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Minha
turma está na casa dos 50 até setenta e cinco anos, entre nós há certamente
lembranças e histórias de circo. Muitos saímos das pequenas para as grandes
cidades impedidos da dispersão por causa da cultura, que aliás, nos reagrupa -
por exemplo, o circo!
Quem
de nós não esteve em um deles, em arquibancadas de tábuas, sob lonas
envelhecidas, aguardando ansiosamente palhaços, equilibristas, trapezistas,
acrobatas... donos absolutos da arte circense?
Quem
não participou ou saiu à janela para ver passar a preliminar tão boa quanto, que
era correr atrás do palhaço nas ruas, anunciando o espetáculo: “Hoje tem, hoje
tem? Hoje tem espetáculo? Lá na Rua do Buraco?
Ah!
eu gostava disso, sofria se não conseguia um jeito de entrar no circo.
Os
anos passaram, aliás, muito depressa, mas o gosto pelo circo permanece. Nesse
momento a novidade em Macapá é o Circo Moscow: chegou cheio de charme e
expectativa, com dáblio no Moscou.
Estaremos
lá, eu, Consola e o Prof. Munhoz, não na estreia, o ajuntamento é grande demais,
incomoda, mas um pouco adiante levaremos lá nossos duzentos e poucos anos de
“banco de circo”. Se tivermos a provável adesão de alguns amigos e amigas, do
Grupo da Amizade, seremos mais de trezentos e cinquenta anos de olhos no picadeiro.
O
circo vem de longe, antes muito antes divertia a monarquia chinesa. Na Roma
antiga “Circo Máximo” era o local onde as massas plebéias reuniam-se para
assistir às atrações organizadas pelas autoridades imperiais – à plebe, pão e
circo.
No
Brasil ele pode ter chegado no século XVI, com o descobrimento:
“...E
além do rio andavam muitos deles (índios) dançando e folgando uns diante dos
outros, sem se tomarem pelas mãos. E faziam-no bem. Passou-se então para a
outra banda do rio, Diogo Dias, que fora almoxarife de Socavem, o qual é homem
gracioso e de prazer. E levou consigo um gaiteiro nosso com sua gaita. E
meteu-se a dançar com eles, tomando-os pelas mãos. E eles folgavam e riam e
andavam com eles muito bem ao som da gaita. Depois de dançarem fez-lhes ali
muitas voltas ligeiras, andando (de mãos) no chão e (dando) salto real, de que
eles se espantavam e riam e folgavam muito”.
Todavia,
foi na França que o circo abriu as asas, ajudou a voar a Revolução Francesa –
marco da humanidade. Deixou-nos ídolos fenomenais como o domador Antoine
Franconi, André Luis Moreau (Scaramouch - astuto e perigoso intrigante), daí formalmente
atravessou o Atlântico para se transformar em grife nos Estados Unidos. Na Rússia
virou escola.
Rodou, girou mundo e veio
bater em Macapá o Gran Circo Moscow. Trouxe na troupe um palhaço que é ladrão
de mulher.
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