Ainda
não sei o porquê dos dias em que as coisas acontecem com a gente de forma
encaixada, em cadeia, uma sequenciando a outra como se o objetivo fosse nos
ensinar a viver toda uma vida em algumas horas.O
dia de hoje foi assim – o terço às seis e meia na igreja Conceição, um agradável
encontro com amigos no prédio do banco.... Mas não vou sequenciá-lo e sim me
deter em dois fatos importantes, para explicar-me.
A atriz e um ator do filme Jogo da Vida

Antes
preciso dizer que venho de dois dias e uma noite anteriores mal vividos e não
dormida por causa dessas dores terríveis que vez por outra meu corpo sente
depois que experimentou a quimioterapia e, graças a Deus, suportou bem as
quinhentas e cinquenta e duas horas de injeção via Portocath.
Hoje à tarde fui a clinica, depois de lá queria dar
uma passada na barbearia para rever amigos e jogar conversa fora – cerca de
quarenta dias me separam de lá. Mas não fui, uma coisa qualquer me empurrava de
volta para casa. Contudo cedi ao enorme desejo de comer um sanduiche de pão e
mortadela, o que já não fazia há dois anos. Da pequena padaria fui direto para
casa.
Antes de satisfazer o inesperado desejo liguei a
televisão. Estava nela a força que me atraiu de volta a casa: Jogo da Vida; é o
nome do filme que meu íntimo “mandava” assistir. Deu para acompanhar o terço
final da história.

Mesmo doentes as crianças encontram forças para brincar
Síntese do filme: uma menina bem criança está em quimioterapia
por causa do câncer; seus amigos, pais, medico, enfermeiras e a professora
fazem loucuras para preencher os dias finais da garotinha – até o gato de estimação
da paciente levaram escondido para dentro do hospital.
Então, essa era realmente a força que me incomodava
mais que atraia. Força que passou para dentro de mim no período de duração do
meu tratamento quimioterápico, tempo em pensei muito nas crianças cancerosas, mas
sem conseguir compreender de onde esses pequeninos tiram forças para suportar
tanto.
O filme Jogo da Vida que acabo de assistir em sua
parte final vai me ajudar a aceitar melhor essa terrível provação por que
passam tantas crianças, mas desconfio que pouco ou nada acrescentará na minha
compreensão para essa relação de dor entre criança e a doença.
Minha mãe foi me dar uma forçona lá no hospital
Não dor pura e simples, mas a de ver todos os pelos
do corpo cair, de sangrar pelas mucosas, da cabeça zunir como se explodindo, da
vista turvar, dos cheiros e luzes enjoando, de ter que comer sem paladar, de defecar
na roupa, de precisar de ajuda para sair um instante da cama. E a dor maior: meu
corpo vai aguentar, vou sobreviver?
A visão de qualquer criança com câncer me desmonta
por inteiro, a imagem fica martelando dias e noites como se em mim estivesse a
culpa ou a cura daquele câncer.
São minhas conclusões, hoje, que o câncer é um mau
grande demais para os limites do corpo e para a singeleza da alma. Quando atingidos
por ele passamos a pensar que outro mau pior não pode nos atingir, nos apressamos
a aprender tudo muito rapidamente, principalmente a rezar.
Rezar fervorosamente sem em volta de nós, dentro de
nossas casas tiver crianças do nosso bem querer: orar por elas é o que se impõe.
É pedir a Deus duas coisas: que nos ensine a rezar –
que nossas orações sejam pelas crianças. Elas não merecem e quase sempre seus
corpos não suportam jogar esse jogo da vida.
Na sequencia do dia de hoje – nesse momento – a televisão
avisa que o corpo do presidente Hugo Chaves também não resistiu ao câncer.
Minhas condolencias ao ser humano Hugo Chaves
Um comentário:
Seu Cesar(se posso menciona-lo assim)soube no ano de 2011 que estava doente, seu filho Fernando me contou sua historia. Fiquei triste, pela doença, e ao mesmo tempo feliz pela luta e coragem demonstrada. Ano passado, meu pai teve um principio de cancer e fiquei apavorada pensando que poderia perde-lo, mas graças a deus e todos que rezaram ele obteve a cura.
desejo de todo coração que o senhor se recupere, Deus esta no comando.
um forte abraço
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