A
presente indignação do povo brasileiros mostra um Brasil “pegando fogo”,
projeta uma nova nação. Momentos há que dá a impressão de pátria e povo em perigo.
Mas é só impressão, momentânea, porque na verdade as ruas do Brasil estão
cheias de liberdade: governança decente, dignidade e mais igualdade de
oportunidade para todos são o alvo do novo cidadão brasileiro, orgulhosamente
representado nas ruas pelos jovens.
Tem
entre eles os sempre traidores da causa, mas é uma minoria bem menor que a
decisão que a maioria toma em favor de novo e poderoso Brasil. Protestam os
atuais jovens brasileiros contra a cobiça insaciável, o desprezo pela condição humana
que deve presidir as relações entre as pessoas dessa nação, contra a tirania
dos decretos subreptícios tão facilmente utilizados pelo poder público para
sangrar mais e mais o povo.
Os
jovens marcham nas ruas expandindo forças contidas em cada um deles, em defesa
própria, da família, das comunidades a que pertencem. Avançam pelas ruas com
coragem, consciência e quase nenhum desespero.
Esses
jovens são a voz da nação, são a força à disposição do Brasil, são a grande e
verdadeira alternativa política capaz de promover mudanças definitivas com base
nos cidadãos e nas riquezas naturais, intelectuais e de produção tão abundantes
e ainda disponíveis.
Estão
ouvindo essa voz da nação?: “Ouviram do Ypiranga às margens plácidas, de um povo
heroico o brado retumbante”. “Já podeis a pátria filhos ver contente a mãe
gentil”. “Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”. É disso que fala o povo que está agora nas ruas de todo o Brasil. Não se pode resumir tantos sentimentos a vinte
centavos.
Os
governos, os programas de governo não podem mais desconhecer o óbvio, fingir
não sentir a força que está nas ruas e no coração desses milhões de jovens esperançosos
de um grande Brasil. A essência do que eles estão dizendo não é outra senão exigir
que o país mude já. Estão gritando que a verdade não está apenas com os
governadores, prefeitos, com o presidente, assim como não pode emanar pronta do
governo, mas sim com o povo. Querem delega-la daqui por diante somente àqueles
que puderem interpretá-la integralmente .
Os
jovens estão ensinando: o governo deixa de ser legitimo quando não tem a cara do
povo. Estão os jovens de hoje, decretando que nesse novo país a elite é o povo.
O movimento chega concretamente a Macapá, hoje às 16 horas as ruas estarão cheias de pessoas dispostas a esse novo tempo no Brasil. Em 1992 estive nessas ruas acompanhados dos meus tres filhos na celebre marcha dos Carapintadas (Fora Collor), vinte e um anos depois meus netos Camilo e Leticia me convocam, motivam e repetir o ato. Estaremos lá!