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quarta-feira, maio 15, 2013

RECEITA DO CHEF.



 O cinema americano produziu em 2001 o filme Mundo Cão, de Terry Zwigoff. Assisti a esse filme e desde aí esperei pela recomendação que agora está fazendo a FAO: introduzir insetos na alimentação regular em todo o mundo.
Durante os anos de trabalho no Museu de História Natural “Ângelo Moreira da Costa Lima” e após, no Instituto de Pesquisas do Amapá, um alerta tínhamos para todos os dias: “Chegará o dia em que o homem conhecerá o intimo dos animais. Nesse dia um crime contra um animal  será considerado um crime contra a própria humanidade” – Leonardo da Vinci.  
Dra. Inácia estudava caranguejos, mortificava-a ouvir na segunda feira que no fim de semana tínhamos comido alguns dos “seus” bichinhos como tira-gosto. O Dr. Nonato estudava arbovirus - malária e dengue eram alvos das suas investigações cientificas. Temíamos que ele instituísse no âmbito do seu laboratório campanhas de preservação de mosquitos, com o uso de camisas com frases do tipo: Preserve o carapanã. 
A ciência está estimando hoje ente 5 e dez milhões de espécies de insetos no mundo, mas garante que 1 milhão dessas espécies estão catalogadas: 350 mil de besouros, 170 mil de borboletas, 120 mil de moscas, 110 mil de abelhas, vespas e formigas, 82 mil de percevejos e pulgões, 20 mil de grilos e gafanhotos e 5 mil de libélulas.
Aqui na Amazônia tudo isso dá na canela, sem contar maruins, mucuins, borrachudos e a infernal mosca bijogó. E tem pulga, bicho de pé, etc.
A Fao informa que os insetos top de linha para a alimentação humana no momento são besouros, minhocas, abelhas, vespas e formigas, gafanhotos e grilos. São nutritivos, riquíssimos em proteína, gordura e minerais; excelentes complemento alimentar para crianças desnutridas; ótimos conversores de ração em carne: 2 kg de ração em 1kg de massa, enquanto a conversão bovina é de 8 para 1. Estão em todos os lugares, muito prolíferos. 
São saborosos? Pero que si pero que no, lagartas no sul da África e ovos de formigas tecelãs no sudeste asiático são iguarias, caras.   
Bom, é aí as coisas deixam de ser simples. Se e quando Brasil entrar na onda, a mania nacional de avacalhar vai tabelar o preço de feira da bicharada. Não demora e o brasileiro vai perceber que não terá poder aquisitivo para comer o pêefe de besouro ou de borboleta e, pior muito pior será o quanto vai subir no açougue o preço das carnes hoje usuais na alimentação popular. Inseto poderá ser coisa de gastronomia!
Doloroso será ver o dinheiro publico saindo a rodo para irrigar as ONGs com os seus programas de proteção aos insetos nativos: liberados para consumo só os exóticos.
Estudos já estão avançados para incluir na lista escorpiões e aranhas que parecem, mas não são insetos.   
 Borboleta
Tudo a seu tempo e nada acontece por acaso, o Diretor Geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), que nos recomenda o novo cardápio, é ninguém menos que o brasileiro Dr. Jose Graziano da Silva. Assim mais dias menos dias nossas festinhas serão tão ou mais chiques quanto mais variedades de insetos forem oferecidas aos convidados - quanto mais anopheles e aedes menos malária e dengue.




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