O
tempo no Amapá está de Murici (de algum jeito), cada um pra si. Dá para dizer,
medianamente, que o pau está comendo na casa de Noca.
Em
meio a tudo isso, difícil é saber o tamanho exato que nesse momento tem o Poder
Judiciário, ou qual tamanho quer ter. Explico-me.
De
um bom tempo para cá tudo que aqui funciona e que tem relevância social está nas
mãos da Justiça ou passou por ela. Esse tudo a que me refiro tem a ver com
concurso de miss caipira, preço de passagem de ônibus, licitações, vigilância
de prédios publicos, atendimento médico, salários, pisos salariais,
investigação policial, investigação parlamentar, titulo de carnaval, de
futebol, eleição na OAB, ações administrativas do governo e do legislativo, ações
do Ministério Publico Estadual, greves, eleição no Tribunal de Justiça – repito,
Eleição no Tribunal de Justiça, eleição em escola de samba, uma coisa ou outra
no Tribunal de Contas, leilão de carro velho, vagas na Câmara de Vereadores,
etc.
Quando
essa situação conflituosa dominante vai arrefecer deixando a cada poder sua missão
constitucional não se sabe, enquanto isso o Judiciário vai se acumulando da
tarefa alheia. Não está longe o dia em que desembargador será Prefeito de Macapá
– sem saber nada do oficio.
E
tem boi na sombra, aliás, cavalo.... por analogia, é claro.
Houve
na Rússia lá dos idos anos 1840/45, um cocheiro de nome Selifan ao qual não passou
despercebido em sua tróica o comportamento do cavalo pedrês. Astuto, ele fingia
que puxava a carruagem tanto quanto o cavalo alazão e o baio, respectivamente o
timoneiro e o da esquerda que trabalhavam sozinhos.
O
alazão e o baio, disse Selifan ao pedrês, são cavalos sérios, darei a eles boas
porções de ração. A ti boas lambadas!
Reequilibrada
a tróica passou o chicote sobre o lombo dos três animais não como castigo, mas para
mostrar que era ele o condutor da carruagem e não dos cavalos.
Depois,
viajando a bom trote Selifan disse aos cavalos: “Não tens que viver
honestamente, se queres que te repeitem. Vês o nosso patrão, um homem de bem, tem
o respeito de todos; corrigiu-se, serviu no serviço publico, é conselheiro real”.
Ouvindo
isso, os três cavalos retesaram as orelhas ao mesmo tempo: Concordaram? Discordaram?
Bom,
longe de mim inferir que haja um pedrês entre os três dos poderes constitucionais
estadual. Lembrei a estória russa – da Rússia antiga – para destacar a atuação
do cocheiro Silifan: condutor da carruagem não dos cavalos.
Para
viajar em segurança e chegar ao ponto objetivo de sua viagem e lá entregar seus
passageiros, ele repreendeu lambando o cavalo pedrês “chupa-sangue”, além de mostrar
o chicote aos três animais e contar-lhes a história de vida do seu bem sucedido
patrão. Selifan foi bom e competente mediador.
Quem
o será (bom e competente) para negociar a retomada da inexorável viagem do
Estado do Amapá?
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