ENTRE AMIGOS

POEMA DE ALEX NASCIMENTO DECLAMADO EM 1991, NO BAR DO ABREU POR PEDRO SILVEIRA*, RELATADO POR HELIO PENNAFORT* Á PAGINA 56 DO LIVRO AMAPAISAGENS, DE SUA AUTORIA.  

"Uma inédita encenação lítero-poética aconteceu, de repente, no Bar do Abreu, protagonizada por notórios membros da fauna etilica cultural, que tem cadeira cativa naquele bem situado bebódromo do Laguinho" - Helio Pennafort.

 

O AMOR É UMA CURA SEM DOENÇA,

É UM SANTANA SÓBRIO SEM PNEU,

É UMA FACE OCULTA EM CAMAFEU,

É UM REZAR DE TANTO NÃO TER CRENÇA,

É NUNCA PERCEBER A DIFERENÇA,

É SER CRISTÃO EM PLENO COLISEU,

É NÃO TREMER DIANTE DA SENTENÇA,

TENTAR COMER EM PÉ UM PIGMEU.

MAS JÁ QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA,

E É PARA O BEM DO POVO E DA NAÇÃO,

DESPEJA ALI NO MEIO DO SERTÃO,

QUARENTA TONELADAS DE CICUTA,

SÓ PRA MOSTRAR PRAQUELE FIDAPUTA,

QUE A FOME MATA MAIS DO QUE RAZÃO.

 *- Falecidos.