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segunda-feira, outubro 28, 2019

OS SACOS DE PENAS DOS PRESIDENTES


Sábio é o sábio que ruminou, pensou bastante e concluiu: “Pegue um travesseiro de penas, suba no cume de uma montanha e solte-as ao vento. Volte à planície e, se for capaz e possível, recolha todas as penas novamente no travesseiro”.
O pior desse assunto é que não se transformou em cotidiano das escolas em todo o mundo, entra ano e sai ano e o que se vê são pouquíssimas pessoas se importando com isso. Na maioria das vezes joga-se penas ao vento para impor a outras pessoas algum tipo de desconforto, injustiça, difamação, má fé.
O Brasil político de hoje se assemelha a uma única e grande montanha apinhada pessoas, umas já no cume outras escalando-a por todos os lados cada qual portando às costas um saco de penas, ávida de chegar ao cume para solta-las ao vento. 
Anos atrás o presidente Lula jogou suas penas: ““Se tem uma coisa [de] que eu me orgulho, neste país, é que não tem uma vivalma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da Igreja Católica, nem dentro da igreja evangélica. Pode ter igual, mas eu duvido”. 
Algumas das penas jogadas pela presidente Dilma Rousseff: “Não acredito que tenha alguém acima da corrupção.... Acho que todo mundo pode cometer corrupção. Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder, vai todo mundo perder”.
O saco de penas o presidente Michel Temer pareceu ser o menos volumoso, porém atirado das nuvens., disse ele: “tem que manter isso, viu!?”. Penas poucas, vendaval incontrolável levando-as ao não se sabe onde. 
Presidente Bolsonaro? É o próprio vendaval e lhe são as penas ou os sacos que as conduzem o seus Z1, Z2, seus “transformes” nas redes sociais e ultimamente mais uma vez um tal Sr. Fabrício Queiroz. Estão voando por aí algumas penas soltas por ele ainda ontem: "Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara, no Senado... Pode indicar para qualquer comissão, alguma coisa, sem vincular a eles [família Bolsonaro] em nada. Vinte continho pra gente caía bem, pra c..., caía bem pra c... Não precisa vincular a um nome".
Mais penas ao vento solta ou manda soltar o Queiroz: “"tem que falar com ele pra parar com esse lance de Twitter. Tá pegando mal pra c... Ciro botou agora: ‘elegeram um garotinho de treze anos tuiteiro’"   -  "focar no governo e esquece essa porra de internet de lado. Tá pegando mal".
As últimas penas assoprou-as o próprio Sr. Fabrício: "É o que eu falo, o cara lá está hiperprotegido. Eu não vejo ninguém mover nada para tentar me ajudar aí. Ver e tal É só porrada. O MP [Ministério Público] tá com uma ....a do tamanho de um cometa para enterrar na gente. Não vi ninguém agir".
É pena voando como nuvem de gafanhoto, ainda ontem, lá do Oriente, entre príncipes e sultões o presidente Bolsonaro disse que o povo argentino votou muito mal elegendo nas urnas o Sr. Hernandes e a D. Cristina, provavelmente supondo-se uma unanimidade eleitoral aqui no Brasil. 
Ao dizer tal mostrou-se com tesouras nas mãos pronto para liberar ao vento mais algumas arrobas de penas. Vejamos se entre seus eleitores surgirão aqueles capazes de recolher suas penas soltas das alturas.






sexta-feira, outubro 25, 2019

ARTIGUINHO Nº 3

      Eu não queria voltar a me preocupar e menos ainda me envolver com eleições. Razões são várias, a mais consistente delas é o câncer que insiste na convivência comigo – o atual é de pulmão. Também não ando pensando nisso como obsessão, ocorre, no entanto, que um dia fui articulista de vários jornais, escrevi e publiquei uns livrinhos e depois fui para o rádio, tagarela nas ruas e nos botecos começaram a me chamar de “formador de opinião”, e eu burro e vaidoso fui aceitando. Agora, querendo ou não tenho satisfação a dar aqui e ali onde encontro pessoas dessa época. Difícil convence-las de que antes eu não sabia nada da politica e que hoje, depois da quarentena oncológica, sei menos ainda. Inclusive é preciso esclarecer que foi esse um período sabático, de certa forma, porque me despojei total e inteiramente da falsa ideia de que seria ou um dia teria sido formador de opinião. Quando muito agora estou um sujeito que acha que tem em razão em tudo que pensa, escreve e publica. 
Outra razão pela qual não queria voltar a me preocupar e/ou me envolver com eleições está no que li, vi e ouvi no ultimo dia 15, dedicado aos Professores: heróis - mal pagos - tem que mudar esse estado de coisa - a educação tem que ser a prioridade um desse país - a escola tem que ser o futuro da nação - etc. Sinceramente, já do alto dos meus 67 anos estou cansado de, com razão, desacreditar nisso – aliás, melhor o jargão da própria bazófia: desacreditar nisso que aí está. Logo, a verdade que salta aos olhos, é cristalina: o que tiver que acontecer vai acontecer. O pós-eleição 2020 tem tudo para manter “esse estado de coisa que aí está”. 
O que eu teria como terceira razão para não voltar, mas já voltando a me preocupar e me envolver com as próximas eleições é de peso, quase uma questão de honra. Seguinte, é bom garantir que até agora ninguém, nem qualquer representante do ninguém, procurou-me para acertos conspiratórios eleitorais com uso da minha capacidade de formar opinião (conquistar votos) e a consequente compensação bancária pelo talento. Nenhum dos vários jornais locais, tantos grandes sites, nem os serviços secretos locais e nacionais, nem as facções até agora me procuraram para acertarmos a delinquência. Também não se falou em empregos para os parentes e amigos, nem mesmo um cargo no alto escalão para mim. Nada., embora possa estar nas ONGs afins a última “bastilha” a cair. 
Previno mais nesses tempos de quizilas virtuais e pancadaria nas ruas, claro, primeiramente em nome da minha segurança pessoal e certa tranquilidade no quase nenhum ir e vir pela cidade de Macapá – é pensamento corrente que sempre que falo em eleições pregam-me na testa que antes andei conversando com o senador Gilvam Borges ou que fez-me a língua o caro amigo suplente de senador Josiel Alcolumbre, reunidos que nos vemos esporadicamente na mesa de almoço aqui em casa sábado sim outro também. 
E finalmente esclareço: o Senador Davi Alcolumbre desde a quarta-feira 23 é Presidente da República Federativa do Brasil, ainda hoje passou quase aqui em frente de casa duas vezes, uma para ir outra para voltar do Bioparque Macapá que foi inaugurar no quilometro 9 da rodovia JK, e mesmo assim, com toda essa proximidade não transformou em conveniência nomear-me um seu ministro. 
A certeza que voce pode ter dessa verdade é factível apenas na manhãzinha de amanhã ao comprar os jornais, já que são mais de 18 horas e toda a imprensa local já deu o que podia dar.