Eu não queria voltar a me preocupar e menos ainda me
envolver com eleições. Razões são várias, a mais consistente delas é o câncer
que insiste na convivência comigo – o atual é de pulmão. Também não ando
pensando nisso como obsessão, ocorre, no entanto, que um dia fui articulista de
vários jornais, escrevi e publiquei uns livrinhos e depois fui para o rádio,
tagarela nas ruas e nos botecos começaram a me chamar de “formador de opinião”,
e eu burro e vaidoso fui aceitando. Agora, querendo ou não tenho satisfação a dar
aqui e ali onde encontro pessoas dessa época. Difícil convence-las de que antes
eu não sabia nada da politica e que hoje, depois da quarentena oncológica, sei
menos ainda. Inclusive é preciso esclarecer que foi esse um período sabático,
de certa forma, porque me despojei total e inteiramente da falsa ideia de que
seria ou um dia teria sido formador de opinião. Quando muito agora estou um
sujeito que acha que tem em razão em tudo que pensa, escreve e publica.
Outra razão pela qual não queria voltar a me preocupar
e/ou me envolver com eleições está no que li, vi e ouvi no ultimo dia 15,
dedicado aos Professores: heróis - mal pagos - tem que mudar esse estado de
coisa - a educação tem que ser a prioridade um desse país - a escola tem que ser
o futuro da nação - etc. Sinceramente, já do alto dos meus 67 anos estou cansado
de, com razão, desacreditar nisso – aliás, melhor o jargão da própria bazófia:
desacreditar nisso que aí está. Logo, a verdade que salta aos olhos, é
cristalina: o que tiver que acontecer vai acontecer. O pós-eleição 2020 tem
tudo para manter “esse estado de coisa que aí está”.
O que eu teria como terceira razão para não voltar,
mas já voltando a me preocupar e me envolver com as próximas eleições é de
peso, quase uma questão de honra. Seguinte, é bom garantir que até agora
ninguém, nem qualquer representante do ninguém, procurou-me para acertos
conspiratórios eleitorais com uso da minha capacidade de formar opinião
(conquistar votos) e a consequente compensação bancária pelo talento. Nenhum dos
vários jornais locais, tantos grandes sites, nem os serviços secretos locais e
nacionais, nem as facções até agora me procuraram para acertarmos a
delinquência. Também não se falou em empregos para os parentes e amigos, nem
mesmo um cargo no alto escalão para mim. Nada., embora possa estar nas ONGs
afins a última “bastilha” a cair.
Previno mais nesses tempos de quizilas virtuais e
pancadaria nas ruas, claro, primeiramente em nome da minha segurança pessoal e
certa tranquilidade no quase nenhum ir e vir pela cidade de Macapá – é
pensamento corrente que sempre que falo em eleições pregam-me na testa que
antes andei conversando com o senador Gilvam Borges ou que fez-me a língua o
caro amigo suplente de senador Josiel Alcolumbre, reunidos que nos vemos esporadicamente
na mesa de almoço aqui em casa sábado sim outro também.
E finalmente esclareço: o Senador Davi Alcolumbre
desde a quarta-feira 23 é Presidente da República Federativa do Brasil, ainda
hoje passou quase aqui em frente de casa duas vezes, uma para ir outra para
voltar do Bioparque Macapá que foi inaugurar no quilometro 9 da rodovia JK, e mesmo
assim, com toda essa proximidade não transformou em conveniência nomear-me um
seu ministro.
A certeza que voce pode ter dessa verdade é factível apenas
na manhãzinha de amanhã ao comprar os jornais, já que são mais de 18 horas e
toda a imprensa local já deu o que podia dar.
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