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Vivi muito, mas andei pouco. Mesmo assim conheci
algumas cidades grandes e pequenas, em
todas elas soube de um botequim bem frequentado – em muitos deles tive meu
cartão de ponto. Em dois fui o cara: Boteco do Dri e Boteco do Pequilo.
O do Dri não era propriamente um boteco, passava a
sê-lo quando a “turma” entrava na posse do espaço: primeiro a “freguesia” cercava
o balcão, um ou dois mais chegados se juntavam ao Dri assumindo a garçonaria do
boteco, deixando ao proprietário a tarefa de atender “outros” fregueses.
O estabelecimento ficava bem no centro do bairro central
da cidade de Volta Grande, a menor, a melhor, a mais simpática e a mais bela
cidadezinha de Minas Gerais.
Tá lá até hoje, mas depois que fechou o boteco do
Dri por causa do seu falecimento, a cidade piorou muito – quase não consegue
consenso sobre assunto inútil nenhum no cotidiano.
O boteco do Pequilo era daqui de Macapá, tinha duas
particularidades que o tornavam o boteco: a clientela provinha da “nata” da
sociedade, era aonde, à época, se poderia encontrar a maior densidade de
intelectuais por metro quadrado. A segunda característica era o próprio dono: o
melhor botequista da terra – uma espécie de Sô Lunga moderno.
Justo agora que não posso mais tomar uma cachacinha
é que me bate tamanha saudade dos botecos da vida, não que me fustigue qualquer
vestígio de recaída alcoólica. Nada disso, é que os fatos da atualidade estão
sem as “devidas” interpretações.
Duvido que num ou noutro botequim passasse como
passou em brancas nuvens a recomendação do Sr. Secretário-geral da Fifa, Jérome
Valke, de que organizadores da Copa do Mundo no Brasil-2014 precisavam
levar "um chute no traseiro".
O
Henricão, lá do boteco do Dri, com toda a certeza retrucaria: “É por isso que
não gosto de gringo, nem de presidente mulher para engolir um cara desses”.
Contaria
com o pronto apoio do Ronaldo Quintão: “Ó, né só presidenta fraca não, não vê
aquele lá dos Estados Unidos? Todo mundo apostou no homem e de repente ele
aparece cheio de trejeito pros lados de um cachorrinho chamado sabe como? Bo!
Ah,
peraí isso é nome de cachorro presidencial...Bo? É por isso que aparece um frances
desses pé de pano querendo chutar na bunda de todo mundo”.
O
botequim do Pequilo também já não existe mais – vi falar que o caderno de fiado
cresceu o olho do Moraes, para quem a empresa foi vendida. Mas se existisse não
teríamos nem chegado ao Juquinha, voando de helicóptero Agusta AW109 Grand New
do Rio para Guaratiba e de Guaratiba para o Rio à conta das mordomias do governador
Cabral.
O
dr. Chucre, assíduo lá no nosso boteco, já teria cortado essa onda lá atrás com
a Michele, a cachorrinha presidencial da Dona Marisa Lula da Silva:
-Amanhã
mesmo vou entrar com uma ação de improbidade no Ministério Publico contra essa safadeza.
Faz semanas que preciso ir a Belém e não vou porque o dinheiro não dá, como é
que vou tolerar essa cadela voando prá e prá cá? Daqui a pouco ela caga lá de cima
na cabeça da gente!
Esses
caras eram assim, duros, mas claros, diretos. Estou pensando neles por causa da
pane no metrô do Rio, que paralisou na tarde de hoje (23) a operação de trens
entre as estações Cinelândia e Saenz Peña, na Linha 1, e Cinelândia e Pavuna,
na Linha 2., em plena reunião de milhões de pessoas na Jornada Mundial da
juventude.
E
do nascimento do principesinho até agora sem nome lá na Inglaterra.
Em
qualquer dos nossos dois botequins funcionando nos dias de hoje a justiça dos ébrios
prevaleceria, o próprio Henricão faria essa justiça:
-Parar
metrô logo dentro da visita do Papa? No Rio de Janeiro, na hora da missa? Cadê
o frances da Fifa pra dar com o pé na bunda dessa gente?
=O
que tem de cachorro passeando por aí de aeronave com o dinheiro publico não
está no gibi, mas não vai faltar fdp pra criticar os gastos que a realeza britânica
vai fazer com o inglesinho que vai ser rei depois que todo mundo morrer por lá.
Diria
o Ronaldo: Palhaçada enfiar o carro do papa no meio do transito pesado no
centro do Rio de Janeiro. Quando eu chego ali já tô nervoso, fico logo puto....
Ronaldo teria mudado muito, pois no nosso tempo ele
explicaria: coisa que não faço é discutir religião em botequim.
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