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terça-feira, abril 17, 2012

EM CALÇOENE


RARIDADE
 
Moradores do município de Calçoene (há 384 km de Macapá) foram surpreendidos na manhã do último sábado (14) com uma ilustre visita. Uma tartaruga de 1,80m de comprimento foi encontrada por pescadores na Praia do Goiabal. De acordo com a bióloga Roberta Sá Leitão Barbosa, pelo tamanho do animal e por causa da carapaça, trata-se da Tartaruga de Couro ou Tartaruga Gigante (Dermochely Coriácea), a maior espécie entre as tartarugas e que corre risco de extinção.
Assim que a maré encheu, os moradores a soltaram na Praia do Goiabal. Roberta Barbosa, que também é professora do curso de Ciências Ambientais da Universidade Federal do Amapá (Unifap), lamentou que o animal fosse solto sem antes passar pela avaliação de pesquisadores. “É importante que a população procure os órgãos ambientais quando encontrarem espécies diferentes de animais. Assim, podemos pesquisar sobre ele para tentar identificar as causas de chegarem até aqui”, disse ela enaltecendo a iniciativa dos pescadores de não maltratar a Tartaruga de Couro. 
Segundo Roberta, essa espécie costuma ser encontrada no litoral brasileiro, especialmente nas praias, como por exemplo, no norte do Estado do Espírito Santo. “Há registro reduzido de desova no Lago do Piratuba e Parque Nacional do Cabo Orange. Pois elas desovam em areia e o solo nessas regiões é mais sedimentado”, declara. O registro audiovisual da tartaruga irá para o centro de pesquisa da Unifap e também será encaminhado pela bióloga ao Ibama (Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis).(Maiara Pires/aGazeta)



 
Nome científico: Dermochelys coriacea
Habitat: As tartarugas-de-couro podem ser encontradas nos oceanos do mundo inteiro: nas margens do círculo Árctico, nas águas do Pacífico, ao redor da Nova Zelândia…
Migração: Todos os anos estas tartarugas viajam centenas de quilómetros, em busca de comida.
Reprodução: As fêmeas vão para o litoral a cada 3/4 anos, para colocar seus ovos e podem desovar até dez vezes numa temporada.
Tamanho: Em média 1,7m.
Peso: Até 700kg.
Dieta: Principalmente medusas.
Reprodução: Ovíparos, colocando 70/110 ovos.
Perigo de extinção: As tartarugas-de-couro existem há mais de 60 milhões de anos. Mas os números da sua espécie estão a ser reduzidos, devido à colheita dos seus ovos e à destruição dos seus ninhos. Muitas das tartarugas afogam-se quando são capturados nas redes de pesca e outras nunca vivem o suficiente para se reproduzir.
Curiosidades: As tartarugas-de-couro são as maiores tartarugas do oceano e também umas das mais antigas. São assim chamadas devido às suas conchas flexíveis e diferenciadas, pois não possuem placas ósseas como outras espécies de tartarugas. A maior tartaruga-de-couro encontrada era um macho que pesava 916kg.



 

 ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE O MUNICIPIO DE CALÇOENE:


Fotos: Heitor e Silvia Reali, de Calçoene, Amapá
Heitor e Silvia Reali
Nas proximidades da cidade litorânea de Calçoene, 390 quilômetros ao norte de Macapá, encontra-se um dos monumentos mais importantes da arqueologia do País. Conjunto de pedras maciças organizado por mãos humanas, às margens do igarapé Rego Grande, essa descoberta vem atraindo a atenção de cientistas de todo o mundo.
Ninguém ainda tem certeza sobre como ele foi feito, nem sobre quais eram os seus propósitos. O local acaba de ser batizado oficialmente como Parque Arqueológico do Solstício, o primeiro do gênero no Brasil. Guardando as devidas proporções de tempo, história e dimensões, o conjunto se assemelha a Stonehenge, o famoso círculo de pedras pré-histórico da Inglaterra. Por isso, ganhou o apelido de Stonehenge amazônica.
Heitor e Silvia Reali
O pesquisador Felipe, do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), passeia por entre as pedras do círculo de Calçoene. Muitos cientistas acreditam que o complexo megalítico é na verdade um grande observatório astronômico construído há muitos séculos por nossos índios.
Para a comunidade científica brasileira, a certidão de nascimento do parque não é nova. Estudiosos sabiam da existência de vários conjuntos de pedras erguidos por humanos no Amapá há muito tempo, mas eles nunca tinham sido realmente estudados. O interesse atual pela descoberta do sítio arqueológico de Rego Grande se justifica por conta das suas dimensões muito maiores, quando comparadas aos outros conjuntos encontrados anteriormente.
A expansão da pecuária na Floresta Amazônica foi o que provocou o descobrimento. Contratado em 2005 para pôr fogo no mato a fim de ampliar a área de pasto destinada à criação de búfalos, Garrafinha, como gosta de ser chamado Lailson da Silva, deu de cara com essas enormes pedras. Avisou o fazendeiro, e este, diferentemente da maioria de seus colegas, que preferem ficar na moita ao descobrir vestígios arqueológicos, com medo de desapropriações, procurou logo o Estado para vender suas terras, pois tinha certeza do seu valor histórico.
Logo depois da sua descoberta, o lugar passou a ser visto como mal-assombrado pelos moradores das proximidades. Visões, vozes, luzes e casos ocorridos no interior do círculo de pedra ainda são narrados por eles. Uma boa história é contada por Garrafinha: “Uma vez, um cara tirou um vaso cerâmico de lá e o levou para casa. A partir daí, todas as noites ele acordava tomando porrada não sei de quem. Só depois de ele apanhar muito é que alguém juntou o fato com o roubo da cerâmica. Então, ele devolveu o pote ao local de onde tinha sido retirado. Depois disso, nunca mais apanhou da assombração.”
 Igreja matriz de Calçoene

CALÇOENE É UM UNICIPIO AMAPAENSE À NORDESTE.
A Vila de Calçoene iniciou em frente à cachoeira do Firmino, como era conhecido antigamente o povoado que originou o município, era parte da província do Grão-Pará. Seus moradores viviam, basicamente, da exploração do ouro, nas minas do Lourenço - por isso o nome da vila.
No final do século XIX, foi implantada na região uma colônia de imigrantes russos, no contexto de esforço de povoamento do território brasileiro por braços assalariados provindos da Europa, como ocorreu no mesmo período nas regiões Centro-Sul do Brasil.
O governo do território, após invasão por parte do governo de Caiena, resolveu retomar o povoado e suas terras, decretando a reincorporação da vila ao estado. Em 22 de dezembro de 1956, ocorreu a emancipação da vila, que passou a se chamar Calçoene - calço (cunha), ene (norte).
A população atual é de 9.060 habitantes e a área é de 14.269 km², o que resulta numa densidade demográfica de 0,63 hab/km². Seus limites são o oceano Atlântico a norte e leste, Amapá e Pracuúba a sudeste, Serra do Navio a oeste e Oiapoque a noroeste.
Calçoene é o local onde mais chove no Brasil, com uma precipitação média anual de 4.165 mm, sendo que em 2000 foram registrados quase 7.000 mm de chuva. Comparativamente chove 3 vezes mais neste município do que em todo município de São Paulo. Entre janeiro e junho foram registradas uma média de 25 dias de chuvas por mês; o que significa que chove praticamente todos os dias.
O município de Calçoene é último ponto de parada com infraestrutura de serviços de qualidade até Oiapoque e fica a 356 quilômetros de Macapá pela BR-156. A rodovia é asfaltada até aqui. Até Oiapoque são mais 200 quilômetros de estrada de terra com cerca de 56 quilômetros novamente asfaltados, na chegada a Oiapoque.
No local existe um círculo de pedras, que se supõe construído como um antigo observatório indígena. Tem 30 metros de diâmetro, com pedras de granito com até 4 metros de comprimento. Semelhante ao encontrado na Guiana Francesa que tem 2.000 anos de idade. O círculo de Calçoene apelidado de "Stonehenge do Amapá", se referindo ao Stonehenge da Inglaterra.
As escavações no local por arqueólogos estão sendo feitas a partir de 2006 e por isso ainda não se tem prova que realmente seja um observatório. O local já era conhecido da comunidade científica desde 1950.

Praia do Goiabal
A 14 km de distância do centro, através de uma estrada de terra precária, chega-se a quase intocada praia do Goiabal, banhada pelo Oceano Atlântico. Os poucos habitantes do município são os principais frequentadores. Apesar de barrenta em seus primeiros 150 metros, a água é salgada. A praia tem aproximadamente 70 km de extensão.

 
Esta é uma ponta de mar (Oceano Atlantico) fotografada a partir de 
um ponto na  Praia do Goiabal, em Calçoene/AP. 
O mar, durante grande parte do ano, não é azul nem verde.
 É pardacento por influencia  do Rio Amazonas, cuja foz 
fica muito distante daí.  
Outubro/novembro se pode ver aí o mar verde.   





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