Gosto
do horário eleitoral na televisão, dizer isso ao Bonfim Salgado significava
pronta repreensão: “Perder tempo com essa gente pavorosa? Tenho papeis velhos para
reler”.
Era
um mestre, ensinava. Cabeça dura, má vontade, interesses a proteger não me
deixaram aprender mais com ele - Bonfim era claro, direto, simples quando
abordava criticamente um assunto qualquer.
Naturalmente
que estou acompanhando pela televisão o horário eleitoral preparatório à
campanha política para a escolha de Prefeito, Vice prefeito e Vereadores da
capital Macapá, gostar gosto mas a qualidade da campanha para a Câmara de
Vereadores está entre pavorosa e tímida demais.
A campanha mais e candidatos
menos corroboram a expressão “essa gente pavorosa” de que tanto falava o
jornalista Bonfim Salgado.
Tem
gente pavorosa pedindo votos escorada em estratégias de marketing que a meu ver
(é bom não levar a sério o a meu ver, normalmente erro meus palpites quanto a
vencedores de eleições) reforça mais que cria o tipo eleitoral.
O
hilário, o cara de pau, a espertalhão que momentaneamente estão na televisão no horário
eleitoral apenas confirmam o hilário, o cara de pau, o espertalhão que o(a)
candidato(a) é em qualquer lugar, em qualquer tempo. A favor deles(as) está a
triste realidade do próprio horário eleitoral no radio e na televisão: tempo exíguo
demais para externar ideias concatenadas, e assim compreensíveis.
Em
grande parte o eleitorado sabe dessa dificuldade e releva, mas desconfia daqueles
que com ou sem tempo suficiente nada tem para dizer. São esses(as) “essa gente
pavorosa” a que se referia o Bonfim.
Minha
opinião? Está de amargar a campanha eleitoral
na televisão para a Câmara Municipal de Macapá, não parece que pode melhorar,
mas nos palanques dos comícios (no cara a cara) pode sim.
Tem “gente pavorosa” ocupando o horário eleitoral na campanha para prefeito e
vice de Macapá? Tem e não tem., os candidatos propriamente ditos não estão
perdendo pelo que têm dito, mas pelo que não têm dito.
Seus
vices não dizem nada e nem são mostrados, aliás, citados sequer. Mas os
marketeiros acabaram recriando “essa gente pavorosa” na figura dos que falam
nas peças publicitárias – pessoas postas a falar o que o candidato gostaria de
dizer.
Mais
pavoroso (e perigoso) ainda é que todos os candidatos estão contra o Prefeito
Roberto, candidato da Coligação “Construindo e Gerando Emprego”, que quer
reeleger Roberto. E que coincidentemente se mantém na dianteira na preferência do
eleitor.
E
olha que nas peças publicitárias do ROBERTO 12
ainda não vi “essa gente pavorosa”. Sem
essa (a meu ver) “sujeirinha”, a campanha 12 vai bombar mais e mais.
Mas
no geral a campanha majoritária não está boa como poderia estar, ou de outra
forma: a campanha não está empolgante.
E
não está porque são tímidas demais as propostas defendidas pelos candidatos... quando
as tem. Falta sinceridade nas afirmações de alguns candidatos(a) quando acusam ou se dizem únicos
capazes de realizar (especialmente
quando falam por eles(a) “essa gente pavorosa”).
Macapá
não é sustentável sem o dinheiro de investimento dos governos estadual e
federal. Quem se propõe ou se acha capaz de governar o Município tem que saber
disso. A
partir daí a discussão primeira é a seguinte: O governo estadual tem ajudado o
governo municipal? Sem essa ajuda o
governo municipal consegue operacionalizar transferências federais com o
minimamente exigido?
É
pobre o Município de Macapá, muito pobre – é essa a sua verdade. Mas é
justamente em cima dessa verdade que os candidatos(a) poderiam fazer uma boa
campanha. Viadutos, pontes, passarelas sobre ruas, despoluição de canais fluviais
urbanos, construção de casas poulares e relocação de populações residentes em áreas de risco, criação de um
grande parque urbano (com pistas de caminhadas, ciclovias, praças, horto,
centros de convenções), urbanização de canais fluviais urbanos, construção de
centrais de tratamento de águas servidas, saneamento básico, construção de
calçadas, pavimentação de estradas interdistritais.... seriam itens de pauta de
uma boa campanha. Por que? Por que falta tudo isso.
Um comentário:
Pura verdade. Falta o essencial: viver com dignidade.
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