Critério
de premiação é caso serio quando se trata de prêmios para governantes, digamos
de governador a presidente no caso do Brasil. Quem está distante da construção
dos critérios de seleção desses premiados estranha pompas e circunstancias de
se premiar e de se receber prêmios.
Quando
as autoridades ganham prêmios internacionais (quase sempre lastreados por
dinheiro em espécie), cá de fora a gente pensa: “ótimo, já não era sem tempo”.
Até tecnicamente a gente sonha: “esse premio trará ganhos importantes para o
estado”. Mas será que é isso mesmo? Por que, via de regra, não acontece nada?
Ainda
estamos comemorando a premiação simultânea que a Itália concedeu a deputada
federal Janete pela autoria da Lei Estadual da Biodiversidade do Amapá, das
Leis Federais de prevenção ao escalpelamento, da materialização do voto
eletrônico e por incentivadora dos arranjos produtivos da floresta, e ao
senador João Alberto por algo importante que também tenha feito ao governador Camilo
Capiberibe pela conservação e defesa da floresta. É o que informa sites
diretamente ligados aos três premiados.
O
governador fez um bom discurso no recebimento, destacou a capacidade da Organização Verde Ambiente e
Sociedade em reconhecer os “esforços do povo da Amazônia de defender a
floresta”, justificou a premiação dizendo: “o Amapá é um Estado amazônico no
extremo Norte do Brasil que tem 143 mil km² e nele moram 700 mil pessoas. Temos
97,8% da nossa cobertura vegetal preservada e 73% da área total do Estado é protegida
legalmente, desde parques de proteção integral até florestas de produção
voltadas ao desenvolvimento sustentável”.
Fez
uma critica ao “sistema”:“Depende
também, de compreendermos que a preservação das florestas significa abrir mão
de um modelo que se mostrou eficiente do ponto de vista de criar riqueza, mas
desastroso do ponto de vista ambiental”.
E voltou a destacar
seu estado: “Até aqui no Amapá conseguimos realizar um grande feito. Somos o
Estado mais preservado do Brasil e seguramente um dos mais, se não o mais
preservado do mundo”.
Finalizou o discurso
deixando à plateia ambientalista palavras realmente excitantes: “Somos também
um dos Estados da federação com a maior taxa de urbanização do país - 94%
da nossa população mora em cidades. Isso torna o nosso desafio ainda maior - como desenvolver a floresta e prover nosso
povo com empregos se apenas 6% da população mora no campo e nas florestas? Queremos
a floresta em pé, mas queremos o reconhecimento de que o esforço do povo do
Amapá de buscar o desenvolvimento econômico com a preservação da floresta é um
serviço prestado para a humanidade”.
Aos
números: 97,8% de cobertura vegetal preservada e 73% da área total do
Estado protegida, podem ser coisas e cenários diferentes de florestas; de 700
mil diz o governador que são 658 mil os que moram em cidades. Apenas 42 mil
pessoas, inclusive crianças e idosos, estariam diretamente cuidando dos campos
e florestas.
Números! Vá confiar.
Dizem eles que 68% da área territorial do estado (97.240km²) estão entregues ao
Incra; 12.3% (17.589 km²) ao Ibama; e 8% ou 11.440 km² à Funai. Quer dizer,
88,3% do território amapaense são jurisdicionados pela União, grosso modo em
126 mil quilômetros quadrados dos 143 mil citados pelo governador o estado não
apita.
Nesse caso, o premio
não caberia à Presidenta Rousseff?
É tudo muito confuso:
o Município de Laranjal do Jari tem 31.170,30 km², mas à disposição do Prefeito
apenas 32 quilômetros quadrados. Lá, qualquer premio por conservação ambiental também deve ser da presidenta.

O Prefeito só tem jurisdiçao numa parte dessa manchinha amarela, na qual se insere, ainda,
o Asentamento/Incra Maria de Nazré
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