
As enchentes aqui vão até meio ou final de junho. E o calendário escolar? Mais fácil é dizer que as greves dos professores por salário mínimo atrasam a educação.
SEPULCRO CAIADO.
O Jornal
“Véritas”, de Volta Grande/MG, cidade onde nasci me recorda lisonjeiras notícias
e fotografias do meu pai recebendo das mãos do prefeito Euler Silva o diploma
que conferiu a mim o título de Cidadão Benemérito – iniciativa do Vereador
Getúlio Nunes. Mas, também, a história da vidraça suja e os lençóis brancos. Um
conto que contei em fevereiro/2000, que novamente lhes conto:
“Um jovem casal,
que morava em uma bela casa de amplas janelas de vidro, recebeu certo dia, uma
nova vizinha. Esta, diariamente, estendia, pela manhã, seus lençóis brancos nos
varais, grandes bandeiras flutuantes ao vento.
Também, diariamente, a
esposa comentava com o marido que os lençóis da vizinha estavam sempre
encardidos e manchados. Os dias passavam: os lençóis flutuando nos varais e as
críticas da jovem esposa.
Todavia, em bela manhã de
sol, de luz e brisa, lá estavam, novamente, os lençóis, mas desta vez, alvos e
luminosos. Mas por que, repentinamente, perguntou a esposa ao marido, eles se
tornaram tão brancos?
Meu bem, como eu estava sem sono, levantei-me bem cedo e lavei
todas a vidraças da nossa casa...”.
Bom, sobre a concessão do título de Cidadão Benemérito,
anuncio-o porque devo dividí-lo com os amapaenses, pois veio-me também por
causa de palestras que fiz por lá sobre o Amapá.
Preciso dizer, no entanto,
que nada tenho a ver com os lençóis brancos e sem manchas, nem a Câmara
Municipal de lá me pareceu vidraça embaçada algum dia.
Mas a história é perfeita para nos envolver cada vez mais no
acompanhamento do que vai ocorrer no âmbito da CPI do Cachoeira. Essa
investigação circunstancia um universo do tamanho que quiser. Ou que a decência
nacional o permitir. Pode ir do mestre de obra a ministros. Pode retroagir a
anos ou dias. Pode se estender do Oiapoque à Caymã. Pode, inclusive sair do
nada e chegar a lugar nenhum.
Mas um dano doloroso ao
mesmo tempo benfazejo ela já nos impôs: a perda do senador Demóstenes, a degola
do senador Demóstenes.
Algumas vezes assisti da
galeria do Senado Federal a atuação daquele senador no plenário e na tribuna. Vi
o quanto arrastava admiradores nos corredores enquanto caminhava do seu gabinete
a ponto qualquer da casa. Acreditava-se nele. Naquele era mesmo para se acreditar
e até pensar: é o cordeiro branco falando para irremediáveis cordeiros negros.
Outra vez, nesse caso,
aparece a pregação de Jesus entre nós: “... não pareceis jamais a sepulcros
caiados...”. Demóstenes, sabemos agora, não é alguém dono de dupla
personalidade nem vitima de distúrbios mentais. É alguém podre por dentro.
Além do alcance e interesse
da CPI, fora dela estão outros Demóstenes, quem sabe bem perto de cada um de
nós. É dizermos: todos temos pelo menos um Demóstenes., às vezes o “amigo” de
nossa maior confiança.
É uma gente capaz de roubar
futuros, interromper curso de vidas, impor sofrimentos torturantes. Diferente do
ladrão de galinhas, cuja ação te a nos ensinar a coragem e o planejamento que permeiam o
roubo de penosas. Mas, esses Demóstenes são vazios, por isso sorrateiros, não se esforçam
nem para delinquir.
Pobre Brasil sempre em mãos
de ricos marginais.
Suas vidraças são as leis
que eles mesmo fazem, segundo as quais um ou outro deles será julgado. Os lençóis
alvos ou encardidos que não não veem – de hoje – são as grandes enchentes
amazônicas. Aliás, elas não: as vitimas.

Quem se lembra dessas pessoas? Fazem o que por elas? São guardiãs da fronteira nacional
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