É o momento exto a primeira comunhão da Leticia: Deus esteja com ela até o final dos tempos.
Ávida
sempre endurece o jogo com a gente, mas também dispõe-nos suas compensações
muitas das vezes em muito boa proporção ao que cada de nós elege como valor
essencial à poria existência. Tem sido assim para mim e, certamente para você
também, embora nem sempre estejamos atentos para as pequenas e grandes coisas
que vão acontecendo e energizando a nossa caminhada.
Leticia com o pai e o avô
Muito
de agradável da nossa vida perde-se nessa desatenção sobre nós mesmos, cuja
explicação, em parte, está no nosso estado de graça, o “estar de bem com a
vida”. Ou seja. Estamos bem, joviais, com saúde, com dinheiro, com tempo e,
claro, “pequenas coisas” ficam não percebidas, sem importância, sem prioridade,
sem destaque.
Leticia com a Vó Consola e o pai Danilo
Mas
um dia mudamos nós, normalmente pelo tempo e pela dor. É quando apreciamos
melhor a vida, percebemos tudo que nos acontece, ao fim de cada dia paramos um
pouco para refletir sobre mais um dia, ou melhor: sobre menos um dia. É assim
que estou vivendo.
Ontem,
abado, foi um desses dias importantíssimos: era dia de primeira comunhão da
minha neta Leticia – minha “nêga veia”. Sou católico, provenho de uma família
católica, recebi educação religiosa e catecismo diretamente das palavras e dos
gestos da Dona Piquitita. Sou “escravo” dos meus netos e deles colho nos dias
de hoje as maiores compensações que a vida me concede.
Todos precisamos essa luz ao longo da vida.
Tods vemos essa luz quando vida que nos deixar.
Tods vemos essa luz quando vida que nos deixar.
Primeira
Comunhão é para mim uma festa litúrgica. No caso de ontem, é ver novamente a
nossa criança bem tenra, espalhada no berço ora agitando os bracinhos e rindo
com as gengivas ainda se dentes, ora agitando os bracinhos chorando
desesperantemente porque não diz por que chora. Foi bom foi lindo, foi dádiva
divina voltar aos bancos da mesma igreja aonde tive que estar recentemente para
receber a Unção dos Enfermos. Foi realmente muito bom.
O Padre Dante ainda se emociona com as crianças, apesar de tantas décadas de vida religiosa.
Eu
creio na vida eterna. É como dizer: creio na renovação da vida.
Pois
ontem mesmo na igreja, de repente põem-me ao colo uma criança, a Rafaela, com
cerca de seis meses de vida, filha da madrinha de batismo da Leticia, e que eu
ainda não a tinha visto.
A Rafaela ficou muito a vontade em meu colo. É o futuro bem lá na frente.
Ela se acomodou bem em meu colo, ficou comigo, bem
quietinha, até o fim da missa. Ela foi ali para me dizer alguma coisa de
eternidade.... certamente.
Camilo e Danilo estão aí, um olho na bola e outro na maré que ruge lá adiante um pouco.
Hoje
é dia seguinte. Vi meu neto Camilo chegar ainda antes de oito horas, perguntado
respondeu que ia jogar bola com o seu tio. Fui no rastro, já vamos para dois
anos sem que nos acompanhemos nessas “pequenas coisas” , antes uma nossa
rotina.
Sempre quis jogar essa pelada, as fui achando que tinha todo rempo do mundo.
E
lá adiante, no fundo do Rio Amazonas, fui vê-los outra vez esbanjando saúde
atrás de uma bola e sobre barro e areia seus palavrões de contentamento. E
assim de que se constitui a vida, o lado bom da vida: de pequenas grandes
coisas.
E sempre quis passear numa dessas bicicletas num trecho qualquer da cidade.
Vendo-as hoje sobre a careta me arrependi um pouco por não tê-lo feito enquanto podia.
Pequenas grandes coisas que deixei para depois.
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