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quinta-feira, março 19, 2020

MNEMÔNICA

Cesar Bernardo- mar20.

Os filhos têm e são incentivados, financiados e em alguns casos forçados à individualidade, quase isolamento. Primeiro na própria casa e concomitantemente, noutra escala, na própria vida. Defende-os completamente o ECA, a cultura, o ante bullying. A rua os ataca, unicamente.
É feliz e sente-se bem realizado e situado na vida o casal ou mãe ou pai que entrega ao filho o primeiro quinhão de sua herança tão logo desmame: o seu quarto.
Um orgulho dizer: “o meu filho tem um cantinho só seu”. Tanto faz que o rebento tenha tantos ou quantos anos. Nisso já está uma ida ou vinda do pêndulo da ilusão humana ocidental não paterna, não materna, não conjugal apenas. Cada qual no seu quadrado é questão de prosperidade.
Nesse seu cantinho a criança repousa e se aquece apenas de direitos, já é muito mais do que mais e não pode ser desrespeitada a qualquer hora por adultos sem que lhe batam à porta antes. Nunca contrariar a sua ou outra criança em seu “mundo” ou “espaço”, com atos e opiniões contrarias ao que ela espalhou pelo chão, pregou na parede, pendurou o que quis onde quis .... no seu latifúndio.
É direito da criança fazer ali o que bem queira ou não queira. Pode, inclusive, trancar-se nesse seu mundo para em outro abstrair-se indefinidamente em “pesquisas” e jogos eletrônicos em seu tablet ou smartfone.
É crime grave contra o direito dessas crianças alguém se meter nessa seara, assim como é obrigação paterna ou o que a substitua proporcionar-lhes um pacote de férias fora da área geográfica familiar.
Essa paradinha na vida dos pimpolhos deve ser longe do país, de preferencia nos Estados Unidos, sem a menor relação com o deserto do Arizona.... Disney, para começar e encurtar conversa.
Também faz parte da educação delas participar diretamente da reconciliação dos pais via troca de joias caríssimas e o indispensável dar-se um tempo em Paris, ilha de Malta, Vienna ou o que o valha. É para servir de exemplo e aprendizagem para as crianças que ainda vão crescer.
E não se diga que sejam costumes ultra modernos; não são. Estão muito lá atrás os anos de outros procedimentos que cederam lugar aos dias, usos e costumes atuais. Foram aqueles, pode-se dizer, longos anos, períodos da história humana quase que radicalmente opostos aos de agora.
Lá as crianças eram instruídas e treinadas para a vida em grupo, ouvir e confiar nos mais velhos, buscar e valorizar a vida livre de paredes e cercas, confiar e crer em Deus. Autodefesa. Nada de confiar a maquinas e algoritmos a sua defesa, suas decisões, suas escolhas, suas obrigações.
Aliás, é bom parar por aqui até que se saiba se não está nesse texto parte ou virgula que me remeta ao Código de Direito Civil por ofensa à dignidade da criança e do adolescente. Essa coisa de matar o tempo em leito de hospital pode dar em dose insuportável ao moribundo.  

   






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