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terça-feira, março 15, 2011

PROFESSOR OLYMAR: UMA BORBOLETA QUE BATEU ASAS

FOI UMA BORBOLETA

(Homenagem ao Profº. Olymar)
cesarbernardosouza@bol.com.br

“Pela falta de um prego perdeu-se uma ferradura; pela falta de uma ferradura perdeu-se um cavalo; pela falta de um cavalo perdeu-se um cavaleiro; pela falta de um cavaleiro perdeu-se uma batalha. Assim, perdeu-se uma guerra e um reino. Tudo por falta de um prego!”

Dessas poucas palavras deriva a teoria do caos e dela o filme O Efeito Borboleta, concluindo que uma delas batendo asas na China daria causa a um tufão em Volta Grande-MG/Br.

A teoria do caos mostrou-se um sólido alicerce para a idéia do efeito borboleta, aí considerando a amplitude das ciências, desde as exatas até as humanas, passando pelas biológicas também com aplicação na arte e na religião.

É nesse emaranhado teórico hipotético que nos encontramos, o Professor Olymar Augusto Bittencourt e eu.

É certo que não só a mim ele favoreceu com a sua vida profícua, certeza que dou porque era um professor vocacionado (escreveu e publicou: Ensaios Químicos Qualitativos - apresentado pela Editora Interciência, reúne assuntos fundamentais para alunos de nível técnico superior e de interesse para profissionais da Química e afins.), de outra forma porque o conheci sempre um ser humano muito bem circunstanciado: capaz de pensar o seu mundo em alta escala, um homem espiritual apesar de altamente intelectualizado, alguém capaz de permanentemente se contemplar à luz de verdades simples e honestidades contextuais.

Na maioria das vezes ou do tempo da nossa convivência, Olymar se mostrou sublime, espiritual, culto; jamais instintivo, selvagem ou caótico.

Apesar de parecer fechado em si mesmo, Olymar não escolheu para si vida monótona nem estúpida nem inútil. Naturalmente lutava por algo belo e ideal, embora nos deixasse perceber (vez por outra) que sabia não dispor de tempo para atingir suas metas.

Mas, para mim Olymar foi a borboleta que bateu asas em Volta Grande em 1972 para transformar totalmente minha vida ainda agora em 2011, para melhor. Foi ele quem teve a percepção de eu deveria estudar embora sem poder estudar. Papai, Sidônio, Profº. Arnaldo Antonio Bittencourt e Profº. Olymar Augusto Bittencourt se juntaram, bateram asas sabendo que me proporcionariam uma grande chance na vida.

Portanto, com a mais mensurável gratidão possível sou uma das conseqüências do gesto generoso do agora saudoso Profº. Olymar. Anjos do sul e do norte, do leste e oeste o levaram da terra para o reino de Deus, acho que numa segunda feira, dias atrás: Deus o tenha!

Sentirei falta do Profº. Olymar por tudo aquilo que não conseguiu me transferir: calma, humildade, paciência, resignação, respeito profundo a qualquer pessoa, sabedoria, doação...

Fui eu quem não quis aprender, foram muitas as vezes que o ouvi me dizendo: “Precisa se esforçar mais!”. Não é tarde, o mestre repousa agora na transcendentalidade. Podemos todos, prosseguir “vivendo com ele”, invocar memorialmente tudo que estava nele e em nós ainda não.

Uns anos mais outros menos, convivi 38 anos com o Olymar sempre professor, sempre amigo, sempre corregedor, vias pelas quais ouso recomendar que viva em nós o Profº. Olymar. Não que o pretenda “santificado” ou transformado em “fotografia” maior que a moldura – ídolo de barro.

Nada disso, é que vivemos a plenitude de dias em que as pessoas pelas pessoas não valorizam verdadeiramente os valores que as ajudem a crescer, avançar mais para a plenitude social, cultural, espiritual, econômica. Deveríamos ser sempre ajudados para significarmos, no mínimo, o somatório de tudo isso. Mas, é tempo do salve-se quem puder.

Creio na vida pós morte, essencialmente espero o reino divino que Jesus anunciou. Creio também que o Olymar subiu dignamente seu calvário com a sua cruz.

A mim falta muito, mesmo assim estou forte na esperança de reaproximação com o Professor Olymar Augusto Bittencourt, saudosa “borboleta” que um dia bateu asas em Volta Grande para gerar no Amapá uma grande e bem estruturada família, que também lhe devota espontânea gratidão.

Asas que ele tenha borboleta que foi voe à presença de Deus – e permaneça.











Um comentário:

Luis Augusto Bittencourt disse...

Cesar, sou sobrinho e afilhado do tio Olymar e encontrei seu blog ao procurar o nome dele no google. Tratei de enviar o link para toda a nossa família. Todos estão emocionados e orgulhosos. Você definiu muito bem o que ele era. Um exemplo para todos nós e certamente para muitas gerações de alunos.

Parabéns pelo blog e obrigado pelas palavras tão carinhosas sobre o nosso tio Olymar.

Luís Augusto Bittencourt