Muito
facilmente, em Macapá, referem-se a mim como jornalista; quase todo o dia
acontece. Não se trata, no entanto, de uma questão pacificada. Há os que me
detestam só por isso, às vezes acho que nãosó por isso. Por trás do “sentimento”
está ocorrendo o movimento separatista entre jornalistas sem e com diploma.
Quero
ajuda, é preciso que os “colegas” à menção do meu nome melhorem a informação
esclarecendo que o meu grupo é o dos sem diploma. Poderiam sempre grafar (é um
pedido) entreparentesis: “o jornalista (sem diploma) Cesar Bernardo....”. quem
sabe me detestem menos com essa medida? Aliás, aproveitando o ensejo para sugerir
que façam o mesmo com os professores que dão aulas sem a devida licenciatura.
Por
outro lado – há testemunho e testemunhas - deixei a militância em jornais. Desleal concorrer com jornalistas diplomados,
deselegante confrontá-los qualitativamente, perigoso arranhar-lhes a
credibilidade. Eles jornalistas eu escrevedor.

O
pós decisão é aqui só no meu blog – um território não livre, mas protegido da
acusação de jornalistas com diploma de que esteja ocupando seus lugares. Agora só
escrevo aqui, mas é preciso dizer que convites há para que volte a escrever em
jornais locais. Não quero, estou “acomodado” aqui no blog até mesmo pela
delicia de volta e meia ser avaliado por algum leitor do Brasil ou do exterior.
É
bem verdade que os nossos jornais estão na internet e se para eles ainda
escrevesse poderia ser lido igualmente no Brasil ou fora dele, mas as chances
seriam bem menores em me haver misturado e concorrendo com tantos jornalistas
com diplomas, colunistas desses jornais.
A
outra causa de me haver afastado dos jornais é a fama: meu nome atravessou
finalmente o grande rio Amazonas, à margem direita há os que me reconhecem
jornalista., agora mesmo, dias atrás, foi assim em São Paulo e em Minas Gerais...
não é a gloria cinco ou seis leitores em regiões tão densamente povoadas?
E
mais, aqui no blog tem tradutor automático, razão pela qual todos os dias tenho
leitores americanos, russos, alemães, portugueses e franceses; esses os mais
fiéis.
Sou
assim, cheio de manias. Por exemplo, quando volto à terrinha volto às origens -
o botequim sempre é referencia desses retornos. Agora mesmo estando em Volta
Grande não pude deixar de me refestelar num deles. Como que ignorando o eu de hoje fui tomando
posse do meu lugar no boteco e mandei ver... tudo sem gelo.
"Seu garçon faça o favor de me trazer depressa.... água potável que não seja gelada".
Aqui
e agora, distante dos frequentadores quero me desculpar por ter tomado apenas
água natural e ter falado muito de câncer, em detrimento do botequês (conversa
de botequeim) que só ensina.
A
propósito, em Minas não existe boTEquim – só butiquim. É nesses aonde se fala
corretamente o butiquês: invencionices, mentirinhas, rasgados elogios à mulher
alheia, promessas logo para amanhã, compromissos inadiáveis, defesa dos amigos,
redescobertas, reinvenções, etc.
Pois
foi no butiquim que soube do seguinte caso: “mediante a visão de uma mulher sem
os cabelos da cabeça e dos pelos da face, por causa e efeito de quimioterapia,
um sujeito disse a ela que para bruxa só faltava a vassoura”.
A Disney criou essas bonecas para homenagear meninas e mulheres em tratamento de cancer.

A Disney criou essas bonecas para homenagear meninas e mulheres em tratamento de cancer.
Num
primeiro momento fiquei puto (conheço assim como se conhecem ofensor e
ofendida), depois senti pena e novamente a obrigação de ensinar: nada nem ninguém
pode atingir os que passaram ou passam pela “experiência” do câncer.
Já
nos aconteceu o que de pior pode ocorrer ao ser humano. Já experimentamos as
piores dores que se pode suportar. Já tivemos nosso emocional atingido durissimamente.
A muitos de nós não sobrou sequer as funções sexuais. Nem o equilíbrio financeiro
de antes.
Portanto
tanto cá quanto lá saibam e creiam (dos butiquins às redações de jornais):
somos inatingíveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário