Dias atrás, não muito, discuti via facebook o conteúdo
de um vídeo – mais um – contra a construção da Hidreletrica Belo Monte no Rio
Xingu, no estado do Pará. Na peça muitos e vários artistas, todos ou quase
todos da Globo, publicavam seus vídeos recados a partir de textos espontâneos ou
editados sempre contrários ao prosseguimento da obra.
O vídeo me chegou por iniciativa da amiga M. R. Botti,
que vive hoje em algum outro bom lugar de Minas Gerais. Em sua linha do tempo
no face – que aproxima pessoas – disse a ela da minha opinião sobre o tema,
particularizando palavras favoráveis a Belo Monte, criticas sobre a iniciativa
daqueles artistas, e de protestos sobre o continuado alijamento de pensadores
da Amazônia em matéria tão importante para o Brasil.
Belo Monte não é tão somente uma represa, para o
Brasil ela é economia, saber acumulado, incremento acadêmico de muitas ordens,
pesquisa de ponta, inversão tecnológica, adoção e adaptação de tecnologias, colonização
de regiões remotas no país, inclusão social, geração de energia limpa, intensa
discussão ambiental... e claro, problemas a enfrentar e superar.
Valeu a “discussão”, a minha amiga é uma pessoa elevada
tanto quanto as ouras que participaram do seu mural no face. Minhas palavras não
escandalizaram nem suscitaram radicalismos comuns no meio “ambientalista”.
Voltei hoje a esse assunto porque encontrei na
coluna do jornalista Elio Gaspari (O Liberal
– 09/12) uma noticia que de certa forma (com boa vontade) se acrescenta ao que
escrevi na linha do tempo da minha amiga sobre o vídeo mencionado.
Gaspari denuncia um “arranjo” que poderia sim ser
amplamente discutido pela sociedade brasileira, outra vez com a significativa
participação de destacados artistas nacionais. Disse o jornalista Elio Gaspari
em sua coluna de hoje: “Gracinha - Nas
negociações com a Fifa combinou-se que seriam oferecidos 50 mil ingressos para
os jogos da Copa das Confederações, a R$ 28 cada um, para torcedores jovens e
pobres.
Como a Fifa exige que os beneficiados sejam sorteados a partir de um cadastro eletrônico, o comissariado decidiu que em janeiro os laboratórios de informática das escolas públicas serão abertos para atender aos interessados. Isso porque eles pensam que jovens pobres não conseguem achar um computador. Tudo bem. Afinal, por R$ 1,4 milhão, 50 mil torcedores poderão ver os jogos.
Em cima disso, o Ministério do Esporte cogita lançar uma campanha publicitária para incentivar os jovens a se cadastrar.
Custo da campanha: R$ 14 milhões. Querem tomar da Viúva uma quantia dez vezes superior ao benefício, com o único propósito de fazer propaganda do comissariado às custas dos pobres que, em última análise, pagam a conta com seus impostos”.
Como a Fifa exige que os beneficiados sejam sorteados a partir de um cadastro eletrônico, o comissariado decidiu que em janeiro os laboratórios de informática das escolas públicas serão abertos para atender aos interessados. Isso porque eles pensam que jovens pobres não conseguem achar um computador. Tudo bem. Afinal, por R$ 1,4 milhão, 50 mil torcedores poderão ver os jogos.
Em cima disso, o Ministério do Esporte cogita lançar uma campanha publicitária para incentivar os jovens a se cadastrar.
Custo da campanha: R$ 14 milhões. Querem tomar da Viúva uma quantia dez vezes superior ao benefício, com o único propósito de fazer propaganda do comissariado às custas dos pobres que, em última análise, pagam a conta com seus impostos”.
Não é realmente uma gracinha... mais uma? E o que
tem isso a ver com Belo Monte? As vitimas: o povo brasileiro sairá perdendo
mais com a copa do mundo do que com mais uma fabrica de energia elétrica na Amazônia.
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