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segunda-feira, maio 13, 2013

PETRÓLEO E HOSPITAL... OU FACTÓIDES?.





Aqui em baixo o povo junta e mistura tudo: governo e governantes, política e políticos. O braço visível do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados -PSTU, “organiza” esse “tudo junto e misturado” num linguajar que é marca do partido – farinha do mesmo saco.
Tem lá sua razão, governantes e políticos são hábeis discursadores capazes de induzir o povo a acreditar no que dizem. Qualquer duvida que fique a “imprensa do eco” acaba de transformar em verdade. Outra coisa, no entanto, é a realidade nua e crua com a qual deve lidar governo e política.   
É no imenso universo desse quadro cotidiano que surgem governantes e políticos muito hábeis, talentosos mesmo, em transformar fatos em factoides. 

A expressão “factóides” foi criada pelo escritor Arthur Miller e se exemplifica bem a partir de fatos carregados de imagens: do fato em si, de quem se situa no centro do fato e de quem o narra.
Muitos exemplos daríamos de fatos e factoides ocorrendo no Brasil, mas seria o mesmo do mesmo. O Amapá é o nosso “mundo” e nele estão em profusão governantes e políticos hábeis e ávidos demais em transformar fatos em factoides. Não lhes falta a “imprensa do eco” para mantê-los devidamente na mídia. Aliás, nem sempre! A necessidade de bajular normalmente afoga governantes e políticos em pseudofatos – ou seja, agrega pejoração ao factóide.
Pelo menos três fatos no Amapá estão dando origem a factoides e carona privilegiada a políticos e governantes: câncer – petróleo – hospital.
Os fatos oncológicos se repetem como se a vida por aqui corresse ainda em 2010, apesar das marcas Unacon e Ijoma., mas predomina na mídia as imagens de personagens em visita à diretoria do Hospital do Câncer em Barretos e a transformação disso num factóide: não é realidade a anunciada conexão/cooperação Barretos-Macapá.
Licitações a realizar-se à Rua Aquarela do Brasil, nº 75, São Conrado, Rio de Janeiro/RJ.     
Movimenta cidades no Amapá a intensa discussão sobre royalties do petróleo territorial. Já há decisão de transferi-los integralmente para a educação. Autoridades e políticos estão gerando agora noticias e imagens de si mesmos e de suas instituições “defendendo” interesses coletivos sobre um fato que a presidente Dilma Rousseff deu contornos de realidade em janeiro de 2010, fato que vai a leilão amanhã e depois, 14 e 15/05 sob as regras da 11ª Rodada de Licitações da ANP, ref: item 4.1 do Edital de Licitações a realizar-se à Rua Aquarela do Brasil, nº 75, São Conrado, Rio de Janeiro/RJ.

 

Ora, dizer que vamos mudar realidades inerentes ao leilão de amanhã, votar leis municipais já destinando seus royalties, despender tantos esforços de mídia consagrando figuras centrais e periféricas ao que ainda não ocorreu, não é mais que factoide.  
É fato que a demanda sufocou e anulou a capacidade de suporte do Hospital de Pediatria em Macapá, daí aos fatos ali gerados. Contudo, quando o governador resolve ocupar o centro da imagem e da noticia falando de milhões para a repaginação do hospital sem dizer das providencias que tomou em favor dos pacientes ali internados enquanto durar a obra, ele oculta o fato e, indissociavelmente gera e vai para o centro do factóide.


O governador viaja amanhã para os Estados Unidos (meia dúzia de secretários o acompanham), a convite da International Conservation, que o ciceroneará por lá abrindo portas para negócios com a biodiversidade amapaense.
Mas a ONG dá no cravo e na ferradura, pois está diz oDr. Guilherme Fraga Dutra, diretor do Programa Marinho da Conservação Internacional Brasil, sobre o “nosso” petróleo:

 “O leilão mostra que há falta de planejamento do governo, visto que muitas áreas não têm dados ambientais detalhados. Parece haver uma desconexão dos poderes. A ANP oferece os blocos; as empresas compram, e, depois, não conseguem a licença. E isso é ruim para todos. Do Maranhão ao Amapá, há a maior costa de manguezais do país. No Maranhão, há um dos maiores bancos de corais do país, o Parque do Parcel de Manuel Luís, que está próximo de blocos.
Diz mais: “Os maiores riscos estão relacionados com a possibilidade de vazamento de óleo, que poderia afetar áreas sensíveis e atividades econômicas como a pesca e o turismo. Outro desafio é criar estruturas de combate ao vazamento numa região tão isolada. Sempre há a possibilidade de o estudo ambiental concluir que o projeto é incompatível com a região. Dados secundários não são ruins. Para a margem equatorial, há poucos dados ambientais como um todo, então será necessária a coleta de informações pelo empreendedor”.
Como se fatos e factóides já não houvesse o suficiente para a o comercio de sonhos, diz o Dr. Paulo César Rosman, professor de Engenharia Costeira da Coppe: “trata-se de uma das áreas mais críticas, a Bacia da Foz do Amazonas. Em caso de vazamento, as correntes marinhas predominantes da região vão em direção ao Norte, levando, assim, o óleo em direção à Venezuela em caso de vazamento. Há risco de contaminação acidental em outros países. É um fato inédito nos licenciamentos, o que demandará negociação com os países potencialmente afetados e definirá uma maior complexidade no processo de licenciamento”.
Pois é, recentemente alguém da grande mídia nacional explicou a “lógica” do factoide: “se o governador vai ao Maracanã cobra um pênalti, mas não mostra em que situação estão as obras no estádio ... é factoide”.



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