O
cinema americano produziu em 2001 o filme Mundo Cão, de Terry Zwigoff. Assisti a
esse filme e desde aí esperei pela recomendação que agora está fazendo a FAO:
introduzir insetos na alimentação regular em todo o mundo.
Durante
os anos de trabalho no Museu de História Natural “Ângelo Moreira da Costa Lima”
e após, no Instituto de Pesquisas do Amapá, um alerta tínhamos para todos os
dias: “Chegará o dia em que o homem conhecerá o intimo dos animais. Nesse dia
um crime contra um animal será considerado
um crime contra a própria humanidade” – Leonardo da Vinci.
Dra.
Inácia estudava caranguejos, mortificava-a ouvir na segunda feira que no fim de
semana tínhamos comido alguns dos “seus” bichinhos como tira-gosto. O Dr.
Nonato estudava arbovirus - malária e dengue eram alvos das suas investigações
cientificas. Temíamos que ele instituísse no âmbito do seu laboratório campanhas
de preservação de mosquitos, com o uso de camisas com frases do tipo: Preserve
o carapanã.
A
ciência está estimando hoje ente 5 e dez milhões de espécies de insetos no
mundo, mas garante que 1 milhão dessas espécies estão catalogadas: 350 mil de
besouros, 170 mil de borboletas, 120 mil de moscas, 110 mil de abelhas, vespas
e formigas, 82 mil de percevejos e pulgões, 20 mil de grilos e gafanhotos e 5
mil de libélulas.
Aqui
na Amazônia tudo isso dá na canela, sem contar maruins, mucuins, borrachudos e
a infernal mosca bijogó. E tem pulga, bicho de pé, etc.
A
Fao informa que os insetos top de linha para a alimentação humana no momento
são besouros, minhocas, abelhas, vespas e formigas, gafanhotos e grilos. São nutritivos,
riquíssimos em proteína, gordura e minerais; excelentes complemento alimentar
para crianças desnutridas; ótimos conversores de ração em carne: 2 kg de ração em
1kg de massa, enquanto a conversão bovina é de 8 para 1. Estão em todos os
lugares, muito prolíferos.

São
saborosos? Pero que si pero que no, lagartas no sul da África e ovos de
formigas tecelãs no sudeste asiático são iguarias, caras.
Bom,
é aí as coisas deixam de ser simples. Se e quando Brasil entrar na onda, a
mania nacional de avacalhar vai tabelar o preço de feira da bicharada. Não demora
e o brasileiro vai perceber que não terá poder aquisitivo para comer o pêefe de
besouro ou de borboleta e, pior muito pior será o quanto vai subir no açougue o
preço das carnes hoje usuais na alimentação popular. Inseto poderá ser coisa de
gastronomia!
Doloroso
será ver o dinheiro publico saindo a rodo para irrigar as ONGs com os seus
programas de proteção aos insetos nativos: liberados para consumo só os exóticos.
Estudos
já estão avançados para incluir na lista escorpiões e aranhas que parecem, mas
não são insetos.

Tudo
a seu tempo e nada acontece por acaso, o Diretor Geral da Organização das
Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), que nos recomenda o novo
cardápio, é ninguém menos que o brasileiro Dr. Jose Graziano da Silva. Assim mais
dias menos dias nossas festinhas serão tão ou mais chiques quanto mais
variedades de insetos forem oferecidas aos convidados - quanto mais anopheles e
aedes menos malária e dengue.
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