que ela morra, que constrói seu ninho com a abertura na direção oposta do vento e da chuva, o que não tem comprovação. Diz-se até que ele é um pássaro religioso: não constrói ninho aos domingos e dias santos.
Lenda indígena diz que o joão-de-barro (Tiantiá) foi um guerreiro apaixonado pela jovem Kuairúi, mas que não puderam se casar porque Tiantiá nao sabia construir uma cabana. Por isso o pajé os transformou em pássaros que se ajudam na construção do ninho.
Ecologicamente o joão-de-barro prefere as áreas de vegetação esparsa ou campos abertos. Passa grande parte do tempo no solo, caminha pausadamente, alternado com curtas corridas. Caracteristicamente se alimenta de insetos e larvas, aranhas e outros artrópodes, e até pode ingerir semente que encontre pelo chão, quase nunca nas arvores.
São aves monogâmicas (um macho fiel a uma fêmea e vice versa), união duradoura. Cantam (rufus) juntos, brigam juntos por seu território, trabalham juntos na construção do ninho, em certa medida chocam juntos seus ovos.
Seu ninho tem o formato de um forno (furnarius), gosta de pregá-los em galhos baixos de árvores e troncos secos para nidificar, sempre escolhendo pontos de boa visibilidade do entorno. Em zona urbana, onde está perfeitamente adaptado, prefere postes elétricos, mas também, aproveitando beirais de edificações.
Uma outra curiosidade sobre essas aves é a que indica que elas constroem ninhos praticamente durante todo o ano, sem, contudo, que haja qualquer relação com período reprodutivo. Todavia esse trabalho guarda relação estreita com o regime de chuvas do local, e, da consequente disponibilidade de barro fresco, palha, esterco. Entre dois e dezoito dias a “casa” fica pronta. Depois é forrada com fibras vegetais, pelos, cerdas e penas. [.
A fêmea coloca de 3 a 4 ovos brancos, que serão incubados pelo casal após a postura do terceiro ovo, cuja eclosão dos filhotes se dará num prazo de 14 a dezoito dias. Assim que nascem os filhotes emitem silvos imitando a cobra como auto defesa. O casal os alimenta, com vinte dias de vida deixam o ninho.




quinta-feira, maio 22, 2014

O QUE FAZER?

A Prefeitura de Macapá atravessa um período e grandes dificuldades até mesmo para realizar pequenas tarefas. No contraponto estão munícipes que não colaboram com a cidade, sequer limpando seus terrenos. Chegamos então ao ponto de vermos animais de grande porte pastando em areas urbanas, e mesmo passeando em vias públicas de grande movimemto de veículos e pessoas. É pena!