Praticamente somos os mesmos pescadores,
agricultores, pastores, doutores da lei, fariseus, que há dois mil anos ouviam pessoalmente
a pregação de Jesus. Passados tantos anos e o que se ouve nas igrejas cristãs
de hoje são as mesmas injunções que Jesus usou na sua Judeia.
Assim, pois, esse próximo novo natal
precisa ser também a celebração do grande mistério da fé cristã: uma criança
nasceu na obscura Belém, romana, cresceu e se mostrou um grande e incomodo reformador.
Durante três anos discutiu a relação de poder
necessária entre homem e Deus, por isso foi condenado a morte de cruz – morte reservada
a matar de dor, horror e vergonha.
Nem por isso a história de Jesus é de
fracasso! Vá onde vá nesse mundo e encontrará igreja, capela, objetos ou símbolos
que lembram e comemoram seus feitos. Tudo é mistério da fé, mas tudo aponta a
verdade de que o poder terreno foi e ainda é efêmero, é pó, é cinza.
Se repararmos bem com alguma facilidade
perceberemos que esses seus três anos antecedentes à sua morte foram de
ensinar, ensinar, ensinar: são os mansos e não os fortes que atraem multidões;
a inclinação natural do homem é pelo sofredor. Jesus mostrou que a bondade e a
compaixão existem dentro de nós – é o fundamento do cristianismo.
Foi perseguido e morto porque afirmou sem
sombra de duvidas que Deus e não o homem, homem algum, é a autoridade final. Hitler
quis mostrar o inverso dessa verdade, e nunca passou de Hitler. Parte dos grandes
cientistas pensam transformar o evolucionismo em progressismo, esbarram, no
entanto, na fatalidade da morte mais ou menos anos. Fome e varíola atravessam séculos.
A morte não é vencível, nem disso Jesus se
esqueceu de tratar nos seus sermões e parábolas. Todavia, a doutrina dele
escancarou uma porta aos crentes: prometeu-nos um outro mundo além deste e
deu-nos os meios de ingresso nele.
Aquele menino nascido há 2019 anos, que
ensinou e ensinou, um dia ensinando ao seu melhor amigo, seu escolhido e eleito
– Simão Pedro, chateou-lhe um pouco perguntando seguidamente se ele o amava. Pouco
tempo depois Pedro negou Jesus justamente três vezes. Depois morreu por ele
também em morte de cruz., mas morreu compreendendo que a insistência de Jesus
era um ensinamento preparatório para a realização de mais um mistério: ama mais
quem dá a vida pelo outro.
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