Translate

quinta-feira, maio 30, 2013

NÃO É FÁCIL.



 O governador do Amapá considera bom seu governo, mas acha que é a imprensa que o torna ruim. A imprensa, disse ele, “não consegue ver o que estamos fazendo”. É uma injustiça - da imprensa ou dele. Mas é caso de fácil solução.
A última reclamação publica do governador contra a imprensa foi registrada no discurso que fez na inauguração do Superfácil Beirol. Ouvi o governador dizer, mas não encontro a reprodução das suas palavras na imprensa escrita. Mais um registro de má vontade da imprensa em desfavor do governador? 
 
A regra para o político é – e Camilo não foge a ela – falar publicamente para a imprensa repercutir. (bom jornalista é o que faz melhor a fama alheia).
Depois que inventaram o “politicamente correto” diz-se o que quer, e a imprensa livre “explica” o que era preciso ser dito.
A reclamação de Camilo lembrou uma das ultimas afirmações do Ministro presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, dizendo a estudantes de Brasília que os partidos brasileiros são "de mentirinha". 
A afirmação deu o que falar principalmente “no âmbito” dos partidos. Já na imprensa a mesma afirmação foi explicada dessa, daquela e daqueloutra forma. E daí, não Foi o Ministro presidente do Supremo que a fez? Se não for verdade, não será que mais uma mentirinha.
Assim sendo, como, aqui no Amapá, o governador e a imprensa podem chegar a bom termo? Dois caminhos penso eu podem ser trilhados de ambas as partes: o da verdade ou da mentirinha.
Mas assim: verdade verdadeira dói; mentira escrachada desacredita e também dói. O que custa ao governador reunir a “sua” imprensa e se acertar?
“Olha, no meu governo terminamos ou estamos dando andamento nos seguintes projetos criados e iniciados no governo passado. Começamos e vamos inaugurar os seguintes projetos criados e iniciados no meu governo. Proporcionalmente vocês, a “minha” imprensa, é maioria na mídia. Devem ser jornalistas capazes de fazer contra ponto à imprensa que anda criando mentirinhas contra o governo, e às vezes contra o próprio governador”.
Não seria simples? O problema é que a reclamação do governador tem amplitude grande demais, a saber: ele tem mesmo uma parte da mídia e da imprensa a favor do seu governo? Qual o tamanho disso? Por que não há boa defesa das verdades verdadeiras do governo, levando o governador a se queixar publicamente?
E a imprensa “oposicionista”, que tamanho tem, por que perturba tanto, quanto de credibilidade tem na população? Como faz para esconder as verdades do governo? Que problema essa imprensa oposicionista quer resolver com o governador?
E a população, só enxerga o que a imprensa oposicionista consegue mostrar? Ou por outra, por que não consegue acreditar na imprensa situacionista?   
O quadro atual no Amapá de verdades e mentirinhas entre governo e imprensa pode estar refletindo a “síndrome da eleição mal resolvida”. Em 2010 foi zero vírgula pouca coisa por cento que separou os candidatos ao governo no primeiro turno: Lucas Barreto 28,93, Camilo 28.68%,  e Jorge Amanajás 28,19. No segundo turno, mãos sujas para lá mãos limpas para cá deu Camilo 53.77% e Lucas 46.23%.
Números são números, independem de que lado esteja essa ou aquela imprensa, esse o aquele dono de mídia. Se bem que hoje temos um desassombrado Ministro Presidente do Supremo, que de repente pode em outra universidade, para outros estudantes afirmar que “no Brasil há mentirinhas em resultados de eleições”. Só falta essa.