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sábado, agosto 21, 2010

O PRÉDIO MAIS ANTIGO DE MACAPÁ

O MONUMENTO MAIS IMPORTANTE.




A Igreja de São José de Macapá vai passar por um cuidadoso processo de restauração. Fase a fase, segundo seus conjuntos de paredes (arcabouço- pintura), cobertura (forro-teto), portas e janelas, equipamentos de arte (sacra e não sacra). Consumirá nisso um tempo indeterminado, porém necessário a que o estado e o povo amapaense permaneçam na posse e guarda do seu mais importante monumento histórico.

A questão é exatamente essa: o mais importante monumento histórico entre nós, a partir do qual tudo começou. Em 1752 teve inicio, inaugurando-se em 1761. Antes dele, diz o arquivo histórico de Macapá, era o nada.

Ora, em sendo este o primeiro marco de ocupação desse chão que hoje é a cidade de Macapá, que nos encanta e abriga a cada dia que a conhecemos um pouco mais, seria a sua restauração uma tarefa coletiva. Não se estaria restaurando uma igreja católica, também não um patrimônio da Diocese de Macapá, do bispo ou dos padres, mas o monumento histórico mais importante para os amapaenses. Berço e sustentação da cultura que nos anima a mais e mais na peleja cotidiana pela vida.

Seria bom que o governo estadual e municipal de Macapá se interessassem mais e melhor por esse projeto, interagindo com a coordenação direta do mesmo e, daí em diante cuidassem torná-lo uma empreitada de toda a sociedade amapaense, sob o ponto de vista da historicidade que nos reaproxima daquela “meia dúzia” visionária que, erguendo a capela de São José previa os dias atuais e futuros dessa multidão de pessoas que já somos, mas ainda duvidosos quanto a cuidarmos ou não dos nossos valores culturais arquitetônicos, religiosos, sacros, literários, etc.

Dúvida que não deveria existir especialmente ante a pequena quantidade desses monumentos restantes em Macapá. O prédio da Igreja São José sobressai também pela sua localização ali no “Formigueiro” ou “Largo dos Inocentes”, espaço cultural atualmente muitíssimo bem utilizado pelo povo, através da atuação inteligente da Confraria Tucuju. Tudo ali está limpo, os equipamentos urbanos são dispostos com bom gosto, as pessoas portam-se orgulhosas por “pisarem o chão onde tudo começou”.

O predio não está só, como que “guardando” esse testemunho da história amapaense estão três outros importantes prédios diretamente ligados à cultura local: o da Biblioteca Pública, e do Museu Histórico e o do Teatro das Bacabeiras, além de fazer-lhe frente o primeiro cruzeiro e a Praça Veiga Cabral.

Até dias atrás pisava os ladrilho daquela igreja o Sr. Duca Serra, que por noventa e seis anos testemunhou tudo que ocorreu de um lado e outro das portas desse fantástico prédio. O Sr. Duca Serra sabia tudo sobre as seis pessoas que foram e estão sepultadas no chão da bicentenária igreja, se o perdemos sem indagar-lhe sobre tais histórias, nos animemos agora a nos apropriarmos definitivamente d a história desse prédio que muito tem a oferecer sobre cidadania, soberania, cultural e afirmação social. Basta compreender e aceitar toda história que ele realmente guarda.



Notas: ¹-Chegamos a 30 quilos de pasta base de cocaína apreendida no estado em ação policial. No contra-ponto os candidatos estão falando de quanto mais no orçamento para Segurança Pública? ²-Viva o bom senso: a PM fez manobras, na Beira Rio, ontem sem, contudo, obstruí-la aos pagadores de impostos. Parabéns comandantes! ³-Agrada, anima, compensa ver o Teatro das Bacabeiras inteiramente lotado quando se está em andamento eventos para os quais foi concebido. Foi assim ontem por ocasião (feliz) do show do pianista e maestro Bem Hur Cionek. Um grande presente dos magistrados à sociedade. Mas ainda tem crianças muito pequenas sobrando nessas ocasiões especiais.

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