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quarta-feira, setembro 26, 2012

DIA DO PERDÃO



Vivi uma experiência nova hoje. Convidado pelo amigo Pierre Alcolumbre fui ter à sua casa para a cerimônia final do yom kipur, para eles judeus o dia mais importante no judaísmo. Desde o ultimo sábado, quando recebi o convite, que estou à procura de informações sobre esta festa judaica a fim de melhor me preparar para dela participar. Fiz bem, porque a ritualística é bonita, rica e envolvente.
 Pierre ao fundo, ladeado pelos seus dois filhos, vai dar inicio à cerimonia
À hora marcada me apresentei à casa do Pierre, à porta me surpreendeu tantas crianças brincando entre elas sem nenhuma restrição. À sala principal estavam os homens da família todos tendo a kipá a cobrir-lhes o alto da cabeça, além de outros convidados como eu. Noutras dependências da casa estavam postas duas mesas com comidas que nunca tinha sabido existir, que finalmente conheci e comi.
Foi muito bom ter-me convidado o Pierre para o yom kipur da sua família judia em Macapá, porque aprendi, porque gostei, porque participei desse importante momento da vida desses judeus. Como se tratava do Dia do Perdão, certamente Pierre não deixou de perdoar-me o que em mim procurou e não encontrou ao longo do ano.
Os judeus cumprem esse dia feriado fazendo vinte e cinco horas de jejum, sob oração. Nesse período eles não comem, não usam calçados de couro, não se relacionam conjugalmente, não cobrem o corpo com cosméticos, não se banham, nem sequer escovam os dentes. Tudo isso para afligirem o corpo de sorte a trazer a alma para o primeiro plano., a busca é pelo equilíbrio: corpo e alma.
 Logo a seguir às orações será iniciado  desjejum judaico
A beleza do dia kipur está na admissão que faz o judeu que naturais são as transgressões ente o homem e Deus e entre o homem e o homem. Que o homem comete erros voluntários e involuntários, pelo que haverá de existir um período de arrependimento e daí ao perdão. Um homem deve perdoar o outro homem até porque se não o fizer Deus o fará.
Hoje pela manhã conversamos, Pierre, José Alcolumbre e o Dr. Lindoval Perez, quando a mim foi explicado que os rigores do jejum não são impostos a crianças menores de 9 anos, pessoas gravemente enfermas, mulheres grávidas e aquelas que deram a luz há menos de trinta dias. Ocorrendo que alguém passe mal por causa de jejum a este será dado comida, prontamente.
   E foi terminado o yom kipur do ano judaico 5773
E nem só de jejum se realiza o yom kipur dos judeus, também nesse dia não se pode carregar nada, acender fogo, fumar, nem usar eletricidade. Ainda me ensinaram que mediante perigo de alguma epidemia, e por causa dela o parecer médico for pela alimentação como medida de enfrentamento de moléstias, exige a lei judaica que todos comam.  
Voltando à cerimônia de fim de yom kipur da qual participei pela primeira vez, o que vi foi sincera alegria, festa, bastante comida, bons vinhos, chocolate para beber e comer, e muitas, muitas iguarias que sem o generoso convite do Pierre morreria sem conhecer.  

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