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quinta-feira, maio 21, 2020

BOLSA-NARO

 Cesar Bernardo-maio2020.
O governo brasileiro tropeça sem si mesmo praticamente todos os dias. Bastante que o presidente abra a boca para suas “conversas” com seus apoiadores na porta do palácio, ou assine medidas de “seu governo” para publicação no Diário Oficial.
Até agora suas decisões publicadas nos órgãos oficiais de comunicação foram quase todas asteriscos. As falas diárias perante apoiadores e ante celulares deslizam para a condição de reticências porque vai ser retificada mais tarde ou porque algum “infiltrado” da grande imprensa brasileira lhe fez perguntas e insistiu que as respondesse.

Além de asteriscos e reticências também tem os momentos em que o presidente transforma trechos de suas reticencias em pausas sonoras nas mídias audiovisuais, especialmente na televisão. São aquelas explicações ou respostas de seus atos ou de seu governo são palavrões ainda não admissíveis no horário comercial.
Até agora o que escrevemos quase todo mundo viu acontecendo e até mais que isso se tomar em consideração a demissão e nomeação dos ministros da Saúde enquanto avança a pandemia. Mas tem ainda o caso difuso da nomeação e exoneração do Dr. Sergio Moro, ícone da Laja Jato. 

Ninguém em sã consciência apostaria uma garrafa vazia a possibilidade de que atuasse ali sem o apoio de poderosa rede de informantes qualificados. Embora sediada em Curitiba, a Força Tarefa liderada por ele sabia bastante sobre o crime organizado no Rio de Janeiro. Boatos sobre a movimentação do grupo Bolsonaro já circulavam, era no estado fluminense que se sabia da atuação e força política do clã. 
Moro renunciou a carreira na magistratura, aposentou a toga, afastou-se da Laja Jato e se tornou ministro auxiliar de luxo do governo Bolsonaro. Desde a posse na pasta da Justiça e Segurança Pública o ministro brilhou sempre mais que o chefe. 
Foi maltratado e humilhado por causa da Policia Federal, perdeu o cargo por causa de sua oposição ao excessivo interesse do presidente nos “ajustes” que desejava fazer na estrutura administrativa da corporação, a começar por trocas de comando na Superintendência do Rio de Janeiro.
E o que se vê? Investigações em curso nos calcanhares dos Bolsonaro, filho aforado no Rio de Janeiro, filho e pai em Brasilia. Deu em que? Sergio Moro fora do caminho, se possível desmoralizado pelo “núcleo duro” do governo, e periféricos.
Além de asteriscos, reticencias, palavrões há também entrelinhas e aí o ministro Paulo Guedes. O mesmo “núcleo duro” do governo já percebeu que sua tese liberal não reelege Bolsonaro, melhor caminho se revelou a nova bolsa coletiva coronavirus19. Estendida mais um pouco ao longo da pandemia 2020 e retomada lá na frente no próximo período das convenções eleitorais 2022, será tiro e queda.
Quanto a Guedes e sua tese liberal ou se dobram ou caiam fora.

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