MACAPÁ/AP: Por
aqui faltam políticos e marqueteiros capazes de transformar realidades conforme
a realidade dos governos e população. Estão em visível baixa os índices de popularidade
do governador Capiberibe e do prefeito Clécio, ambos políticos simpatizantes do
pensamento socialista sul americano ora “bolivariano” ora “indígena” boliviano.
Camilo e Clécio, respectivamente governador e prefeito do estado e da capital do estado do Amapá
governam como populistas e não como socialistas que acreditam ser.
Ambos
olham o povo nas ruas gritando por saúde (nem boa nem de primeiro mundo, apenas
saúde), educação (pelo menos professores e merenda nas escolas) e segurança pública
(transporte coletivo como parte da segurança), mas respondem o governador com
reuniões pelos municípios com vistas “a inclusão do povo no programa de governo”,
e o prefeito investindo num “plano estratégico de mobilidade urbana”.
Enquanto
a imprensa debate programas e planos desses governos, deputados e vereadores
estão em seus períodos de recesso parlamentar. Estão na deles, nada de
reprovável nisso. Porém, suas ausências nas respectivas tribunas representam explicita
autorização a que os governos estadual e
municipal da capital prossigam com seus programas e planos.
Parece
que está no ar o “estado de mobilização” do povo nas ruas, em que pese sobre a
elas a ausência das massas que dias atrás tomaram conta de tudo, inclusive
destruindo patrimônios públicos e privados que gestam e mantém empregos e
salários que a maioria exige.
No
entanto, sem povo gritando nas ruas, parece que governador e prefeito
consideram que o “pior” já passou. Que houve encaminhamento segundo as cobranças
das ruas.
Os
dois maiores hospitais do estado estão cercados por tapumes indicando obras e o
planejamento municipal está dizendo que o Dr. Jaime Lerner está chegando para “ajudar”
no reordenamento da cidade. Tudo balela? Nem sob tortura antecipo a resposta, o
tempo senhor da razão (Collor de Melo) dirá.
Mas
há indícios midiáticos, reentrou na pauta da imprensa a “reforma” do zoológico do
Parque Florestal Municipal. Fala-se num dispêndio imediato superior a 14 milhões
de reais.
Em
2008 a então deputada federal Lucenira Pimentel (PPS) teve aprovada uma emenda no
valor de R$16 milhões para um projeto que previa a construção de um novo parque
orçado em R$12,5 milhões.


Em
1986 fui diretor do Museu de História Natural, que administrava esse parque. Tempo
de Plano Cruzado, não tinha leite suficiente no comércio para a população. Um dia
eu outro a esposa íamos para a fila de madrugada para garantir o leite das
crianças – no máximo duas latas.
Figurões
da sociedade (ambientalistas?) exigiam tratamento humanitário para os animais
do zoológico. Não tinha carne, era tempo de “prender boi no pasto” como forma “obrigatória”
de sustentar o consumo humano. Mandei devolver alguns animais “excedentes” aos
seus habitat, fui severamente criticado. Dei entrevistas dizendo que as exigências
administrativas pró animais no parque não podiam, naqueles momentos, ganhar
prioridade sobre as necessidades prementes da população. Justifiquei com dois
argumentos: falta de alimentos e inflação a 82% ao mês.
Hoje
não faltam alimentos nos supermercados como antes, mas antes o povo não estava
nas ruas gritando o que se devia fazer. Hoje sobram pessoas dependendo de
bolsas essa e aquela, inclusive cesta básica.
A
inflação está em alta, a gritaria é por saúde, educação, transporte e segurança
publica como prioridades: nada providenciado.
Mas
o debate acirra-se dia a dia sobre a reforma ao custo de mais de 14 milhões de
reais do Parque Florestal.
Desempenho
de governo é realmente coisa complicada de analisar: uns gritam demais outros
ficam roucos de tanto ouvir
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