Todo
brasileiro devia ter algum tipo de interesse na condenação de todas as pessoas
cujos nomes foram lançados no rol dos réus no processo do mensalão, este que
foi a mais avassaladora pratica de corrupção já efetivada no Brasil. Não pelo
dinheiro desviado, mas pelos valores republicanos destruídos e até agora sob
lama.
Todo
brasileiro trabalhador deve exigir que os desdobramentos do mensalão passem
bastante longe do significado da suprema corte brasileira e da honra dos seus juízes.
Tribunais e juízes são instituições indissociáveis da democracia.

Tem
muitas razões que assistem ao trabalhador e não aos réus desse processo, uma delas,
talvez a mais emblemática, é a que expõe publicamente a exterioridade do caso com
muito grande pobreza de detalhes. Outra é a que nos deixa na certeza de que nada
sabemos do que ele tem por dentro.
Outras
razões estão no “jeitão” do Brasil, um país excessivamente cruel para com os
contribuintes que já trabalham cento e cinquenta dias por ano só para pagar
impostos ao governo, que por sua vez não cuida dos ladrões que roubam boa parte
do dinheiro recolhido por esses impostos, que não retribui com serviços básicos
satisfatórios. Longe não está o dia em que nos roubarão a alma, ou seja, a
liberdade de sermos apenas o que somos.
Portanto,
nossa preocupação não deve se desperdiçar com os réus postos à espera de
sentença nos bancos da sala de julgamentos no Supremo Tribunal Federal. Nem com
o que digam em suas defesas seus advogados, pois os réus por natureza e os
advogados por oficio em nada se importam com você ou comigo.
Nos
preocupemos, isso sim, em perspectiva, com o senso de justiça dos ministros juízes
julgadores do caso; entre eles o Sr. Dr. Dias Toffoli, que insiste em julgar
companheiros e patrões de ontem.
Depositemos
na conta desses senhores expectativas de que sejam capazes julgar com justiça
os réus que ousaram encolher ainda mais o tempo de nossas vidas, naturalmente
perdido por longos anos de infância, sono, tédio, dores, sonhos irrealizáveis,
dividas (quem vive sob o peso delas? Onde está o brasileiro trabalhador que não
deve boa parte do seu salário?). Se perde tempo de vida até com prazeres.
Preocupe-se
sim, porque juízes há (não sei se entre esses da banca julgadora do mensalão)
que pouco ou nada se importam com o restante dos nossos dias aqui nas ruas e
campos, se isso não constar nos autos do processo. Advogados há que
desqualificam processos pela falta ou excesso de virgulas... corriqueiro.
Lembremo-nos
que o tempo do mensalão e do julgamento dos seus réus tem o benefício do que está
convencionado como politicamente correto. Portanto, pode ser que não o seja
aplicar-se ao caso os rigores da lei. Ou seja, a justiça não é relativa e sim
sua aplicação.
Afinal,
sete anos depois dos fatos quem vai ressarcir o que ao erário? Quem se
insurgirá contra a côrte suprema nacional por causa da média dos votos de pronúncia
do Sr. Dr. Dias Toffoli nesse processo? Por que uma solução salomônica não botaria fim em mais
esse caso?
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