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domingo, agosto 02, 2020

CONCORDA OU 'DISCONCORDA'?

Cesar Bernardo – agosto/2020.

Acaso concorde com certas coisas e pessoas inevitáveis, obrigo-me a concordar também com voce. Estaremos em meio a um caso de um sem fim de coisas e pessoas. A televisão exibe aos domingos uma série de filmes bastante divertidos e muito bem produzidos, embora pródigos em repetir bordões. Da última vez que assisti a uma daquelas produções repetia-se que ‘a pizza abre portas’; e concluía: “foi assim que o Bush entrou na Casa Branca. É uma citação apenas, difusa, recurso de roteirista e produtor de televisão, mas com o qual concordo. 

Boa parte da imprensa da época disse que o Prêmio Nobel da Paz devia ter sido concedido a Julius Oppenheimer, e a seguir extinto em nome da autenticidade e valorização definitivas da própria inciativa. Quem o tivesse ganho até ali ficaria onde e como estava, mas dali em diante não haveria mais essa premiação e menos ainda quem a merecesse. E o que foi que fez o Dr. Julius Oppenheimer para ensejar tamanha revisão no mais prodigo processo de avaliação e premiação de atos e fatos da humanidade pela paz, como o era o Prêmio Nobel da Paz? Oppenheimer foi um físico americano oriundo de família judia e filho de pai alemão, também matemático, literato da cultura grega e francesa. Primeiro se envolveu politicamente contra a dominação nazista e depois fez-se republicano americano mediante a deflagração da guerra civil espanhola. Criou, aperfeiçoou a primeira bomba de hidrogênio – a Bomba H. Experimentou-a sobre Hiroshima, matando a uma só explosão mais de cem mil pessoas, inocentes ou não. 
Minha conclusão? Concordo com quem concorda com a sugestão do Prêmio Nobel da Paz ao Dr. Oppenheimer. Não concordo, entretanto, e de jeito nenhum, com quem por quaisquer razões que apresentem critiquem ou discordem dessa linha de pensamento, digamos, pró bomba atômica. O que entendo de Bomba H para que me alinhe e me exponha dessa forma, talvez até achando que haja alguém a influenciar? Nada, cem vezes nada; no entanto, cá para nós, que maior contribuição houve para a paz universal do que os estragos e dores espalhados pelas bombas atômicas um e dois, explodidas sobre Hiroshima e Nagasaki? Antes delas o mundo era uma aldeia conflagrada, beligerante, grandes guerras feitas para girar a roda da economia de ambos os lados, opressores e oprimidos. Por nada um país ou império fazia guerra contra o outro; invadia e bombardeava primeiro e só bem depois assinavam os documentos exigidos nos termos dos tratados internacionais, para a declaração da guerra. Depois do domínio da tecnologia de fabricação de bombas atômicas e equivalentes em mãos de diversos exércitos e organizações criminosas no mundo, que novas grandes guerras explodiram no planeta? Conflitos entre países ainda se registram até em andamento, às vezes até bate boca continentais ocorrem, mas, guerra para valer, não. 
Com o mundo surfando inédita onda de paz mundial – perceba que não disse ‘estado de paz’ mundial – a humanidade chega ao tempo da pandemia, dá de cara com, e se curva diante do Coronavirus19...mais um vírus. Diz-se mundos e fundos sobre pandemia, coronavirus, covid19 e, quanto a isso não vejo nada sobre o que não concordar. Mas, no meio do caminho da turma – Pandemia, Coronavirus19 e Covid19 – tem pedras. Pedras potencialmente mais letais do que novas bombas atômicas, poderosas o suficiente para reabrir a discussão se deve ou não prosseguir a premiação pela Paz: Trump, Bolsonaro, Jong Um ... concorda ou disconcorda?