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quinta-feira, agosto 12, 2010

TRAGÉDIA ANUNCIADA

LA VAI O TREM.




Não sei bem quem tem nesse momento a responsabilidade de gerir a Estrada de Ferro do Amapá, seja lá que for: cuidado! Três descarrilamentos em um ano é mais que desmazelo, é risco eminente (e anunciado) de tragédia. Quem me dera poder dizer: quem avisa amigo é.

Um trem correndo nos trilhos mexe com as minhas mehores mebranças: tomávamos o Ramal e iamos passar dias de férias no sitio da vovó, na zona rural de Pirapetinga(MG). Mas, não só isso, me lembra também recomendações de D. Pedro II: “...é urgente ir comprando terras à margem das estradas de ferro para aí estabelecer as colônias”. O monarca disse também: “...dou tamanha importancia a uma estrada de ferro para Mato Grosso, que não posso deixar de recomendar que se cuide de sua melhor direção e construção, embora lenta, conforme o permitam os recursos”.

Nasci em Volta Grande(MG), cidade surgida por causa do café e alccol anihidro que produzia, o que acabou atraindo a Estrada de Ferro Leopoldina (iniciativa do empresariado da Zona da Mata mineira), aberta ao trafego no seculo XIX. O trecho Volta Grande-Além Paraiba foi inaugurado no dia 8 de outubro de 1874, a primeira linha férrea em Minas Gerais. Mas, a minha cidade só não morreu por causa dssa linha férrea por onde todos os dias passam dois trens expressos transportando bauxita desde o alto Mantiqueira até o pátio fabril da Companhia Siderúrgica Nacional (CSA), em Volta Redonda(RJ). Normalmente são três locomotivas arrastando oitenta vagões carregados.

D. Pedro II comandou a festa de ianuguração da estação da minha cidade, acompanhado de José Fernandes da Costa Pereira, Cristiano Benedito Ottoni, Ignacio Marcondes Homem de Mello, conselheiros do Império (ministros hoje), além dos doutores Manoel Buarque de Macedo, Bento Ribeiro Sobragy e tantos outros.

Depois a estrada de ferro avançou até a cidade de Leopoldina, que lhe deu o nome, e não a princesa como é comum supor.

Raridade no entanto é relacionar essa estrada de ferro com a frequencia de descarrilamentos no ultimo ano verificado aqui no Amapá, no seu percurso de apenas duzentos quilometros ligando a cidade de Serra do Navio a Santana. A Rede Ferroviária Federal acabou incoporando a Estrada de Ferro Lopoldina, dando origem a cerca de dois mil quilometros de trilhos ligando Minas Gerais ao Rio de Janeiro.

Porém, cumpriu-se quase à risca a previsão de D. Pedro II: cidades (colonias) se estabeleceram ao longo das ferrovias, muitas. Algumas delas prósperas o suficiente para serem tomadas como “modelo” de valores agregados.

Eis uma lição que serve aos atuais administradores da Estrada de Ferro do Amapá: a de Volta Grande (08/10/1874) teve subvençao publica na proporção de 9:000$000 réis por quilometro, garantia de 7% de juros ao ano, sobre capital de 2:400:000$000 réis. Em 1898 a EFL teve que ser entregue a The Leopoldina Railway Company Ltd, credores ingleses de um dos principais grandes empreendimentos que a gestão nacional não foi capaz de manter nos trilhos.

Analogia ao pé da letra sei que não é possivel ou conveniente fazer entre a EFA e EFL, mas o que horroriza nos trilhos de cá é que entre ambas são transcorridos 1 (cento) e 3 (trinta) e 6 (seis) anos.

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